Acompanhando o noticiário pela TV e pela internet no feriado prolongado, até o dia 25 de março, sexta-feira da Paixão de Cristo pelo calendário católico mundial, as vendas de ovos de chocolate estavam muito abaixo do esperado pelo mercado varejista na maioria dos Estados, e faltando somente o sábado para concluir as vendas para a Páscoa, a maioria das redes teve que aplicar descontos agressivos e promover campanhas de brindes para amenizar o impacto negativo das vendas.
De acordo com os dados da Abras (Associação Brasileira de Supermercados) divulgados pelo site do jornal O Estado de São Paulo em 29 de fevereiro, as encomendas pelos varejistas brasileiros foram 7% menores em relação a 2015, já considerando um cenário menos otimista em face à crise econômica, mesmo sendo historicamente o período que só perde em vendas para o Natal com o décimo terceiro salário injetado no mercado.
Para concluir os dados deste cenário, o site G1 divulgou no dia 28 de março, segunda-feira pós-Páscoa, que as vendas tiveram o pior desempenho em dez anos conforme dados informados pela Serasa, ficando 9,6% abaixo do mesmo período de 2015.
Nesta mesma segunda-feira, 28 de março, estive presencialmente de forma despretensiosa em duas lojas tradicionais de varejo para avaliar alguns preços de produtos diversos, e como era de se esperar, as ofertas para queima de ovos de páscoa que ficaram nas prateleiras eram gritantes, e os consumidores, já prevendo esta situação, estavam inquietos e com os carrinhos cheios de chocolate, formando longas filas.
Diante de todas estas circunstâncias, fiz duas reflexões: uma sobre o mercado varejista e outra sobre a visão do consumidor.
A reflexão sobre o mercado varejista é a seguinte: se já havia uma previsão menos otimista nas vendas, acredito que realizando uma pesquisa de amostragem com consumidores perguntando o preço que ele estaria disposto a gastar e que tipo de chocolate iria presentear os familiares, poderia chegar a uma combinação de preços mais atraentes e produtos mais direcionados ao seu público-alvo, e com isto, aumentaria a chance de elevar as vendas durante todo o mês de março, com menos “sofrimento” perto da data derradeira.
Já na visão do consumidor, uma coisa está muito clara: o momento que o país atravessa com alto índice de desemprego e achatamento da renda das famílias compele indiretamente à compulsão, logo, contar com a empolgação do consumidor de presentear os familiares queridos com presentes que não estão no orçamento deixou de fazer parte do repertório de vendas, e desta forma, procurar ouvir o que o consumidor quer e necessita me parece ser uma medida providencial até o país retomar os rumos certos da economia.
Por fim, numa reflexão final e generalista, os resultados pretendidos em qualquer negócio não virão mais pelos padrões habituais enraizados por décadas, mas sim pela necessidade de ouvir de fato o seu cliente, que a cada dia está mais exigente e “antenado” com os acontecimentos do mercado econômico.
Abraços e até a próxima!
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Sou plenamente de acordo Sr: Ubiratan. Como sempre seus artigos são excelentes.
No atual cenário econômico,os preços lançados dos ovos de Páscoa eram absolutamente alto. Com crise ou sem crise Eu sempre considerei os preços dos ovos de Páscoa elevados.Mas com a crise e as incertezas do mercado as pessoas optaram esperar abaixarem os preços com as assim ditas “ofertas” Esse ano Eu pessoalmente optei por não comprar.
Irenilda.
Prezada Irenilda, agradeço pelas gentis palavras. Continue acompanhando as notícias do Blog. Abraços!