Por: Luciana Calixto
A polêmica que envolve o embate entre os Conselhos Regionais de Representantes Comerciais (CORE) e profissionais da classe, tem como pano de fundo a insatisfação dos representantes com o pouco apoio efetivo oferecido pelo órgão, ainda que pese para o bolso os valores dos tradicionais impostos e taxas obrigatórias. Por outro lado, os COREs defendem que a sua obrigação legal limita-se à regulamentação e fiscalização e, ainda, que cabe aos sindicatos criados pelo País oferecer a ampla gama de benefícios desejada pelos profissionais e que essa ação tem sido concretizada, de forma específica, em cada Estado. A situação é agravada, também, por fatores sociais, como a globalização e os altos encargos financeiros exigidos pelo Governo aos gestores, levando empresas a optar pela terceirização (“pejoritização”) da mão-de-obra.
O representante comercial e administrador de empresas com habilitação em Marketing, Daniel Henríquez, filiado ao Corcesp e Sircesp desde 2005, explica que, entre a classe, um dos pontos mais discutidos é o alto custo para a manutenção de uma representação em atividade. “Trata-se de altos encargos tributários e, também, da equalização da taxa do ISS, que pode variar de 1,5% a 5%, dependendo da Região em que se atua, resultando em uma diferença significativa em nossos rendimentos”, pontua. “Não é raro encontrar profissionais da área alegando que pagar as taxas não é o grande problema, mas, sim, sobre o que não é feito com essa verba em prol da classe”, complementa.
Por outro lado, o presidente do CORE e do Sindicato do Paraná, Paulo César Nauiacq – que iniciou, este ano, sua terceira gestão junto ao Conselho – afirma que há muita ilegalidade no setor: de, aproximadamente, 1,3 milhão de representantes comerciais brasileiros, há somente 500 mil registrados oficialmente nos respectivos conselhos. “Quando todos pagam, o resultado é que, obviamente, todos pagarão menos”, afirma.
Afinal, qual é a real função do CORE?
Nauiacq defende que há muito desconhecimento sobre o tema e que a crítica vem por parte da desinformação. De acordo com presidente, a Lei nº4886 (de 9 de dezembro de 1965) é a legislação que regulamentou e definiu as reais funções dos conselhos – sofrendo algumas readequações no final da última década. “A função do CORE é regulamentar e fiscalizar a profissão. Os benefícios cabem aos sindicatos”, ressalta. “Os sindicatos oferecem benefícios específicos, de acordo com o perfil de cada Região. No Paraná, oferecemos, anualmente, a mesma base da Federação do Comércio, que faz a gestão do Senac e do Sesc, tais como grade de cursos e palestras, gratuitas ou com baixo orçamento, para formação continuada. Mesmo não sendo função do Conselho, ele financia e o sindicato realiza em todo o Estado”.
Entre os benefícios que os representantes comerciais podem contar, nacionalmente, ele afirma que depende de cada gestão, mas que pode variar desde a formação continuada até assessoria e suporte jurídicos. “Enviamos, também, uma newsletter quinzenal, mas, como temos acesso ao número de pessoas que a leem, percebemos que a grande maioria nem abre o e-mail. Penso que o motivo não seja desinteresse, mas, sim, a falta de tempo que compete à profissão”.
Momento de construção para o CORE?
Nauiacq ressalta que o CORE está passando por um momento de reconstrução e alinhamento, com a meta de haver uma identidade única entre sindicatos e representação dos conselhos. “Com a classe unida, é muito mais fácil atingir as metas”. Entre as quais, a discussão junto ao Governo do Estado para a redução do IPVA dos representantes comerciais que utilizam o veículo como ferramenta de trabalho. “Em breve, devemos acordar com uma agência de fomento no Paraná condições especiais para compra de veículos, espaços físicos, móveis e imóveis e tecnologia para pessoas jurídicas”.
O responsável pela Escola Superior de Vendas do Brasil (Univeb), Adriano Lunardon, compartilha da mesma opinião do presidente e lembra que nos Estados do Sul, por exemplo, em 2010, em uma Convenção Nacional dos Representantes Comerciais, realizada em Curitiba (PR), foi proposta a criação e alinhamento de algumas ações isoladas promovidas por alguns conselhos regionais. Então, nasceram os SIRECOM´s (Sindicato dos Representantes Comerciais).
“Aí, sim, geralmente dentro das estruturas dos conselhos, os SIRECOM´s oferecem um mix de serviços aos associados, tais como convênios com instituições de ensino, serviços de dentistas, planos de saúde, convênios com bancos, cursos e palestras nas áreas de vendas, gestão e negócios, bolsa de oportunidades, assessoria jurídica, tudo isso em várias estruturas de apoio”, explica. “Creio que nem em todos os Estados as diretorias eleitas para o CORE se mobilizaram neste sentido, podendo ter causado certa frustração. É importante separar o que é função do CORE (exclusivamente fiscalização) dos SIRECOM´s (serviços e apoio ao representante)”. Ele ainda afirma que, geralmente, estes convênios e serviços são homologados pelo CORE, mas não contratados por ele.
“Os COREs têm atuado também de forma estratégica, como por exemplo, no Paraná, onde o imposto sobre os serviços – ISS caiu de 5.0% para 2,5%, trazendo ganhos significativos para a categoria. Foi uma briga do Core local”, complementa.
Já o palestrante especialista em vendas e autor de 13 obras, entre as quais o livro “Representantes e empresas, uma parceria de sucesso” – César Frazão – defende que a função do CORE não é só a de fiscalizar. “Ele tem a função de qualquer outro órgão regulamentador: orientar, fornecer informações, subsídios para a carreira, pois, atualmente, os representantes comerciais sentem-se órfãos, tendo em vista que grande parte tinha a estrutura CLT de uma empresa como vendedor e, agora, vê-se empresário”, explica.
Frazão conta que, na última década, houve uma inversão do movimento profissional da classe: antigamente, 70% dos representantes comerciais eram CLT e o restante, pessoas jurídicas. Agora, a situação se inverteu. Ele alega que o motivo que está acabando com os empregos em carteira são a concorrência gerada pela globalização e pelo próprio governo que achata o orçamento das empresas com altos encargos financeiros. Todos esses fatores acabam recaindo sobre os ombros dos representantes que se sentem oprimidos financeira e profissionalmente no mercado, gerando a grande insatisfação justificável que há na classe nos dias de hoje.
“Na verdade, há amadorismo de ambas as partes: o representante não está preparado para ser um empresário – já que, antes, tinha um gerente e uma estrutura profissional – e, por sua vez, há comodismo do CORE e dos sindicatos da classe que não fazem nada – ou muito pouco – para ajudar a categoria. A questão é que há falta de conscientização e conhecimento”.
Benefícios como cursos profissionais gratuitos – pois, apesar de muitos representantes terem formação acadêmica, há outros que eram vendedores e não possuem conhecimentos técnicos -, seminários, tecnologia com preço mais em conta, orientações jurídicas, descontos e convênios, parcerias com universidade e newsletters com informações sobre o mercado são visto como obrigatórios por Frazão em oferecimento aos representantes comerciais pelas altas taxas que de Conselho e Sindicato que pagam. “É o mínimo que podem oferecer”.
Foi exatamente por este motivo que o palestrante e escritor decidiu escrever a obra sobre a legislação da categoria. De acordo com Frazão, a lei e os termos jurídicos são muito confusos, então, o caminho foi transforma-los em uma linguagem simples para que leigos possam compreender. “Tive feedbacks interessantes e empresas que mudaram seu jeito amador de se relacionar, passando a construir uma relação forte e estável. Mas isso só é possível se o representante e a representada estiverem dispostos a se profissionalizar”.
Qual é o caminho para a solução do embate?
O palestrante César Frazão acredita que o melhor caminho para que a polêmica entre ambas as partes fosse solucionada é a gestão profissional dos conselhos e sindicatos, como ocorre nas empresas privadas. Ele ressalta, ainda, que deveria haver mais transparência em relação a números e informações do CORE, explanadas nos próprios sites de cada Região.
Outro fator importante para amenizar as discussões seria a busca pela informação e conscientização dos próprios direitos e deveres de cada uma das partes, além da preparação árdua dos representantes em tornarem-se aptos para dominar o novo papel de pessoa jurídica, que funciona completamente diferente como ocorre na rotina das empresas com CLT, onde há benefícios como férias, décimo terceiro e alguém hierarquicamente acima para coordenar as funções. “Além disso tudo, preparação técnica é fundamental. Na grande maioria das vezes, a contratante prefere vendedores pelo networking que ele possui e, depois, frustra-se, porque é necessário que haja conhecimento técnico para a execução da atividade, seja qual for o segmento escolhido”, finaliza.
Quem tiver interesse em saber mais sobre a legislação da classe, de forma simplificada e acessível, o livro “Representantes e empresas, uma parceria de sucesso”, acesse www.cesarfrazao.com.br
O CORE e o Representante Comercial
O representante não é considerado um “associado” no CORE. Se o profissional exerce a profissão de representação comercial, por força de lei, ele é obrigado a realizar seu “registro” no conselho, normatizando suas funções profissionais. Ele paga uma anuidade conforme a sua estrutura, se pessoa física ou jurídica e conforme o capital social registrado. Os valores são iguais em qualquer lugar do território nacional e definido por resolução por meio da Confederação Federal dos Conselhos dos Representantes Comerciais – Confere.
A profissão de Representante Comercial foi normatizada na década de 60 com a Lei do Representante Comercial, regulando suas atividades e trazendo equilíbrio na relação entre empresas e representantes. Neste mesmo ano, foi criada a Confederação dos Representantes Comerciais – Confere, que por sua vez, promoveu a criação dos Conselhos Federais Regionais. Os CORE´s que têm a função de fiscalizar a atividade de representação e intermediação comercial, com poder coercitivo para inibir atividades desta área sem o devido registro. É um órgão federal com um escopo constitutivo restrito na sua atuação, limitado a ser um órgão fiscalizador da categoria. Atuar na área de representação comercial sem o devido registro é como – em resumo – ser um médico sem o devido registro no CRM ou um engenheiro sem CREA. Todas as atividades do Core são fiscalizadas pelo TCU Tribunal de Contas da União e todas as despesas e investimentos são feitos por licitação e contratações por concurso público.
Fonte: Univeb
“A Revista VendaMais apurou dados mais específicos, como os benefícios que o CORE diz oferecer para cada Região, no entanto, o Confere não forneceu as informações até o fechamento desta edição.”
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Desprezo esse Core! Existe só pra arrancar dinheiro de pessoas que se matam pra tirar o sustento da sua família! Vergonha de uma sujeira dessa ! Não serve pra nada !
Infelizmente o core so beneficia o patrao aqui na Bahia vc trabalha como um doido para bater as metas exigidas , mas quando nao chega a estas metas recebo ligações contante do gerente ameaçando e me trocar por outro vendedor e o que mais me aborece e porquê quando agente e mandado embora eles nao pagam 1/12 avos e se agente sofre pressao por parte do gerente e pedir para sai o core diz que nao tem direito dos 1/12 avos. Agora eu nao entendo para serve o core para os representantes pois o mesmo so protege os patrões.
Olá o problema não e pagar o core eu sou representante a 20 anos e a mais ou menos 16 pago o core e o sindicato agora abri uma nova empresa fui obrigado a fazer um novo registro junto au core aí agora a pergunta que todos fazem para que serve o core do seu estado vc já obteve uma resposta este e o problema se vc pagasse e tivesse serventia vc pagaria satisfeito assim eles manda mensagem pra vc que tem convênio com alguma coisa quando vc vai olhar não e nada daquilo e nisso que temos que concentrar não e acabar com o core porque isso nuca vai acontecer e fiscalizar pra mudar a maneira de atuação vc pagar e ter respaldo saber q vc está pagando uma entidade sua não para beneficiar os empresários que dia já ouviu falar que uma empresa foi multada por falta de um dos seus representante não está pagando core q dia um representante teve problema de está trabalhando sem a carteira do core e por aí vai são muitas coisa que na bate infelizmente nos não temos nem um amparo a empresa faz o contato da forma que ela bem entende cadê o core se vc mandar o contrato para eles analisarem vc já sabe a resposta assim se ficar falando aqui vai umas vinte folhas de repente alguma deputado um dia nos ajude porque as enquetes que colocar pra chegar em vinte mil assinatura não chega a dez mil
Esse core cabide de emprego nos repres.comercial nao estamos conseguindo nem pagar as contas do dia a dia . Voce que vamos pagar core pra que serve esse core pra nao serve pra nada . Nao pago mais .seu pagar core eu nao pago a minha agua luz telefone etc. Sr.dep.estadual ou federal . Nos ajudem pelo amor deus entra com projeto pra acabar com esse core deus me perdoe .
Entendo que ha uma bi, tripla, … tributação, a entidade alega que cumpre a lei e fiscaliza, porem já pagamos muitos outros imposta que também prevê a fiscalização.
não sou representante comercial mas observador e fica claro que é unanime que algo esta muito errado com essa entidade. eu pessoalmente considero mais um absurdo. uma vergonha e descaso com as pessoas que fazem esse pais realmente andar. só recebem e não ha qualquer contra partida. esse pais não e serio. é lamentável mesmo. e por essas e outras que estou saindo desse pais. nasci aqui mas tenho vergonha de ser brasileiro.
aos que ficam, só resta a escravidão.
Melhor resumo para o CORE!
Amigos do REI…
Amo meu pais, mas essa m… de core e´mais uma das coisa que me envergonha e me enoja de ser brasileiro, estamos estufando o bolso de alguem, nao tem outra explicação.
Realmente o CORE não serve absolutamente para nada, todas as vezes que pedi consultoria, não me ajudaram em nada, fora que nem para nos encaixar no simples prestam. Serve apenas para nos tirar mais dinheiro todo Ano.
É totalmente desnecessário o Core, um órgão que não faz nada pela classe,qual o benefício que eles oferecem??Os impostos que os representantes pagam e um absurdo, é taxa de fiscalização da prefeitura que pago todo ano é nem escritório eu tenho.
Corceg, não favorece nada,nada.
Minha opinião é uma pergunta, porque será que li todas e não vi ninguém dizer que a entidade em questão seja boa? Não vi nada até agora,na realidade não entendo pra que serve…. bitributação
Preparem-se: agora estão “desenterrando defuntos”. Passei 28 anos(!?) sem contato (minha firma esta inativa desde 1989) com o CORCESP/CORE e eles comigo. Resultado: acabo de receber uma “notificação de débito” de mais de R$3.500,00 por taxas anuais não pagas (2012 a 2016). É eficiência demais…
Vantagem alguma para o trabalhador!
Devemos unir- mos e achar o caminho para terminar com esta obrigatoriedade que vêm guela abaixo! Qual o caminho!?
Puro cabide de empregos, não serve para absolutamente nada, não fiscaliza nada. O Paraná conta com 1 (hum) fiscal em Curitiba. O restante dos funcionários servem para administrar a quantidade de dinheiro que entra sem que haja um destino.
Precisa acabar e logo. É uma excrecência que não serve para absolutamente nada.
O Core como muitos conselhos e sindicatos, nada serve a sua categoria. Não passa de um cabide de empregos e previlegios para as famílias que detém o controle. Ta mais que na hora de fazer um movimento para extinguir essa muitas aberrações criadas para extorquir o suor de uma classe trabalhadora.
Para mim, é mais um imposto, somente isso, até agora nem sei que benefício terei com esse alto investimentos, paguei e achei absurdo as taxas, ninguém fala que benefício teria com isso, somente uma taxa de 1.200,00 a vista, sem choro absurdo, nem para parcelar esses valores. São capazes para quem está começando, e depois falam que é para ajudar, ajudar a ter mais gasto.
Oi
Impostos , impostos . Nosso país tem os impostos absurdos.Isso não vai mudar para os representantes comerciais.Amigos temos que agregar empresas para liquidez ser positiva.
Pode esquecer meu amigo, eles não tem tempo para fazer alguma coisa para ajudar os representantes a não ser engordar seus cofres.
Quem fiscaliza o Core? Para onde vai nosso dinheiro?
Não entendi até agora porque da comparação com o CREA CRM até mesmo com a OAB esses órgãos regulamentao seus profissionais através do conhecimento de cada um. Qual é a avaliação feita neste caso? Qual o piso regulamentado por este órgão para nós profissionais de vendas. Ah é livre negociação. Então não serve para nada apenas receber DINDIN.
Trabalho em contabilidade e é um absurdo ver os clientes pagar CORE como PJ e também como responsável técnico; Responsável Técnico de que? dele mesmo? A maioria dos representantes não tem grau superior, apenas aprenderam a vender. É uma vergonha esse país, todo mundo arrumando uma jeitinho para ganhar mais um extra nas costas dos outros.
Boa!!! Absurdo dos absurdos.
É totalmente desnecessário o Core. Não traz absolutamente nenhum benefício a classe. Qdo representantes precisam de consulta com advogados , tem que pagar tbm. Enfim, não vi até agora NENHUM beneficio.Somente aumentam os custos dos representantes, que já são altos.
Perfeita sua colocação, é um bando de gente que não faz nada e quer cobrar de quem faz !!
As Empresas estão migrando para a venda online rapidamente demonstra que o representante comercial vai diminuir ou acabar pois as venda não depende mais de sua abordagem se o Core órgão que não faz nada pela classe não se mexer no sentido de taxar está ação com percentual próximo ao que é pago para o representante tbem irá ver navios novos tempos camaradas
O melhor a fazer é dissolver o CORE. Nao faz nada; nao influencia em nada. Quem é profissional em comercialização pode ir para o CRECI. La tem mais benefícios e adequação e fiscalização de atividades, tem representatividade politica. Ficar tentando ressuscitar o natimorto… Passa gerações e a lama fica ai, com os observadores mostrando soluções impraticáveis. Enterra o cadaver e pronto.
Acho que o core de todos os Estados ,deveriam estar lutando pelo regime simples para as empresas de representações, acredito que esse deve ser hoje o sonho de toda a classe.