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04 de agosto de 2013 - 14:15

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Quem trabalha próximo à Rua Desembargador Eliseu Guilherme, no bairro do Paraíso em São Paulo, deve conhecer o Koinobori: uma pastelaria e lanchonete em frente ao Hospital do Coração, que na opinião de muitos, tem simplesmente a melhor coxinha da região.

Além da famosa coxinha, o Sr. Yoshio nos brinda com pastéis, como os vendidos nas feiras paulistanas, que motivam filas de clientes em qualquer horário do dia!

E você pode estar se perguntando: “A Neiva migrou de área e agora vai escrever critica culinária e publicar receitas?”. Não! O meu objetivo é falar das lições de vida e gestão deste empreendedor!

Nunca tive o privilégio de conversar com o Sr. Yoshio sobre gestão ou estratégias empresariais, mas os cartazes que ele publica com as suas vagas de emprego fala muito sobre o seu método eficaz de recrutamento, seleção e formação de profissionais!

Vivemos tempos altamente seletivos onde as pessoas são classificadas pelas suas preferências, opções e estilos de vida. Há nome para tudo e rótulos para todas as predileções. Para muitos, basta ter um conhecido que goste de tecnologia e que prefira a companhia dos livros às pessoas, que rapidamente é dado um nome: Nerd!

Em minha opinião rótulos são nocivos, prejudiciais e discriminatórios. Muitas vezes, eles acompanham uma pessoa por toda a vida. Este prejuízo se estende a nossa vida profissional, com classificações em cima de fatores como formação, networking ou idade. Ver colegas sendo rotulados como inaptos, antissociais ou velhos demais é cada vez mais comum.

Também não compartilho de muitos testes seletivos, como o famoso e inconclusivo teste da contagem de bolinhas de tênis dentro de um carro. Podem até avaliar raciocínio lógico ou criatividade, mas não avaliam caráter e comportamento.

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Por este motivo o método do Sr. Yoshio me encanta! Ele responde por um negócio reconhecido pela sua qualidade, com clientes fiéis e contrata auxiliares que, acima de tudo, precisam ter vontade! O Sr. Yoshio, contradizendo o praticado por muitos no mundo corporativo, reforça suas fileiras com colaboradores de qualquer idade. Sem restrição de idade, basta ter vontade!

Talvez o Sr. Yoshio não conheça a história do explorador anglo-irlandês Sir Ernest Henry Shackleton, que de 1914 a 1916 sobreviveu, com a sua tripulação, ao naufrágio do navio Endurance, esmagado pelo gelo da Antártida. Eles permaneceram quase dois mil quilômetros distantes da civilização, sem meios de comunicação ou esperança de socorro.

Das inúmeras experiências de Shackleton, relatadas amplamente nos diários dos tripulantes e registros de bordo do navio, extraímos lições valiosas que muitos recrutadores e executivos deveriam relembrar, mas que sem dúvida o Sr. Yoshio domina e pratica!

1. Cerque-se de pessoas alegres e otimistas. Elas retribuirão com a lealdade e o companheirismo que são vitais para o sucesso;

2. Candidatos ávidos pelo emprego costumam ser os que trabalham com mais afinco para mantê-lo;

3. Escolha empregados que se mostrem dispostos a enfrentar qualquer tipo de trabalho;

4. Contrate aqueles que têm os talentos e habilidades que você não possui. Não se sinta ameaçado por eles. Ajudarão você a se manter na vanguarda e vão trazer distinção à sua empresa;

5. Seu número dois é a sua contratação mais importante. Escolha alguém que complemente seu estilo de gestão;

6. Desmonte as hierarquias tradicionais e as panelinhas treinando os membros da equipe para fazer trabalhos variados, dos mais modestos aos desafiantes;

7. Lidere pelo exemplo. Intrometa-se de vez em quando para ajudar com o trabalho que mandou os outros fazerem. Dá a você a oportunidade de estabelecer um padrão alto de desempenho e mostra seu respeito pelo trabalho.

Tem muito executivo que deveria fazer um coaching com o Sr. Yoshio e aproveitar para degustar seus deliciosos salgadinhos.

Neiva Dourado Mendes (neiva.mendes@areadaqualidade.com.br ) é consultora, palestrante, executiva de Gente e Gestão e voluntária no GRAACC de São Paulo.

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Comentários (18)
  1. Gostei bastante do texto e concordo que há uma tendência dos recrutadores julgarem somente pela capa (seja a aparência física, a idade e o currículo). Todas as nossas relações, entretanto, se dão com base no julgamento. O que se precisa alinhar, na minha opinião, é o peso que esse julgamento da superfície deve ter para uma aprovação em um processo e até mesmo uma contratação.

    Viviane de Oliveira em 08 de agosto de 2013 - 15:24
    • Correto, Viviane!
      Um livro não pode ser julgado pela capa, estou confiante que o mercado está em processo de mudança, espero em breve ver refletido nas contratações novos tempos e conceitos.
      Obrigada por compartilhar seu comentário e acompanhar o Blog.
      Abraços!

      Neiva Dourado Mendes em 15 de agosto de 2013 - 08:23
  2. Excelente texto, nossa rotina nos deixa muitas vezes cegos e ficamos presos aos mesmos rótulos. Esquecemos que podemos ter profissionais qualificados tecnicamente mas que nunca terão os mesmos resultados de profissionais com uma qualificação técnica um pouco menor mas com mais entusiasmo e vontade.

    William Sota em 06 de agosto de 2013 - 17:00
    • Perfeito, William! São rótulos, assim como em produtos comprados em um loja, que infelizmente muitos aplicam as pessoas.
      O ser humano é capaz de qualquer coisa, contanto que se dedique, acredite e coloque efetivamente o coração naquilo que faz, mas para tal precisa de uma oportunidade!
      Espero que novos caminhos e oportunidades se abram a estes profissionais.
      Obrigada, abraços!

      Neiva Dourado Mendes em 15 de agosto de 2013 - 08:19
  3. Neiva, os recrutadores e selecionadores deveriam conhecer o Seu Yoshio e seu método de recrutamento e seleção. Com certeza, no Koinobori não há o “turnover” que se vê no comércio em geral.
    Ah, antes que me esqueça: belo texto!

    Teresa em 05 de agosto de 2013 - 22:59
    • Olá Teresa! Obrigada pelo comentário, espero ajudar!
      Divulgar o que acreditamos e praticamos e ter um espaço como o Blog Televendas & Cobrança, a disposição, é fantástico! Sucesso :)

      Neiva Dourado Mendes em 15 de agosto de 2013 - 08:16
  4. Neiva, adorei, como sempre seu tato apurado para aquilo que é simples que que pode ser percebido como oportunidade, mais um exemplo de que quando as coisas feitas de coração simples ou não serão sempre sucesso! Assim eu aprendi muito com você e continuo com essa oportunidade de aprender só que agora por aqui. Parabéns pelo sucesso nas matérias do blog!!!

    Bruno Abatepaulo de Andrade em 05 de agosto de 2013 - 22:43
    • Oi Bruno, saudade de você! Obrigada pelo carinho, pelo comentário, pelo período que trabalhamos juntos. Por favor, divulgue o Blog, é um canal incrível! Beijo ;)

      Neiva Dourado Mendes em 15 de agosto de 2013 - 08:15
  5. Oi Neivinha, tudo bem com você? Ao ler o teu artigo chego a ouvir a tua voz… Parece que você está conversando comigo, e isso que me deixa mais feliz. Você escreve sobre princípios e valores de uma forma suave, com doçura. É o teu olhar diferenciado sobre o mundo corporativo, teu jeito único de acreditar nas pessoas e ajudá-las a mostrar o que de melhor elas tem. Acredito que o Sr. Yoshio faça gestão de um jeito muito parecido, não busca pessoas perfeitas apenas espera que as próprias pessoas busquem a perfeição (que não existe), mas a vontade de buscar já garante um bom resultado. Beijo! Sucesso!

    Marli Afonso em 05 de agosto de 2013 - 21:45
    • Obrigada, Marli! Obrigada pelo carinho :) Beijo! Sucesso!

      Neiva Dourado Mendes em 15 de agosto de 2013 - 08:13
  6. Essa mensagem do exemplo deste empreendedor serve de lição não só de vida, mas para a nação empresarial como um todo, hoje as grandes corporações mantem um departamento de RH e recrutação voltado e pautada basicamente no que está escrito num curriculo ou diplomas apresentado, e as vezes o entrevistador ainda toma decisões de dar um não ao candidato apenas por umas e outras respostas mal sucedidas devido o seu estado psicologico e a demasiada anciedade de querer a vaga de emprego. E nesse momento o entrevistador que age técnicamente dentro das regras teóricas, não se atenta a perceber a real qualidade pela vontade e precisão daquele candidato e isto vem crescendo no mercado, pois, aos proprios entrevistadores faltam-lhes a experiência da sensìbilidade e vivência com historias da pratica do dia a dia de inúmeras lições de vidas, vejamos o exemplo do Sr. Yoshio ele mesmo que conversar com os candidatos. Frizo bem, não esqueçamos que devemos estudar, uma coisa é ter conhecimento outra coisa é ter VONTADE.

    Reginaldo Paz em 05 de agosto de 2013 - 16:55
    • Reginaldo, muito obrigada pelo seu comentário! Fiquei muito feliz, você sintetizou o objetivo do artigo, abraços!

      Neiva Dourado Mendes em 05 de agosto de 2013 - 20:48
  7. Olá, Neiva, tudo bem? Gostei do seu artigo, entre outras coisas, mostra o seu olhar apurado para as coisas simples do dia a dia que podem nos ensinar muito. E achei bem oportuno o que escreveu sobre rótulos, é preciso olhar além dos estereótipos! Ah, também não conhecia a história do explorador e quero pesquisar sobre essa “aventura”.

    Quanto as coxinhas, quando estiver passando por ali, quero prová-las!

    Abs Rita

    Rita Escolano em 05 de agosto de 2013 - 16:09
    • Olá Rita, que bom vê-la aqui. Querida, o livro Shackleton – Uma Lição de Coragem, autores: Capparell, Stephanie; Morrell, Margot, Editora: Sextante / Gmt você encontrará esta história com riqueza de detalhes e mais lições de liderança e gestão. Beijo!

      Neiva Dourado Mendes em 05 de agosto de 2013 - 20:46
  8. Excelente ,Neiva!!!Srs Selecionadores atentem- se a esta matéria e as empresas serão mais felizes e prósperas!!!!!!!

    Carmen Bernardino em 05 de agosto de 2013 - 14:48
    • Oi Querida, obrigada pelo apoio! Você presente neste artigo! Obrigada pela inspiração! Beijo grande! Sucesso!

      Neiva Dourado Mendes em 05 de agosto de 2013 - 20:44
  9. Quando trabalhei na Dedic tomava café no Koinobori e realmente a equipe do Senhor Yoshio é diferenciada, não só pela qualidade dos alimentos mas do atendimento também. Fruto de uma gestão a ser copiada por todos.

    Silvio Márcio Vicente dos Santos em 05 de agosto de 2013 - 10:48
    • Márcio, obrigada pelo comentário!
      Um grande exemplo a poucos metros da Dedic, não é? Bons tempos! Beijo!

      Neiva Dourado Mendes em 05 de agosto de 2013 - 20:44

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