Por: Douglas Silva
Infelizmente, nem sempre as mulheres foram (ou são) “bem-vindas” como profissionais da área de vendas. Por essa razão, há poucas mulheres vendedoras e os desafios que elas enfrentam no mercado de trabalho não são poucos.
No entanto, os exemplos de grandes mulheres vendedoras, hoje empresárias bem-sucedidas, servem para mostrar o importante papel das mulheres no setor.
De acordo com um estudo sobre diversidade de gênero em vendas realizado pela CEB nos EUA, apenas 19% das mulheres que trabalham com vendas ocupam posições de liderança no mercado.
Esse e os outros dados são realmente alarmantes: o setor é um dos primeiros no elenco da desigualdade de gênero.
Para se ter uma ideia, a pesquisa apurou também que os índices de vendas delas são maiores do que aqueles dos homens. Porém, contraditoriamente, elas têm salários mais baixos do que eles.
Mulheres vendedoras que fizeram história
Apesar de todas as dificuldades que as mulheres vendedoras enfrentam para entrar no mercado, algumas superaram barreiras, fizeram e ainda fazem história.
Um dos casos mais simbólicos é, sem dúvida, o da norte-americana Mary Kay Ash. Ela foi uma mulher visionária que inspirou muitas outras a transformarem as suas vidas.
Ash trabalhou durante toda a carreira com vendas diretas. Quando se aposentou, depois de 25 anos de trabalho, no início da década de 1960, ela decidiu escrever um livro.
Mas, não era um livro qualquer: o seu objetivo era ajudar as mulheres a enfrentar o mundo dos negócios – então ainda muito mais dominado pelos vendedores homens.
Contudo, ela acabou fazendo mais do que isso: criou um plano de marketing para uma companhia que poderia dar às mulheres um potencial ilimitado de sucesso profissional.
Desse modo, Mary fundou a sua empresa, empoderou milhares de mulheres e formou grandes vendedoras.
Outro grande exemplo de vendedora nata é o de Oprah Winfrey. Ela construiu uma marca pessoal influente e demonstra um poder de personalidade inigualável.
A apresentadora é uma grande mulher vendedora de entretenimento e de estilo de vida. Além disso, Oprah é a empreendedora afro-americana mais rica do século XX. Ela também já foi considerada, várias vezes, uma das mulheres mais poderosas do mundo.
5 grandes mulheres vendedoras brasileiras que são inspiradoras
Não são apenas as estrangeiras que integram a lista de grandes mulheres vendedoras. No Brasil, também temos ótimos exemplos a serem seguidos de mulheres vencedoras que atuam nos mais diversos setores.
Por isso, neste artigo fizemos questão de listar nomes de brasileiras de diferentes gerações que, de alguma forma, possuem trajetórias interessantes atuando como mulheres vendedoras. Confira!
1 – Luiza Helena Trajano
Por mais que todas as listas de empreendedoras brasileiras de sucesso citem sempre o nome de Luiza Helena Trajano, não seria justo deixar ela de fora ao falar de mulheres vendedoras importantes.
A responsável pela ascensão de uma das maiores redes de varejo do Brasil, o Magazine Luiza, inclusive já afirmou ser, antes de mais nada, uma “vendedora”.
Segundo ela, toda a família sempre trabalhou com vendas e ela entrou para o varejo com 12 anos. Tudo começou quando Luiza, ainda jovem, trabalhava no negócio iniciado pelos tios. Na época, antes de se tornar o grupo Magazine Luiza, a loja se chamava A Cristaleira.
Ao longo do tempo, ela foi adquirindo outras redes concorrentes e expandiu não apenas o número de lojas físicas (mais de 700). A rede é também uma das pioneiras do e-commerce no Brasil. Luiza é, atualmente, referência no mundo dos negócios e a sua fortuna ultrapassa R$ 1 bilhão.
Ah, e durante um período no Magazine Luiza, todos os funcionários tinham o cargo de “vendedor” no crachá. Luiza valoriza muito a profissão e diz que ser vendedor deve ser motivo de orgulho.
2 – Isabella Delorenzo
Sabe aquela história de um ou uma profissional já estabelecido(a) no mercado que, de uma hora para outra, decide mudar de rumo (e de ramo)? Pois é, na nossa lista de grandes mulheres vendedoras também temos alguns casos desse tipo.
E sobretudo de mulheres que atuavam em áreas que não trabalham diretamente com vendas e viraram, de alguma forma, vendedoras.
Isabella Delorenzo é uma delas: formada em economia, ela trabalhou por 15 anos na área financeira.
Em 2009, ela decidiu ter o próprio negócio e começou a vender brownie pela internet. O e-commerce especializado deu super certo: na verdade, a loja foi a primeira do país a comercializar brownies artesanais.
Para reduzir a necessidade de investimento inicial, a The Brownie Shop iniciou as suas atividades fazendo somente vendas pela internet. E olha que vender alimentos frescos no mundo virtual não é tarefa das mais simples!
Porém, deu tão certo que em pouco tempo o volume de vendas para todo o Brasil cresceu. Não demorou muito, se tornou necessário montar um ateliê para atender noivas e empresas de eventos.
Desse modo, Isabella entendeu que o negócio tinha potencial para se tornar uma loja física. Hoje a The Brownie Shop tem quatro endereços em São Paulo.
3 – Mônica Burgos
Uma história semelhante tem a fundadora da Avatim, uma importante empresa de aromatizantes de ambiente que nasceu há cerca de 15 anos.
Mônica Burgos era advogada e, depois de uma grande mudança de vida, decidiu abandonar a carreira e descobrir novas oportunidades.
A sua ideia inicial era trabalhar com “marketing olfativo” e prestar serviços de consultoria para empresas que estivessem buscando a sua própria fragrância.
No entanto, sem querer, Mônica acabou se tornando, na verdade, uma mulher vendedora. O seu talento para vendas diretas fez com que ela vendesse centenas de frascos de aromatizantes nos primeiros seis meses do negócio.
Considerando esses resultados, ela se convenceu a continuar atuando dessa forma e passou a oferecer também treinamentos para novos vendedores.
Hoje, a Avatim conta com mais de 50 franquias e uma série de lojas próprias. E a ideia é não para de crescer! A franquia da vendedora já chegou a R$ 40 milhões.
4 – Sônia Hess de Souza
Antes de falar de Sônia Hess, é preciso mencionar a sua mãe Dona Lina – que também estaria em uma lista de grandes mulheres vendedoras.
Foi ela que começou a vender camisas no negócio da família, que teve início em Balneário Camboriú em 1957, dando origem à marca Dudalina.
Sônia Hess de Souza, a sexta filha de Dona Lina, passou a tocar o empreendimento em 2003 e foi a responsável por transformar a confecção familiar em uma das marcas de moda mais valiosas do país.
Consagrada como empreendedora bem-sucedida, antes de chegar à presidência da empresa, Sônia sempre se destacou em função do seu talento em vendas.
Durante o período em que ela esteve na linha de frente dos negócios, a Dudalina aumentou em 50% o seu faturamento.
Hoje, a marca ampliou bastante a linha de produtos e é focada também em outras peças, além das tradicionais camisas. As vendas anuais da empresa já estiveram próximas a R$ 500 milhões.
5 – Carolina Sales
Quem disse que brigadeiro precisa ser um doce pouco elaborado e sempre com o mesmo sabor? Foi exatamente desse questionamento que partiu a ideia da médica veterinária Carolina Sales.
Em 2010, enquanto cursava medicina, ela resolveu começar a fazer brigadeiros gourmet para vender e pagar a segunda faculdade.
Depois de testar várias receitas com a ajuda e os conselhos da avó, Carolina iniciou a produção de brigadeiros congelados em casa.
As colegas de faculdade foram as primeiras clientes e começaram, inclusive, a fazer encomendas. Ainda no seu apartamento, para dar conta do sucesso do negócio, ela já contava com a ajuda da avó e de outras duas funcionárias.
Como o espaço começou a ficar pequeno e o empreendimento cada vez mais sério, Carolina decidiu trancar a faculdade e abrir a primeira loja da Brigaderia Chic.
Desde o início das vendas no tempo da faculdade, o seu foco sempre foi a qualidade do produto. Isso foi um diferencial competitivo que ela como mulher vendedora sempre explorou.
Hoje, Carolina tem duas lojas no Rio de Janeiro e o negócio passou a se chamar Carolina Sales Pâtisserie de Brigadeiros. Ela ampliou a linha de produtos: atualmente, são mais de 100 sabores de brigadeiro gourmet, além de bolos brownies e cupcakes.
Além da venda nas lojas, a empresa fornece produtos para a rede Zona Sul e outras grandes marcas. Ela também atende festas, casamentos e eventos.
O seu faturamento médio anual é de 1,2 milhão e os planos de expansão consistem em vender um modelo de negócios nos moldes da sua pâtisserie.
Em quais mulheres vendedoras você vai se inspirar hoje?
Neste artigo, falamos de alguns exemplos internacionais e nacionais de mulheres vendedoras que atingiram grande sucesso. Empreendedoras, gestoras, influenciadoras, mas, antes de tudo, vendedoras daquilo que acreditam.
Em uma carreira ainda bastante masculina, as mulheres podem encontrar nessas referências e também em outras, muito mais próximas, a inspiração que necessitam para seguir em frente e construir um caminho de sucesso, seja qual for o mercado de atuação!
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