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Cadê o Citi que estava aqui?

por: Afonso Bazolli
em: Notícias
fonte: Istoé Dinheiro
13 de maio de 2013 - 16:05

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Banco americano encolhe de vez no Brasil ao vender a Credicard, última operação relevante de varejo da instituição. Agora, a aposta é na alta renda

Por: Cláudio Gradilone

Na quinta-feira 9, enquanto os advogados do Citibank e do Itaú Unibanco davam os últimos retoques no contrato de venda da Credicard para o concorrente brasileiro, os executivos da instituição americana já planejavam onde investir os cerca de R$ 2,5 bilhões que devem receber pela administradora de cartões de crédito. Ao transferir a operação de cinco milhões de cartões e 7% das transações no mercado de dinheiro de plástico para o Itaú, o Citi desiste, de vez, de tentar concorrer no mercado de varejo brasileiro. É uma fase melancólica para uma instituição que atua há 98 anos no País e, até os anos 1990, foi uma das principais referências da banca local.

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Agora, a ordem do presidente Hélio Magalhães é concentrar esforços nos clientes corporativos e de alta renda, ainda que isso represente um encolhimento ainda maior. Depois de tentar, sem sucesso, aumentar sua fatia no varejo, o Citibank vai dedicar-se a seus nichos tradicionais de atuação, que são os empréstimos para empresas, financiamento à exportação e o mercado de câmbio. Na pessoa física, a estratégia é focar nos clientes de alta renda. Não em todos, mas nos que não têm capacidade financeira para ser atendidos por um private bank tradicional (que corteja o público com mais de R$ 2 milhões para investir) e estão insatisfeitos com o tratamento levemente diferenciado recebido pelos gigantes do varejo.

Nas últimas duas décadas, desde a estabilização da economia e a acelerada expansão do mercado bancário, o Citi tentou crescer no varejo. Não houve instituição financeira cujo controle trocou de mãos que não tivesse sido avaliada pelo Citi, sem sucesso. Discordâncias em relação ao preço, o temor dos riscos ou simplesmente a falta de sinal verde da matriz impediram que se batesse o martelo. A última oportunidade foi o leilão de privatização do Banespa, comprado pelo espanhol Santander no ano 2000. Restava apenas um negócio de massa, a Credicard, fundada em parceria com o Itaú e com o Unibanco. A sociedade foi desfeita em 2004. Na partilha da Credicard, o Itaú ficou com a empresa de processamento de transações e o Citi ficou com a marca e a administradora de cartões.

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Gustavo Marin, então presidente do Citi, queria transformar a Credicard em um banco de massa baseado nos cartões e construir uma rede de lojas usando a bandeira Credicard, um ícone local. Foram abertas mais de 100 lojas em dois anos, até que a crise financeira de 2008 quase quebrou a matriz, nos Estados Unidos. A nova ordem, então, foi congelar todos os investimentos e remeter qualquer caixa disponível. Essa interrupção, somada a alguns erros estratégicos, como adotar o nome inglês Citi Financial nas lojas populares, travou o crescimento e reduziu a participação do banco no país (veja os gráficos abaixo). A volta às origens é uma tentativa de o Citi crescer de forma competitiva em um mercado promissor para bancos de atacado.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de brasileiros nas classes A e B cresceu de 13,3 milhões em 2003 para estimados 29,1 milhões em 2014, um avanço de 120%. Há poucos anos, os clientes de renda mais elevada concentravam seus serviços em bancos internacionais, cujas redes eram pequenas, mas que ofereciam bons serviços, como o BankBoston, comprado pelo Itaú Unibanco. É um nicho que atrai até hoje os bancos de varejo. O exemplo mais recente é do Santander Brasil, que criou o segmento Select para clientes com renda superior a R$ 10 mil por mês. É um público-alvo de meio milhão de pessoas. “Bancos internacionais como o Citi podem ganhar espaço no mercado com produtos exclusivos”, diz Celso Grisi, professor de marketing da FEA USP. Procurados, Itaú e Citibank não comentaram.

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Comentários (2)
  1. Não só a Equipe de Planejamento do City errou, referentemente ao Brasil, como agora veio a perder uma Emprresa fortíssima, que é e Credicard. Itaú, por sua vez, foi muito esperto e Confiante ao comprar a Credicard, já que tinha comprado a Redecard do mesmo Grupo, fortalecendo- se como um todo na Operação, que há poucos anos também veio a comprar a Hipeercard do Grupo Carrefour, que não está bem financeiramente, podendo ser vendida a qualquer momento. Quanto ao que falou José Carlos a cima, o Santander não só comprou o BANESPA, mas também o Complexo Gaúcho, que éra o Meridional, Banco Federal, qual era Sulbraasileiro, “quebrado em 1985″, deixando 103.000 Acionistas “na mão”, quais só receberam do Governo 20 % até HOJE, estando a receberem até hoje o equivalente aos outros 80 %…28 anos atrás…”uma VERGONHA” ! Santander comprou o Merdional por volta de 2000, vindo a ser chamar “Santander Merdional”, perdurando pouco tempo,até todas as suas Contas serem transformadas para Santander, o mesmo acontecendo com os Clientes do Unibando, que em seguida foram remanejados em definitivamente para o banco Itaú, vindo com isso, muitos clientes do Unibanco cancelando suas contas, por não gostarem do Itaú, migrando tanto para Santander como para Banco do Brasil.

    Julio Paulo Seelig Scheunemann em 15 de maio de 2013 - 18:41
  2. Em minha opinião o Citibank não teve uma visão de futuro do mercado bancário de varejo no Brasil e perdeu a oportunidade de hoje poder ser o maior banco estrangeiro do país. Talvez por excesso de estudos estratégicos que não saiam do papel e da falta de decisões mais rápidas, que o Citi estagnou no Brasil. Com mais agressividade vieram os espanhóis do Santander comprando aos poucos bancos menores até a grande operação que foi a aquisição do Banespa. Cabe ao Citi agora se contentar com o segmento de alta renda e esquecer o varejo de uma vez por todas.

    José Carlos Campos em 14 de maio de 2013 - 15:56

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