Bruno Brandão, head de Marketing do Twitter Brasil, argumenta que a chegada da geração Z, a mais engajada nas redes sociais, muda completamente a estratégia das marcas
O papel da Geração Z nas plataformas digitais é tema de muito interesse de marcas e estudiosos, loucos para entender a maneira como o mundo está se transformando por meio desses jovens.
Essa faixa etária impacta o setor não só como consumidora, mas também como criadora de conteúdo extremamente criativa, tanto diretamente, via influenciadores, quanto indiretamente, pelo impacto orgânico e influência que essas pessoas têm em seus seguidores.
Por que a Geração Z é a mais engajada
Dados recentes levantados por nós no Twitter aqui no Brasil revelam que mais da metade dos Tweets feitos no ano foram publicados por pessoas pertencentes à Geração Z, que possui participação massiva no engajamento e nas conversas de todos os dias na nossa timeline.
Além de consumirem muito conteúdo, a maneira como essa ação é feita é uma das coisas mais interessantes para falarmos: não temos mais aquela antiga e hierarquizada troca e relação entre produtor e consumidor.
Agora é o público que cria conversas e temáticas que serão utilizadas em campanhas, conteúdos e até mesmo no produto final das marcas. São eles que mostram o que é falado no Twitter, em toda a internet e nas ruas.
Com o papel transformador que essa audiência abraçou, é natural que as marcas encontrem dificuldades ao tentar falar e vender para a Geração Z. Como ter apelo junto a um público que nos ensina diariamente sobre marketing pessoal? Talvez esse seja um dos grandes desafios dos profissionais hoje em dia.
Como a Geração Z muda a relação das marcas com os públicos
A publicidade não está mais sozinha em seu papel de ditar o que a população irá consumir: ao contrário, o consumidor está influenciando os próximos passos do marketing das empresas. Isso é feito majoritariamente por conversas nas plataformas digitais, em especial através de Tweets, que permitem um diálogo direto entre marca e audiência.
A maneira como essa faixa etária se comunica e o que viraliza organicamente nas plataformas servem de inspiração para campanhas e estratégias.
Mas vamos falar do Twitter: para entender como inserir a própria marca em meio a essa conversa, é interessante observarmos a maneira como esses jovens interagem e conversam diariamente na nossa timeline. De acordo com os dados coletados por nós, as seis maiores comunidades de Geração Z no Twitter no Brasil são os ativistas sociais, os nerds/geeks, fãs de futebol, fãs de Kpop, pessoas que acompanham astrologia e as que comentam e-sports.
O que as marcas devem fazer daqui para frente
O primeiro lugar não é surpresa: boa parte das empresas já entenderam a importância de se posicionar em uma sociedade comprometida em criar uma realidade mais justa socialmente.
Algumas marcas ainda têm dificuldade em estabelecer um diálogo sobre esses temas com a Geração Z, e muitas vezes se prejudicam por isso. Mas o cardápio está aí. A diversidade dos temas preferidos é igualmente proporcional à diversidade que este grupo nos apresenta.
É justamente pelo caráter de emissor e não mais apenas receptor dessa audiência que a honestidade e transparência no posicionamento de marcas é tão importante. Campanhas engajadas socialmente que não reflitam os valores reais da companhia são facilmente identificadas e criticadas por uma audiência que sabe do que está falando e não pode ser enganada.
Se antes era fácil enganar, agora não é mais.
A ideia, então, é que o marketing e a publicidade não existam mais apenas como uma ferramenta para convencer o público a comprar algo. A honestidade com a audiência é agora uma questão fundamental e o melhor caminho para trilhar uma conexão real com consumidores que tanto influenciam.
A comunicação deve ser feita pensando nas pessoas, trazendo verdade e entendendo a complexidade e revolução que este grupo nos apresenta.
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