Por: Arthur Castro
Finalizando mais um dia de expediente, você posta uma foto, guarda o celular no bolso e caminha em direção a saída. Esperando o elevador, a primeira coisa que você faz é: Pegar o celular novamente e conferir se já tem curtidas e comentários, para engajar e começar tudo de novo. Mas por que isso acontece?
Grande parte dos apps que não conseguimos parar de usar são desenhados propositalmente para se tornarem “viciantes” e fazer com que nós fiquemos scrollando infinitamente, checando notificações, jogando mais fases de jogos e muito mais. E ai que entra o The Hooked Model. Criado por Nir Eyal, ele ajuda a compreender o que está por trás da formação de hábitos através da tecnologia.
São 4 princípios por trás desse conceito (Trigger, Action, Reward, Investment), que vão te ajudar a entender o motivo de você não conseguir deixar de olhar o Facebook por um dia, ou a tocar no seu smartphone para ver se tem novas notificações (e fazemos isso em média, 2617x por dia).
Trigger (O gatilho)
O estágio inicial, a isca que ativa a vontade de fazer/consumir algo. Existem dois tipos: Os externos e os internos.
– Triggers Externos: Call To Actions, Título de emails, pessoas falando sobre algo, anúncios, propagandas e coisas do tipo.
Normalmente, depois que um trigger interno é ativado, o externo “carimba”. E na era da conectividade e smartphones, os gatilhos mais poderosos são: push notifications e badges.
– Triggers Internos: Quando atrelamos emoções (especialmente as negativas) ao que faremos logo em seguida. Por exemplo:
Se você se sente sozinho, abre o Facebook ou o Instagram;
Se não tem certeza de algo, abre o Google pra tirar dúvidas.
Action (Ação)
Do Play em algum vídeo no Youtube, do Swipe no Tinder ou o Scroll infinito na sua Timeline do Facebook, essa etapa é a simples ação que antecipa a Conquista (Rewards).
Variable Rewards (Recompensas Variáveis)
“O incerto é fascinante”
Se você entra em um app e vê a mesma coisa toda vez, provavelmente a experiência se tornará bleh e você não pensará 2x pra deletar ele se estiver precisando de espaço. Por incrível que pareça, incerteza captura nossa atenção, foco e engajamento, e obviamente, cria hábitos e nos deixa querendo mais.
E nessa linha, existem 3 tipos:
Tribes: Recompensas sociais como likes, views, comentários.
Hunt: A busca por recursos, comida, acordos, descontos, e nos dias atuais, principalmente, informação.
Self: Conquista pessoais. Algo que nos motiva. Alcançar a próxima fase de um jogo, terminar um livro, completar uma to-do list…
Investment (Investimento)
Os investimentos que nós fazemos, seja de tempo, dinheiro ou esforço, sempre é em prol de algum benefício futuro. E na formação de hábitos, não é diferente. Seja numa mensagem enviada ou numa foto postada, temos alguns tipos de investimento:
Activation Trigger Loop — Investimento que “ativa” o próximo trigger:
Quando você manda uma mensagem no WhatsApp ou Messenger, espera receber uma mensagem de volta (ou, pelo menos saber se a pessoa leu). E ai, você investe tempo, esperando a resposta ou a confirmação que a mensagem chegou e a pessoa leu. Para cada uma dessas coisas, existe um trigger (push, badge vermelha no ícone do app ou o simples check na mensagem), que faz você voltar.
Increasing value — aumentando o valor e importância dos produtos
Uma coisa comum entre itens como cadeiras, sofás ou iPhones, é que eles perdem valor de acordo com o tempo. Só que quanto mais fotos você tira, mais músicas escuta, ou mais seguidores tem, mais você investe em cada uma das plataformas, e mais valor elas passam ter pra você.
E aí?
Entender a jornada do seu cliente ajuda muito a compreender e aplicar o Hooked Model. E na maioria das vezes, até gera uma serie de insights para novos triggers, actions, rewards e investment.
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