Especialista e blogueiro mostra como os recrutadores pensam e trabalham
Goste ou não, se você ainda não encarou um headhunter, saiba que isso é uma questão de tempo. Ele tem algo que você dificilmente terá: informações dos bastidores do mercado de trabalho e acesso a vagas sobre as quais, sem ele, você nunca ficaria sabendo. Por essas e outras, é bom estar preparado para trabalhar com eles.
Em artigo publicado recentemente na Forbes, Jorg Stegemann, headhunter com 10 anos de experiência e autor do blog “Pensamentos Sobre Meu Trabalho: Conselhos de Carreira de um Headhunter”, revela sete coisas que acontecem com frequência, mas que os profissionais nunca contarão a você.
“Use-nos com sabedoria e podemos ser um catalisador para a sua carreira”, diz Stegemann. Mas não se iluda com falsas esperanças. “Se conseguir o trabalho, recebemos a nossa taxa. Além disso, deixamos uma fila de pessoas felizes – você e nosso cliente –, cujas recomendações são boas para os negócios.”
Confira, abaixo, as verdades sobre recrutamento que os headhunter não contam, mas é importante saber.
1. “Não conhecemos o seu trabalho.”
Pode ser que a gente não entenda direito o que você faz para ganhar a vida ou o que o trabalho para o qual o estamos recrutando acarreta. Embora tenhamos o prazer de aceitar a missão de procurar um CIO, por exemplo, podemos não ter ideia sobre o que faz um bom CIO, ou se o cargo vai melhorar sua carreira. Em outras palavras, somos generalistas em um mundo de especialistas. Então, faça sua pesquisa e não espere que possamos dar respostas bem informadas às suas perguntas sobre a empresa ou as responsabilidades do trabalho.
2. “Não li seu currículo ou carta de apresentação.”
Nossa decisão sobre a possibilidade de chamá-lo para uma vaga é baseada em uma olhada de cinco a 10 segundos em seu currículo. Portanto, verifique se podemos detectar rapidamente as informações essenciais. Enxugue seu currículo para o máximo de duas ou três páginas. Considere adicionar um sumário executivo no topo, contando o que o faz de especial. Expressões como “MBA, 15 anos de liderança em vendas, espanhol fluente”, passarão sua mensagem, mesmo que o recrutador não leia o restante do currículo. Evite termos banais, como “dinâmico” ou “trabalho em equipe”.
3. “Você não tem uma boa apresentação.”
Com base em como se veste, a forma como se comporta ou como fala, um headhunter pode decidir não colocá-lo na frente de um cliente. Apesar de sabermos que apenas um candidato será contratado, nosso objetivo é obter um feedback positivo sobre todos eles. Nossa fantasia é que o cliente diga: “Os quatro candidatos que nos apresentaram eram fantásticos. Você me impressionou e nunca mais vou trabalhar com outro recrutador.”
O recrutamento é parte ciência e parte arte. Se convidamos você a nos conhecer, achamos que você pode fazer o trabalho. Essa é a parte técnica, “a ciência”. Sua motivação, atitude e apresentação são a “arte”. Uma vez que conseguiu uma entrevista com a gente, foque esses três últimos itens – nos impressione e estaremos confiantes em trabalhar com você.
4. “Você não é competitivo no mercado de trabalho atual.”
Não há substituto para uma educação sólida. A boa notícia é que existem excelentes alternativas para um MBA em Harvard. Estudos online se tornaram mais amplamente aceitos e quem contrata se importa cada vez menos com “onde” você obteve seu diploma. Os chamados “mini-MBAs” podem levantar seu perfil para os padrões de hoje. O termo “aprendizagem ao longo da vida”, embora usado à exaustão, é o chavão nº1 para a gestão de carreira. Se você quer ser competitivo, precisa se manter atualizado. E se não estiver devidamente up to date, os headhunters não vão te falar isso.
5. “Provavelmente, não vou encontrar um emprego para você.”
Um headhunter pode convidá-lo para saber mais sobre um trabalho específico ou para uma entrevista genérica. Para preencher uma vaga, geralmente vemos não mais que 10 candidatos e apresentamos uma “short-list” de três ou quatro pessoas ao cliente. Apenas uma será contratada. Logo, suas chances de conseguir o emprego são de 25% a 33%. No entanto, se convidamos você para uma entrevista genérica, geralmente encontramos um novo emprego para um ou dois entre 10 candidatos – o que é uma média da indústria. Nesse caso, a probabilidade de ajudá-lo a conseguir um trabalho é de 20%. Em suma, apesar de os headhunters desempenharem um papel essencial no mercado de trabalho e muitos postos só serem acessados por meio desses recrutadores, os números trabalham contra você.
6. “Não vou dizer o porquê de ter sido rejeitado.”
Vamos apresentar candidatos uma, talvez duas, mas não uma terceira vez se foram rejeitados. Infelizmente, você nunca poderá aprender com seus erros, porque não diremos a verdade sobre por que você não conseguiu uma segunda entrevista. Nosso cliente pode dizer que você parecia tacanho ou ultrapassado, mas não vamos repassar essa informação. Para melhorar suas chances no futuro, peça sugestões a headhunters com quem tenha trabalhado antes, colegas ou patrões.
7. “Você é o candidato que falta na lista, mas não tem chance de conseguir o emprego.”
Uma das tarefas pela qual somos remunerados é a apresentação de uma lista com três candidatos. Quando só temos duas boas opções, temos de encontrar uma terceira. Os termos que usamos são “desafiador” ou “forasteiro.” Se ouvir essas palavras, não tenha muitas esperanças. Cuidado com os movimentos nada realistas de carreira ou com um trabalho que parece bom demais para ser verdade. A verdade é que ninguém se preocupa com a sua carreira tanto quanto você.
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