As pessoas odeiam ser enganadas. Mas é certo que em algum momento um “vendedor” te vendeu alguma coisa que não era bem o que você queria. Eu acredito que vender não tem nada a ver com enganar as pessoas. Quem engana, não é vendedor. É um picareta.
Talvez por isso na cidade de Chapecó, em Santa Catarina, um vendedor de carros tenha conseguido tanta popularidade falando “verdades demais”. Alessandro Moura é super sincero e utiliza o bom humor para conquistar seus clientes.
“As pessoas não compram o que você faz. Elas compram o porquê você faz.” Essa frase está em um livro de Simon Sinek, “Start whith why” (no Brasil: “Por quê? Como motivar pessoas e equipes a agir”). Você já parou para pensar que seus amigos mais próximos não gostam de você pelas coisas que você faz? Também não é pelas suas características físicas. Seus amigos mais próximos gostam de você pelo que você é. Na tentativa de agradar o cliente e, principalmente, na tentativa de ganhar a comissão, muitos profissionais perderam a sua essência. O mesmo acontece com empresas que querem ganhar dinheiro a qualquer custo. Para que você e sua empresa tenham vida longa, é necessário ter uma identidade, um propósito, um porquê…
O propósito do Ale da loja Virtual Auto Car é ajudar seus clientes a conseguirem realizar o sonho de um carro. Para isso, ele não vai mentir. Vai até apontar alguns defeitos e falar sobre problemas que um determinado veículo pode ter. E esta sinceridade é que vai trazer cada vez mais clientes para a loja em que ele trabalha. As pessoas estão cansadas de serem enganadas!
Eu já instruí milhares de vendedores a não falarem mentira para seus clientes. Ser super sincero como o Ale de Chapecó, pode não ser fácil para quem não é tão carismático e bem-humorado. Por isto, quero te dar uma alternativa. Ao invés de falar mentira, faça perguntas.
É possível, sim, vender algo que você não compraria, desde que você entenda que aquele produto ou serviço irá ajudar seu cliente.
Na cidade de São Carlos no interior de São Paulo, ministrei uma série de palestras para uma rede de lojas de moda jovem. Foi no fim da década de 2000. Fenômenos como Restart, Cine e outras bandas coloridas, lançaram a moda de calças coloridas. E a rede de lojas que me contratou, estava apostando nesta nova onda. Só tinha um problema. A campeã de vendas de todas as lojas se chamava Carina e odiava calças coloridas. Como fazer com que a equipe comprasse a ideia, se a campeã de vendas não estava disposta a falar bem das calças verde limão? Eu tinha que convencê-la a vender algo que ela não gostava. Foi assim:
-Carina, você não precisa falar bem das calças. Experimente fazer perguntas que ajudem os seus clientes a tomarem a decisão.
-Você pode me ajudar? Não tenho ideia de como vender algo que acho muito feio. – Ela disse
-Se os seus clientes acham as calças bonitas, é seu papel ajuda-los a escolherem. Mostrei para ela a técnica de fazer perguntas que o cliente quer responder. Em pouco tempo entrou um adolescente.
- Oi, moça. Você pode me mostrar calças coloridas?
- Claro, qual cor você prefere?
- Estou na dúvida se compro amarela ou laranja…
- Leve as duas para o provador e assim que experimentar, me mostre que eu te ajudo escolher.
Assim que o cliente vestiu a primeira calça, abriu a porta do provador e perguntou:
- E aí, ficou bonita?
Eu estava acompanhando a venda e nesta hora, meu coração gelou. Boa parte dos vendedores diria algo como “Ficou ótima! Está a sua cara!” (sem um pingo de vontade e entusiasmo na fala) Mas Carina não era a campeã de vendas à toa. Utilizou exatamente o que ela tinha acabado de aprender.
- Como você está se sentindo? Está confortável? Era este o tom de amarelo que você queria?
O cliente disse sim para todas as perguntas e voltou ao provador. Quando saiu com a calça laranja, ele fez a mesma pergunta e a vendedora o auxiliou da mesma forma.
Resultado:
O cliente levou as duas calças e Carina entendeu que mais importante do que ter bons argumentos, é ajudar seus clientes a tomarem as melhores decisões.
Você pode escolher como vai ajudar seus clientes. Utilizando perguntas inteligentes como a Carina de São Carlos ou sendo super sincero como o Ale de Chapecó. Bota pra quebrar!
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