Parceria com Generali é mais um passo rumo à diversificação de receitas, enquanto enfrenta críticas à qualidade do serviço, mudança de presidente e desvalorização de 11,74% dos papéis na bolsa só neste mês
Por: Flávia Furlan
Parceria com Generali é mais um passo rumo à diversificação de receitas, enquanto enfrenta críticas à qualidade do serviço, mudança
A TIM deu mais um passo na sua estratégia de diversificação de receitas nesta semana, com o início da venda de seguros a R$ 1,50 ao mês para seus clientes, em parceria com a Generali. A nova aposta da operadora é anunciada em um momento de referências negativas para o investidor, com a renúncia em maio de Luca Luciani da presidência e a suspensão de oferta de novos planos, promovida no dia 17 pelo Procon de Porto Alegre.
As ações ON da companhia caíram 1,50% na bolsa ontem, reduzindo ainda mais os ganhos acumulados no ano. Em junho, os papéis subiram 14,46%, mas neste mês já caem 11,74%.
Os analistas estão dando recomendação “neutra” aos papeis da TIM – o que significa não comprar nem vender. “Diversificar a receita é sempre positivo, mas não adianta criar essa alternativa se a operadora está sendo alvo de reclamações sobre falta de qualidade”, afirma o analista da SLW Corretora, Pedro Galdi.
O analista Leandro Ruschel, da Leandro & Stormer, afirma que a suspensão de vendas costuma ter impacto de curto prazo nos papéis, uma vez que essas medidas são revistas na Justiça. “No entanto, esse tipo de informação traz dúvidas quanto à infraestrutura da TIM, se ela não está conseguindo fazer os investimentos necessários, ou se há problemas de caixa, o que pode prejudicar o desempenho da ação a médio e longo prazos”. Segundo ele, de acordo com parâmetros da análise técnica, o suporte da ação está em R$ 9,30 – patamar que, se perdido, indicaria para uma tendência de forte queda. Ontem, os papéis fecharam a R$ 9,85.
A TIM abriu há seis meses uma área de serviços financeiros para venda de produtos em parceria com bancos e seguradoras. Já firmou convênio com o Itaú, para que clientes com cartões do banco possam acumular pontos e trocar por celulares com desconto. Também oferece seguro contra perda e roubo do aparelho nas lojas próprias.
Nesta semana, a TIM começa a ofertar para a base de clientes pré-pagos, que somam 57,8 milhões de linhas, o seguro via SMS (a quem dá permissão para esse tipo de procedimento). A TIM é remunerada como um canal de venda, que dá acesso à população das classes C, D e E, a qual a Generali não atingiria com os canais tradicionais.
“Essa é a primeira parceria que fazemos para este nicho, mas novas devem sair ainda neste ano”, informa o diretor de marketing e novos canais da Generali, Luigi Barcarolo. A base inicial de clientes que receberá a oferta por celular será de 300 mil. Eles aceitam a apólice quando respondem ao próprio SMS e, depois disso, têm o valor descontado da carga do celular.
Ao pagar o prêmio mensal, o cliente tem acesso a auxílio funeral por acidente, que inclui pagamento de despesas em um valor de até R$ 1 mil, assistência para vítimas de crimes, entre elas transporte de emergência interhospitalar, transmissão de mensagens e até chaveiro. Além disso, há sorteios semanais no valor de R$ 500
De acordo com Carlos Roseiro, diretor de serviços financeiros da TIM, a empresa não quer atuar como banco ou seguradora, apenas como um canal para oferta de produtos financeiros para a sua base de clientes e a dos parceiros. “Queremos desenvolver ainda o mobile banking, para acesso a serviços bancários pelo celular, e também o mobile payment, que permite de usar o celular como forma de pagamento”, diz. Ele afirma que é cedo para dizer quanto a área de serviços financeiros representa da receita da TIM. No primeiro trimestre, a operadora apresentou uma receita líquida de R$ 4,5 bilhões, avanço de 19,1% em um ano.
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