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25 de fevereiro de 2015 - 18:30 - atualizado às 19:02

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Este é o tamanho do mercado potencial, segundo a Recovery, empresa do BTG, que detém 70% das operações realizadas

Por: Léa de Luca

Considerado um negócio de segunda linha por vários anos, a cobrança de créditos vencidos está ganhando um novo status. “Estamos entrando na terceira onda do negócio no país”, diz o presidente da Recovery do Brasil, Flávio Suchek. com a profissionalização do negócio.

“Existe hoje no Brasil um mercado potencial de pelo menos R$ 120 bilhões”, diz. A nova onda à qual ele se refere é a profissionalização do negócio, com a terceirização do serviço por parte dos bancos para empresas como a Recovery. “A primeira onda foi o início do negócio, antes da crise de 2008, quando ainda estava incipiente; e a segundo começou há quatro anos, quando foram realizados investimentos em tecnologia param suportar o crescimento que deve vir agora.”

A estimativa do potencial de mercado feita por Suchek se baseia na quantidade de créditos em atraso há mais de 180 dias segundo o Banco Central. “Existem cerca de R$ 75 bilhões, e considerando que esse volume gire duas vezes em um ano, em 360 dias teríamos R$ 150 bilhões”, calcula. A projeção de R$ 120 bilhões, portanto, pode ser considerada até conservadora. “Há ainda o montante que é baixado a prejuízo, mas esse não dá para calcular”.

Há quatro anos, o banco BTG Pactual comprou o controle da empresa de olho nesse potencial. Hoje, segundo Suchek, a Recovery tem uma carteira de R$ 40 bilhões, que corresponde a 70% do mercado. O executivo não revela o faturamento mas diz que ganha um percentual sobre os créditos recuperados, que varia muito de acordo com o perfil das carteiras.

“Dividimos as carteiras em três segmentos: varejo, premium e corporate. No primeiro, de dívidas até R$ 10 mil, atuamos por meio de agências de cobrança; no segundo, de créditos já ajuizados, com garantias, estão dívidas de R$ 25 mil, em média — com esses clientes, atuamos com agências de cobrança e escritórios de advocacia; no terceiro segmento estão dívidas acima de R$ 1 milhão, de negociação mais complexa, que envolvem sempre advogados”. Ao lado dos canais mais tradicionais,a Recovery atende também pela internet, e participa de feirões de conciliação. “Temos ainda uma loja na Avenida Paulista e um quiosque no shopping Itaquera, em São Paulo, para negociação de créditos de R$ 50 mil a R$ 100 mil”. O executivo explica que a filosofia da Recovery é chegar a uma fórmula sustentável, que atenda ao consumidor e ao banco.

O executivo lembra que o amadurecimento do mercado de cobrança acontece na medida em que amadurece o mercado de crédito. No Brasil, até os anos 2000, praticamente não se dava crédito. A popularização do crédito imobiliário, então, é mais recente ainda. As operações de longo prazo eram impossíveis quando a inflação era alta. “Nos Estados Unidos e na Europa, o mercado de recuperação de créditos vencidos é muito grande”, diz Suchek, que espera que o Brasil atinja essa maturidade em breve.

A venda de créditos podres da Caixa para a gestora de fundos Renova no final do ano passado é um sinal de amadurecimento. Antes, o banco público só vendia contratos em atraso para a empresa estatal Emgea (leia mais na página ao lado). No ano passado, a Caixa vendeu R$ 8,1 bilhões e no primeiro trimestre deste ano, o banco vai vender mais R$ 2,7 bilhões de um acordo já fechado.

A previsão de aumento do mercado baseia-se também na lógica de que os calotes crescem junto com o volume de crédito — mesmo que o índice de inadimplência, em termos relativos, esteja em queda nesse momento e o ritmo do aumento das concessões também. Em março de 2011, por exemplo, o saldo total do crédito era de R$ 1,760 trilhão e a inadimplência, de 3,25% ( R$ 57,2 bilhões); em dezembro último, o saldo era de R$ 3,022 trilhões e a inadimplência, 2,88% (R$ 87 bilhões).

O mercado é ainda maior se considerarmos contratos inadimplentes no varejo, e em concessionárias de luz, água e telefone. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudo e Gestão de Inadimplência (IBeGI), o mercado de recuperação de crédito movimentou R$ 120 bilhões de julho de 2013 a julho do ano passado. Segundo o instituto, “há estimativas preliminares que indicam mais de R$ 300 bilhões de reais em créditos a serem recuperados com idade de vencimento superior a 18 meses”.

O IBeGI foi criado para realizar pesquisas de opinião pública relativas ao mercado de consumo e conjunturas mercadológicas, pesquisas socioeconômicas e demográfica, “ampliando os espectros de pesquisas de razões de inadimplência, consumo consciente, educação financeira e desenvolvendo estatísticas especificas de inadimplência nas diversas carteiras e faixas de atraso”, diz o site do instituto. Procurado, o IBeGI não concedeu entrevista.

A Associação Nacional das Empresas de Recuperação de Crédito (Aserc) também não tinha um executivo disponível para prestar informações. Segundo a assessoria, a entidade reúne empresas de pequeno e médio porte.

Em duas outras grandes empresas especializadas no serviço, a Siscom, de São Bernardo do Campo — que tem contrato com o Itaú Unibanco, por exemplo — e a Roma Consultoria, do Rio de Janeiro, não foi possível localizar os responsáveis por prestar informações, que também não atenderam a reportagem.

De acordo com a Boa Vista SCPC, o indicador de recuperação de crédito do consumidor em todo o país — obtido a partir da quantidade de exclusões dos registros de inadimplência da sua base de dados — apontou elevação de 4,0% em janeiro de 2014, contra o mês anterior. Na comparação acumulada em 12 meses o indicador apresentou queda de 2,9%.

Além das empresas que prestam o serviço de gestão das carteiras em atraso e fazem a cobrança – seja para bancos, financeiras, varejistas ou fundos de investimento, há outra ponta nesse negócio: a dos investidores. Gestoras como a Renova, que fechou contrato com a Caixa, estruturam fundos de direitos creditórios que compram os créditos em atraso com deságios e entregam a gestão para essas prestadoras de serviço.

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Comentários (5)
  1. Empresas de recuperação são urubus da economia: compram créditos vencidos e triplicam o valor. Se a pessoa já não teve condições de pagar X, vai conseguir pagar 3X? O camarada aí que tá criticando o prazo de limpar nome automaticamente, é um desses. Ninguém (pelo menos a maioria) não suja o nome porque quer, e sim porque houve algum problema para continuar pagando. Não é legal passar anos com restrição cadastral. Acho justo sim, após 5 anos dar a chance novamente ao comprador. Até porque, como citei, essas empresas abutres não dão a mínima chance de se negociar. Compram os créditos e extrapolam na cobrança.

    Joao em 28 de agosto de 2016 - 12:32
  2. Mesmo que passe os 5 anos o nome da pessoa não continua sujo

    Flavio em 07 de março de 2016 - 16:26
  3. AGORA A MAIS RECENTE TODO INADIMPLENTE TEM QUE RECEBER UM AR DO CORREIO AVISANDO SOBRE SUA NEGATIVAÇÃO . PORÉM SE COMPRADOR NÃO ASSINAR AR ,NÃO SERÁ NEGATIVADO . QUEREM ACABAR COM AS EMPRESAS , IMAGINE SÓ TEM EMPRESAS QUE NEGATIVA CERCA DE 300 MIL INADIMPLENTE POR MES , QUE ESTRUTURA O CORREIO TERÁ DE TER PARA ATENDER O BRASIL TODO , E MAIS O SPC COM O ARQUIVO PARA FAZER A NEGATIVAÇÃO RECEBENDO DEVOLUÇÃO DA AR , COMO VAI PROCEDER ESSE SIM ESSE NÃO NO SISTEMA QUE LEI REDICULA

    EDISON DOS SANTOS em 26 de fevereiro de 2015 - 11:14
  4. HÁ MUITA INADIMPLENCIA DEVIDO AS LEIS HOJE VIGENTES NO PAIS AJUDA O INADIMPLENTE A SER INADIMPLENTE ,ELE COMPRA DEIXA PASSAR 5 ANOS E PRONTO SAI COMPRANDO NOVAMENTE ,APÓS 5 ANOS TÁ LIMPO E ASSIM VAI APLICANDO O GOLPE DO NOME CADUCADO , DEVE TEM QUE PAGAR NADA DE LIMPAR O NOME , DAI SIM O BRASIL TERIA MAIS PESSOAS DIGNAS NESTE MERCADO , HOJE PESSOA COMPRA E MINHA EMPRESA TEM QUE AVISAR O MAL PAGADOR POR ESCRITO ,POLITICDOS ACABEM COM ESTA FARRA DE LIMPAR NOME APÓS 5 ANOS

    EDISON DOS SANTOS em 26 de fevereiro de 2015 - 11:09
  5. Prezados Senhores,
    Somo leitores assíduos do Blog Televendas & Cobrança, quede onde possui várias reportagens interessantes e de grande valia para a rotina do segmento de empresas de Recuperação de Credito. Foi citato na reportagem acima, que fomos procurados para prestar informações e não fomos localizados. Desde já informamos que ocorreu um equívoco da parte de sua equipe de reportagem, pois estamos sempre a disposição em coloborar com qualquer equipe de reportagem que nos solicitam informações.
    Cordiais Saudações,
    Rodrigo Motta
    Coordenador Geral

    Rodrigo Motta em 26 de fevereiro de 2015 - 09:38

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