O termo absenteísmo, conforme definição da Wikipédia, A enciclopédia Livre, é usado para designar as ausências dos trabalhadores no processo de trabalho. Essa ausência pode ser total, chamada de falta, ou parcial como atraso e saída antecipada. É importante avaliar a qualidade do trabalho realizado quando o absenteísmo do funcionário está elevado, pois este pode ser o primeiro indício de desmotivação.
Devido ao volume de funcionários e de horas perdidas é importante conhecer os motivos do absenteísmo, pois este representa a maior oportunidade de redução de custos com pessoal. Em um Call Center, por exemplo, é de suma importância analisar as suas causas e desdobrá-lo em justificado e injustificado, sendo o primeiro a classificação das faltas com justificativas, a exemplo atestados médicos e o segundo, como uma falta sem plena justificativa para a empresa, por exemplo, doença grave de um familiar.
Alguns pontos contribuem para a manutenção de um elevado abs, como a pressão ocasionada pela busca do atingimento das metas operacionais, um ambiente de trabalho inadequado às normas da ABNT, a falta de autonomia ou reconhecimento, uma gestão sem parceria, a distância entre o trabalho e residência, uma escala de folgas mal elaborada, a ausência da ginástica laboral e até a elevada rotatividade na gestão dos supervisores, o que acaba gerando um estresse maior nos atendentes, pois eles se sentem inseguros diante das transformações que podem desmotivá-los e culminar no seu desligamento.
Uma das perguntas que muitos gestores estão procurando resposta é: Como reduzir o abs? Muitas reuniões e planos de ações são realizados para tentar encontrar uma resposta ou solução. Observamos no mercado muitas iniciativas, como campanhas motivacionais para presenteísmo, investimentos em Ginástica Laboral, restrições á participação em processos seletivos, encontros periódicos entre algumas áreas da empresa para tratar os motivos de insatisfações dos funcionários entre outras. Acredito que a resposta esteja na gestão das pessoas, ou seja, deve-se investir mais na seleção e capacitação dos supervisores e coordenadores, pois eles são os responsáveis diretos pela gestão de pessoas, que na maioria, ainda estão formando o seu caráter, uma vez que grande parte da mão de obra do Call Center é formada por jovens que estão no primeiro emprego.
O que fazer para termos supervisores desenvolvidos em gestão? Acredito que o primeiro passo é selecionar pessoas que gostem de pessoas. Após essa fase, que eu julgo a mais importante, é fundamental investir em treinamento e coaching. Muitas empresas cometem um erro básico, promovem para supervisor o melhor operador e muitas vezes este não conhece nada de parceria, gestão e pessoas. Ele conhece dos procedimentos que fazem com que tenha ou uma grande quantidade de vendas ou elevado valor recuperado, que são importantes para a atividade de supervisor, mas não são os pré requisitos mais importantes pois, conhecimento técnico é mais fácil de desenvolver em alguém que mudar a postura e modo de se relacionar e gerir pessoas.
Neste contexto indico que seja mapeado o perfil do profissional que a empresa necessita para que depois haja o investimento na seleção e treinamento, uma vez que essa fase é primordial para a obtenção de um gestor de pessoas.
Alex Ramos
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Boa tarde!
O melhor operador que virou o pior supervisor, é uma vítima da irresponsabilidade de seus gestores. Já acompanhei inúmeras histórias de insucesso, e parece que isso não tem fim, toda empresa que conheço tem pelo menos meia-dúzia destes.
O ABS tem cura. As empresas precisam acreditar no prazo de validade do operador e criar programas de crescimento profissional que realmente funcionem.
Também precisam redesenhar o perfil de contratação. Contratar funcionários que colecionam call center’s na carteira, é pedir para ter dor de cabeça.
Ao contratar pessoas “experientes” que ficam pulando de galho em galho, alimenta o comportamento que conhecemos muito bem: entrar na empresa, permanecer cerca de 1 ano, gerar absenteísmo para ser demitido, receber seus direitos e depois da última parcela do seguro-desemprego começar um novo ciclo, com a desvantagem de já começar com o prazo de validade vencido.
Já contratei pessoas que nunca viram um head set na vida, já dei oportunidade do primeiro emprego e deu muito certo. No entanto, reforço que se a empresa não desenhar um plano de carreira real, em que as pessoas sejam promovidas por mérito, tudo será em vão.
Prezada Juliana,
Muito obrigado pela sua contribuição e me desculpe pela demora na resposta.
Concordo plenamente com a sua opinião e também acredito em programas de valorização e crescimento profissional.
Abraços,
Alex
Alex,
Excelente artigo!
Sou responsável por um acompanhamento mensal relacionado a absenteísmo em um empresa de Contact Center, com cerca de 8.000 atendentes, distríbuídos em quatros sites distintos, o qual tem o foco voltado principalmente para identificar os maiores motivos e ações tomadas em relação aos ofensores.
Neste acompanhamento, constantemente nos deparamos com falhas “grosseiras” relacionadas a gestão, devido a ausência das providências mínimas necessárias para coibir o abs injustificado ou do total descomprometimento com a redução do abs justificado.
No meu entendimento, sem dúvida nenhuma o maior problema relacionado ao absenteísmo é justamente a falta de ações específicas e a gestão deficiente de lideres despreparados para lidar com este assunto tão polemico.
Tudo que vc citou neste artigo “casa” com o que me deparo quando analiso o retorno dos gestores sobre os casos questionados.
Muito Obrigado!
Prezado Carlos,
Boa noite!
Desculpe pela demora na resposta do seu comentário.
Eu é que agradeço a sua participação no Blog.
Fico feliz em saber que o nosso artigo reflita também a realidade da sua empresa, porém sinto pelo fato de vc também possuir este desafio.
Percebemos que este problema está cada dia mais presente nas centrais de relacionamento e precisamos agir de forma inteligente para combater com um dos maiores problemas do nosso setor.
Grande Abraço,
Alex
Ramos, esse exemplo entre os supervisores “A” e “B” demonstram a grande diferença que um líder pode exercer em sua equipe. Muito bom… me fez pensar bastante sobre o assunto, parabéns!
Raul,
Obrigado!
Um líder pode fazer coisas incíveis com a sua equipe!
Vc já assistiu o filme A Última Fortaleza(The Last Castle)?
Se não… Tente assistir pois, é impressionante a liderança que um condecorado militar do exército americano que perde sua patente e sua liberdade após ser injustamente condenado por uma corte militar a passar o resto de sua vida em uma penitenciária de segurança máxima tem perante outros presidiários.
Abraço.
Ramos, parabéns pelo post!
Este é um assunto que, independentemente do tamanho da empresa, do seu segmento, da sua especialidade, é bem delicado. Se estamos falando de um mercado de callcenter, então, o problema atinge níveis assustadores.
Como estou desde 2001 neste mercado, pude acompanhar de perto seu desenvolvimento e crescimento, passando de um trabalho visto como ‘temporário’ (por sua pequena carga-horária) para um mercado visto cada vez mais como especialista e desenvolvido. Porém, todo esse crescimento trouxe alguns efeitos colaterais, e acredito que o assunto mais delicado dentre tantos outros seja realmente o absenteísmo, tão evidente nas empresas de callcenter dos grandes centros.
É um assunto muito delicado, sim, principalmente se entendermos como está fundamentado nosso mercado hoje, onde mais de 75% do público atuante neste segmento tenha entre 18 e 23 anos, sendo mais de 90% o 1° emprego. Como atuar com a denominada “Geração Y”? Ser mais rígido? Ser mais compreensivo? Ser disciplinador? Eis o dilema…
E, se pensarmos que o processo de preparação dos nossos Primeiros Líderes é de médio prazo, como cobrar resultados imediatistas? Qual a pressão adequada a se aplicar à estes profissionais?
É um assunto extremamente interessante, coberto de polêmicas e incertezas e, com absoluta certeza, todo gestor ‘queima neurônios’ quase que diariamente.
Vamos dar continuidade a discussão!!!
Grande abraço!!!
Goes,
Estendo-lhe também às boas vindas e agradeço pela rica contribuição.
Realmente o assunto é polêmico e exige de todo gestor de Call Center atenção e dedicação pois, no absenteísmo está a maior oportunidade para reduzir custos com pessoal. (Falaremos um pouco mais sobre isso no próximo artigo).
Conhecer os detalhes como faixa etária, endereço, escolaridade e senioridade(tempo de casa) podem ajudar no diagnóstico, porém a solução, ao meu ver, é algo que não está nas mãos dos operadores e sim dos gestores.
Acredito que investir em líderes que gostem de pessoas seja o primeiro passo para solucionar o problema. Após isso a empresa precisa dar subsídios para que o supervisor consiga desenvolver a sua atividade que é gerir pessoas.
Abraços,
Alex Ramos
Prezado Alex,
O “absenteísmo” é o principal Calcanhar de Aquiles para qualquer Gestor Operacional quando ele precisa dimensionar a equipe para atender uma demanda de volumetria de ligações e vendas e é obrigado a contar com o “imponderado” que é o famoso “forecast” (previsão), ou seja, o efetivo de pessoal sentado, logado e disponível para atendimento já excluído do cálculo o % de férias, folgas concedidas e licenças médicas. Aí você começa a se questionar: onde estou errando se a minha taxa de absenteísmo vem crescendo mês a mês sem um motivo aparente?
Você assume um CAOS Center, faz mudanças estruturadas de acordo com um planejamento estratégico e o transforma num Contact Center, resgata a credibilidade e assertividade do setor, atinge re$ultado$ que passam a ser referência na sua empresa e modelo de atendimento no segmento em que atua, acredita que a sua Gestão é transparente, cercado de atenção e voltado sempre ao bem estar da sua equipe. Você desenvolve planos de treinamento e de carreira que oferecem ao funcionário crescimento vertical na estrutura hierárquica do Setor. A empresa paga um salário acima da média de mercado. A carga horária de 36 horas semanais é respeitada na íntegra. Ela oferece benefícios razoáveis aos seus colaboradores. Você promove Campanhas Internas de Vendas & Atendimento com premiações reconhecidas pelos mesmos. A empresa oferece instalações e equipamentos que permitem o bom desempenho da função, segundo a ABNT e etc.
Então, por que isto está ocorrendo? A resposta pela minha experiência em gestão de pessoas é única: o seu colaborador está com o “prazo de validade vencida” até porque o mercado demonstra que a vida útil do operador com determinado produto & serviço gira em torno de 2 anos. Aí meu caro Alex, acho que só existe uma ação a tomar: transferi-lo para outro setor da empresa ou dispensá-lo porque quando você tem consciência que todas as tentativas literalmente tenham sido esgotadas, incluindo feedbacks pontuais (situacional e comportamental), através de monitoramento das ligações on line e passivas, este profissional só lhe trará problemas já que ele passa a ser um líder e formador de opinião negativo na sua operação. É um caminho sem volta, de mão única, porque como o ser humano é volúvel a influências, sejam elas positivas ou negativas, ele poderá provocar a disseminação de informações e procedimentos negativos – a famosa Rádio Corredor – que só causará o crescimento das taxas de absenteísmo e turn over (causada pela empresa ou a pedido do mesmo). Como resultado baseado na análise dos Indicadores de Performance você irá se deparar no dia a dia com a queda de produtividade operacional.
Como mudar o clima, o ambiente organizacional que você vem desenhando?
Você concorda comigo? Aguardo as suas colocações sempre muito pertinentes.
Parabéns pela sua iniciativa na criação deste Canal de Intercâmbio de Conhecimentos e Troca de Experiências.
Aceite um fraterno abraço.
Cyrico
Prezado Mauro Cyrico,
Gostaria de lhe dar boas vindas e agradecer pela participação no blog. A sua contribuição enriquece ainda mais esse espaço, que é uma iniciativa do nosso colega Afonso Bazolli.
Falando da situação descrita por você… Não posso deixar de concordar que o tempo de casa de um operador pode ser um grande motivo para termos elevado absenteísmo. Digo que pode, pois nem todo veterano é absenteísta e nem todo novato é presenteísta. Fui gestor de uma operação em que os operadores com menos de 3 meses de empresa representavam 30% do absenteísmo total, o que demonstra a existência de outros motivos para tal perda.
Transferir para outra operação ou desligar um absenteísta pode incentivar outros operadores a seguirem pelo mesmo caminho e aí, meu amigo, você terá um problema ainda maior. Acredito que você deverá tomar algumas ações como investigação de atestado médico (pode solicitar ao ambulatório da sua Central que investigue os CIDs (Classificação Internacional de Doenças). Identificando falsidade no atestado, pode aplicar a demissão por justa causa. Outra ação que poderá lhe ajudar é a criação de uma escala pedagógica (você inicia com uma advertência verbal, tendo reincidência, passa para escrita, depois vai para suspensão e por fim aplica a demissão por Justa causa também). Sei que pode parecer rígido, mas tenha certeza que depois de desligar um ou dois ofensores por JC, você terá evolução nos seus indicadores. Caso tenha interesse em fazer isso sugiro que alinhe com o jurídico da sua empresa antes, ok?
Vou descrever uma experiência que tive quando fui gestor de uma operação de televendas com 400 operadores e 20 supervisores, que demonstra o poder de um gestor. Sem citar os nomes dos profissionais vamos avaliar as diferenças entre dois supervisores os quais chamaremos de “A” e “B”. Ambos trabalhavam na mesma operação, no mesmo turno, possuíam a mesma quantidade de operadores em suas equipes, que eram compostas por agentes com tempo de casa maior que 2 anos, a maioria do sexo feminino, tendo uma gestante em cada uma das equipes. Ou seja, ambos supervisores e respectivas equipes trabalhavam nas mesmas condições, o que teoricamente permitiria a entrega do indicador absenteísmo em patamares semelhantes, correto? Não…! Estamos esquecendo de avaliar o trabalho de gestão que era feito por cada um desses profissionais. O supervisor “A” era um gestor calmo, organizado, muito próximo da equipe, sabia tratar com cada um de forma diferenciada, conscientizava e motivava o grupo criando um clima de família, onde cada um se preocupava com o outro e juntos competiam com as outras 19 equipes. Já o supervisor “B” era o típico gestor que encontramos no mercador de Contact Center: Estressado, cansado da rotina, não sabia administrar o tempo, focado em resultados de vendas e nos gatilhos da remuneração variável, ou seja, gestão de pessoas era o que menos ele fazia… Resultado: o Absenteísmo deste supervisor era de 5,18% e do supervisor “A” de 0,91% (Obs.: provavelmente está estranhando os valores acima, não é? Mais é isso mesmo. Estamos falando de uma operação que ficava situada no Nordeste, em Salvador-BA, sendo mais preciso).
O Supervisor “A” fazia um trabalho de gestão tão incrível que a sua equipe ficou mais de 200 dias com 100% de presenteísmo. Imagine o esforço, dedicação e abdicação que ele e sua equipe não tiveram para conseguir esse brilhante resultado? Segue o depoimento de uma operadora dele: “Tivemos muito comprometimento, responsabilidade, formamos uma verdadeira família. O supervisor sempre aberto a entender nossas fragilidades. Não fazemos nada obrigados, o nosso supervisor sempre fez um trabalho de conscientização e motivação, e assim, chegamos a essa marca muito significativa para nós e para a empresa”. Com este depoimento podemos observar que o trabalho de gestão fez toda diferença e que isso era reconhecido pela equipe.
Embora este seja um assunto muito polêmico e com muitas interpretações, eu, diante de tudo que relatei acima, ainda acredito que a gestão seja a grande responsável por controlar este indicador.
Grande abraço para você e toda sua família.