Concessão conservadora de crédito reduz perdas com calote; no Itaú, alta é de 8,4%
Por: Toni Sciarretta e Anderson Figo
Os bancos Itaú, Bradesco e Santander, na ordem as três maiores instituições financeiras privadas do país, conseguiram manter o lucro nos mesmos patamares de 2012 graças a uma forte redução na inadimplência.
A concessão conservadora de crédito reduziu as perdas com calote e implicou despesas menores com provisões para devedores duvidosos.
Foi essa a receita, junto com o rigor no controle de custos, que compensou o ganho menor com os empréstimos e até as perdas significativas da tesouraria –área responsável pelas aplicações do dinheiro em caixa dos bancos, que tiveram prejuízo devido ao aumento dos juros.
O efeito colateral do conservadorismo –traduzido pela presença maior no consignado e no imobiliário, entre outros– é o crescimento fraco do crédito e um ganho menor nessas modalidades, especialmente em um momento de desaceleração.
Em razão disso, os bancos reduziram suas expectativas de expansão dos financiamentos para 2013. No Bradesco, a previsão caiu de um intervalo entre 13% e 17% para entre 11% a 15%. Já o Itaú, que esperava expansão entre 11% e 14%, revisou para 8% a 11%.
O melhor resultado foi o do Itaú, que teve lucro líquido de R$ 3,583 bilhões, alta de 8,4% em relação a igual período de 2012. O ganho do Bradesco (R$ 2,949 bilhões) teve aumento de 4,1%.
Já o Santander apurou lucro de R$ 501 milhões, queda de 17,8% em relação ao mesmo trimestre de 2012. Pela contabilidade internacional, que não considera o ágio pago pelo real, o ganho (R$ 1,41 bilhão) teve queda de 4,3%.
“O lucro que estamos vendo agora é resultado da queda nas despesas com provisões”, disse Erivelto Rodrigues, presidente da Austin Ratins. “Os bancos reduziram os custos o máximo possível sem comprometer o atendimento. Daqui em diante terão de aumentar as receitas com serviços ou ir para segmentos do crédito de maior risco e com ganhos maiores.”
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Lucro dos Bancos no 1o semestre de 2013.