Sabemos que a indústria automotiva está enfrentando uma situação crítica já faz algum tempo. As montadoras vêm sentindo o impacto da diminuição da venda de veículos e adotando medidas que refletem negativamente no contexto econômico nacional, como a demissão em massa de funcionários, férias coletivas forçadas etc.
De acordo com a ANFAPE – Associação Nacional dos Fabricantes de Autopeças – esse cenário representa a falta de preparo dessas empresas. Na realidade, o que acontece é que a queda das vendas de automóveis, e consequentemente da produção de peças, deveria arrefecer uma situação critica, pois só quem precisa levar o carro para o conserto se dá conta de que o desabastecimento está ligado à disponibilidade das peças originais.
“Mais uma vez as montadoras estão preocupadas única e exclusivamente com a produção e comercialização de carros. Não há nenhuma preocupação com o pós-venda”, diz Roberto Monteiro, diretor-executivo da ANFAPE.
Monteiro destaca ainda que essa situação reflete a política de montadoras como FIAT, FORD e Volkswagen que visam o monopólio do mercado de autopeças, mas não tem condições de atender os consumidores na hora da reposição e nem de prestar atendimento em tempo adequado para o conserto do automóvel.
“Essas montadoras não se preocupam em dar o suporte para o cliente e todo o investimento é voltado para o desenvolvimento de novos carros. Durante o período de recordes de vendas de automóveis, as montadoras já não conseguiam abastecer o aftermarket, pois usavam toda sua capacidade e de seus fornecedores para produzir e vender novos veículos”, afirma Monteiro.
Fica evidente que quem sofre com a situação são os consumidores que aguardam os veículos parados nas oficinas, ou concessionárias, pela falta de peças e má qualidade dos serviços prestados no pós-venda. O tempo de espera, em muitos casos, ultrapassa um mês e os prejuízos para os consumidores são incalculáveis.
“Mesmo assim querem acabar com a atuação das fabricantes independentes de autopeças que ajudam a minimizar os problemas decorrentes do desabastecimento. Se não fosse pelas independentes o cenário seria ainda mais desfavorável, com os consumidores reféns dos preços abusivos praticados por essas montadoras”, enfatiza Monteiro.
Diante desse cenário alarmante, como justificar o fato das montadoras continuarem sem conseguir normalizar o abastecimento, já que agora possuem capacidade produtiva de sobra? “Simplesmente porque elas tradicionalmente não possuem competência na distribuição de peças e nem interesse em desenvolvê-la”, responde Monteiro.
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Concordo plenamente… Tive um problema com meu carro novinho e falei com a Honda. Esperei 2 horas pelo socorro… Desencontro de informações e péssimo atendimento e perguntas desnecessárias… E o treinamento? o gato comeu.