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Telefónica não tem mais interesse na GVT

por: Angelica Balthasar
fonte: Tele.Síntese
01 de agosto de 2012 - 8:01 - atualizado às 9:49

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Vivendi quer vender a GVT para fortalecer o caixa e fazer frente à crise europeia. Mas operadora espanhola que disputou compra da GVT com a francesa nega interesse

Há três anos, a Telefônica do Brasil travou uma queda de braço com o grupo francês Vivendi pela compra da GVT. E perdeu. Agora, como noticiou a agência Reuters em 19 de julho, a Vivendi quer vender a GVT para fortalecer o seu caixa, para fazer frente à prolongada crise europeia. Mas os tempos são outros e, segundo fontes próximas à operadora espanhola, ela descarta interesse pela GVT.

“Nesse período, a Telefónica comprou a Vivo, e criou uma nova plataforma para atuação no Brasil. Faz muito sentido ela canalizar os investimentos para implantar as redes de 4G e de fibra óptica do que aplicar os recursos em ativos”, diz o consultor. E enfrenta, de quebra, as consequências da crise no mercado europeu, que vem castingando sobremaneira a Espanha. Além disso, a avaliação no mercado espanhol é de que a Vivendi estaria pedindo muito alto pela GVT: US$ 10,4 bilhões, segundo a Reuters. Em novembro de 2009, a Vivendi pagou US$ 2,4 bilhões pelo controle da empresa. “É muito melhor para a Telefônica Brasil aplicar esses recursos nas redes do futuro, do que em um ativo que é uma operação só de telefonia fixa, sem complementariedade”, avalia.

A cobiçada GVT do passado – a operação de compra da operadora pela Vivendi foi contestada na CVM pela Telefônica, o que resultou em uma multa de R$ 150 milhões paga em 2010 –, se estiver mesmo à venda, pode enfrentar dificuldades para encontrar novo dono. Com a Telefônica fora do páreo, das empresas que atuam no Brasil restam Oi, Embratel/Claro e TIM. As duas primeiras certamente terão restrições regulatórias por conta de concentração do mercado. Sobra a TIM, que, a exemplo da Telefónica, também enfrenta dificuldades com a crise europeia. A possibilidade da entrada de um novo grupo estrangeiro é vista com reserva, pelo fato de a GVT não ter uma operação integrada. “Mas como se trata de uma operadora com uma rede moderna, carteira de clientes sólida e muito boa gestão, é um negócio atrativo para quem quiser apostar no mercado brasileiro”, avalia o consultor.

A GVT faturou no primeiro trimestre deste ano € 432 milhões, com crescimento de 30% em relação a igual período do ano passado. Presente em 131 cidades de todo o país, atingiu, em março deste ano, mais de 6,9 milhões de linhas em serviço e a mais alta taxa de penetração de internet na base de clientes do mercado brasileiro, de 92%.

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