Por: Ivone Santana e Gustavo Brigatto
Valor apurou que investidores esperam que Telefônica Vivo, Oi e América Móvil estejam bem próximas de fazer oferta pela subsidiária brasileira da Telecom Italia
Venda da TIM é considerada uma alternativa para a Telecom Italia, que busca saída para reduzir dívida de € 28,8 bi
O dia foi movimentado ontem para os investidores que tinham como alvo as ações da TIM. Os papéis da companhia chegaram a ocupar o segundo lugar entre os mais negociados na BM&FBovespa, perdendo apenas para os da Petrobras, e se mantiveram em destaque ao longo de quase todo o dia. Segundo analistas, o cenário indicava que os investidores esperavam para breve novidades em relação ao futuro da TIM.
A TIM informou ao Valor que se tratava “de uma movimentação padrão de mercado” e que não identificava estar “relacionada a nenhum tema específico”.
No fim do pregão, o papel da TIM ON fechou a R$ 13,14, alta de 2,49%, ante alta de 0,98% da Telefônica Brasil PN (Vivo), que fechou a R$ 44,24, e Oi PN, cotada a R$ 2,04, queda de 3,77%.
Para as corretoras Wintrade, CGD e Spinelli não havia fato novo que justificasse a alta. Mas o analista da Spinelli, Elad Revi, é um dos que sugerem que o mercado pode estar mais confiante em relação a um desfecho rápido sobre o futuro da TIM.
Além disso, o Valor apurou que os investidores estão com a expectativa de que Telefônica Vivo, Oi e América Móvil (dona da Claro, Net e Embratel) estejam bem próximas de fazer uma oferta pela subsidiária brasileira da Telecom Italia. O plano seria formalizar uma proposta de aquisição, liderada pela Oi, que dividiria a TIM depois com as outras duas concorrentes.
De olho na concretização desse potencial negócio, os investidores estariam comprando ações da TIM, esperando por uma forte valorização do papel com a eventual venda da companhia para “os três amigos”, como o mercado vem chamando as três operadoras concorrentes.
A expectativa dos investidores é que um desfecho ocorra antes do leilão da faixa de frequência de 700 megahertz para serviços móveis de quarta geração (4G), previsto para agosto.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou ontem ao Valor que para cumprir o prazo da licitação é preciso que o conselho diretor da agência, que é composto por cinco conselheiros e se reúne semanalmente, delibere definitivamente a respeito de duas propostas que estiveram em consulta pública até recentemente. Uma é a proposta do edital de licitação propriamente dito e a outra é o regulamento sobre as condições de convivência entre os serviços de telecomunicações e de TV digital.
“No momento, estão sendo analisadas pelas áreas técnicas todas as contribuições apresentadas pela sociedade durante essas duas consultas públicas, com vistas à elaboração de propostas de edital e de regulamento que serão enviadas ao conselho diretor para decisão definitiva”, informou a Anatel.
Em recente visita ao Ministério das Comunicações, o presidente da Telecom Italia, Marco Patuano, pediu apoio ao governo brasileiro para evitar que a TIM seja dividida, segundo fontes do setor. Para o executivo, seria melhor que a controladora não recebesse proposta formal para a venda e divisão da TIM entre os concorrentes, porque ele teria de levar isso ao conselho de administração, por dever fiduciário, mesmo que pessoalmente seja contrário à operação.
Entretanto, a venda é considerada uma alternativa para o grupo italiano, que busca saída para reduzir sua dívida de € 28,8 bilhões. Não significa que o grupo tomaria a iniciativa de negociar um plano como esse, embora seus acionistas pudessem ter interesse em acolhê-lo.
Há também outras possibilidades. Ontem, a Vivendi, controladora da GVT, realizou uma reunião de acionistas em Paris, da qual participou o presidente da subsidiária brasileira, Amos Genish. Durante o encontro, os acionistas aprovaram, entre outras iniciativas, a indicação de Vincent Bolloré como presidente do conselho de supervisão da Vivendi. Bolloré ocupava o cargo de vice-presidente desde setembro do ano passado. Bolloré reforçou as afirmações que o grupo vem fazendo ultimamente no sentido de que a GVT será mantida no grupo, que não há intenção de vendê-la, pois há planos para o seu crescimento.
Isso despertou em alguns analistas a ideia que eles vinham discutindo há algumas semanas de que poderia estar em discussão uma fusão entre a TIM e a GVT. Para isso, entretanto, antes teria de ser desatado o nó que envolve a Telefónica, que passa a ser o maior investidor individual da Telecom Italia, com a desistência dos demais sócios da Telco.
A Telco é a maior acionista da Telecom Italia. Há poucos dias, os sócios da Telco, Intesa Sanpaolo (11,62%), Mediobanca (11,62%) e empresas pertencentes ao Generali Group (30,58%) informaram que sairiam da sociedade, deixando a empresa integralmente para a Telefónica, que detinha 46,18% na Telco. Agora cabe ao grupo espanhol decidir como respeitará as exigências do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Anatel para que não tenha participação na TIM e Vivo.
Em dezembro, o Cade aprovou a aquisição, pela Telefônica de 50% da Brasilcel detidos pela Portugal Telecom e pela PT Móveis. A aprovação, no entanto, está condicionada à venda, pela Telefônica, de qualquer posição financeira, direta ou indireta, na TIM Brasil. Alternativamente, a aquisição pode ser aprovada mediante ingresso de um novo sócio para a Vivo. O Cade entendeu ainda que o aumento de participação da Telefônica na Telco viola o Termo de Compromisso de Desempenho (TCD), firmado em 2010 para criação da Telco.
“As duas decisões, bem como todas as obrigações firmadas pelo TCD, continuam válidas e são monitoradas pelo Cade. Até o momento, o Cade não recebeu nenhuma comunicação oficial sobre as movimentações acionárias”, informou a autarquia.
CADASTRE-SE no Blog Televendas & Cobrança e receba semanalmente por e-mail nosso Newsletter com os principais artigos, vagas, notícias do mercado, além de concorrer a prêmios mensais.
Parabéns a todos por nos Manter Sempre Atualizados com Informações de Uma Maneira
Bem Simples de Fácil Entendimento.