No ano em que o cheque completa cem anos como meio de pagamento no Brasil, essa forma de quitar contas tem sido, aos poucos, substituída por meios mais modernos, que usam a tecnologia. A principal aposta destes novos modelos é a praticidade: especialistas preveem redução ou extinção de filas, acesso rápido a procedimentos bancários e, o mais importante, consumo sem carregar dinheiro no bolso.
Muito disso já se vê por aí. Quem tem um smartphone — celular multifuncional — ou tablet já pode baixar aplicativos de cada banco, que permitem ao cliente conferir saldo, empréstimos pessoais, financiamentos e poupança. Instituições como Bradesco, Itaú e Banco do Brasil já oferecem essa facilidade.
O mais novo destaque que essas ferramentas possibilitam é a oportunidade de pagar conta apenas acionando a câmera do aparelho, dentro do aplicativo do banco, e apontando para o código de barras no boleto. O grupo Pão de Açúcar, por exemplo, usou essa tecnologia para inovar: desenvolveu modelo de compras em supermercado em que ocliente só precisa levar o smartphone.
O projeto Vitrine Virtual, em fase de teste no Shopping Cidade Jardim, em São Paulo, permite ao comprador escolher os produtos que precisa apenas mirando a câmera do celular para o QR Code — código que identifica o item. Feita a compra, o produto é entregue na residência, por um frete de R$ 13,90 no primeiro uso. Em compras futuras, o valor diminui. Sem gôndola, sem fila, sem necessidade de carregar dinheiro na carteira para compras do mês.
A praticidade chega aos aeroportos, acabando com longas filas e estresse: TAM e Gol têm aplicativos nos quais são possíveis fazer check-in e verificar a situação da passagem comprada e do voo via celular.
A evolução dessas ferramentas, somada à popularidade de smartphones e tablets, aponta caminho alternativo para como são feitos os pagamentos e o consumo, segundo Erick Vils, diretor da WebSoftware: “O dinheiro em papel terá seu tempo de vida, mas a cada dia ele perde terreno para soluções e digitais”.
Celular no lugar do cartão, transação financeira que não passa por banco e robôs no atendimento
ALTERNATIVAS
Ferramentas como os sites compra e venda PayPal e PagSeguro também modificam a maneira de consumir. De acordo com Erick Vils, da WebSoftware, são modelos flexíveis para administrar suas finanças. “Depois que alguém compra algo seu e paga via PayPal, você pode utilizar esse saldo no site para pagar contas. Neste cenário, são valores transferidos entre contas do próprio PayPal, não gerando receita para os bancos tradicionais”, avalia o especialista.
TECNOLOGIA À VISTA
As inovações não param com smartphones, tablets e Internet Banking, como afirma Rubens Freitas, gerente na Vertigo Tecnologia. Ele faz previsões: “Em alguns anos, novidades chegarão ao Brasil, como o pagamento via NFC (Near Field Communication), onde seu celular faz o papel do cartão de crédito, guardando seus dados criptografados”. Com isso, um dispositivo é encaixado no aparelho e substitui o cartão de crédito na hora de concluir os pagamentos.
BRASIL & NFC
Esse tipo de aparato já está em teste no País com o nome de PagPop, desenvolvido pela empresa VitalCred para atender à demanda de profissionais liberais e autônomos. A PagPop utiliza um dispositivo que transforma o celular em uma máquina de passar cartões de crédito. A novidade do sistema permite que o profissional também o utilize através de um computador ou telefone fixo, caso não disponha de um aparelho smartphone. O dispositivo da PagPop permite que o credenciado aceite cartões de todas as bandeiras e ainda conceda ao cliente o conforto de parcelar suas compras em até 12 vezes sem juros. Mais informações: www.pagpop.com.br.
AGÊNCIA DO FUTURO
O Bradesco lançou, na semana passada, no Shopping JK Iguatemi, em São Paulo, o modelo Next de agência bancária sem atendimento presencial. Com painéis touchscreen e atendimento com um robô, objetivo é extinguir filas bancárias e agilizar o atendimento.
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