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24 de fevereiro de 2015 - 18:06 - atualizado às 19:42

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Queda no lucro decorrente da redução de 22% nas tarifas de fixo para móvel será compensada por custos menores das operadoras

Por: Rodrigo Carro

Previsto para entrar ontem em vigor, a revisão do valor das tarifas para ligações — locais e interurbanas — de fixo para móvel terá um impacto na receita das concessionárias de telefonia fixa de até R$ 1 bilhão em 2015, segundo estimativa da consultoria Frost & Sullivan. Confirmada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) no início deste mês, a redução de até 22% nas tarifas ocorre em paralelo ao decréscimo do Valor de Uso Móvel (VU-M), remuneração que as operadoras celulares recebem pelo uso da sua rede.

Tanto o VU-M como os VCs (valores pagos pelas operadoras fixas às móveis, pelo uso da rede) vêm caindo, como parte de uma estratégia de barateamento dos serviços estabelecida pelo regulador. Na prática, a queda no faturamento das concessionárias de telefonia fixa será compensada por uma diminuição dos custos: as operadoras fixas terão de pagar um “pedágio” menor às celulares. Mas o saldo final tende a ser positivo para as concessionárias (Telefônica, Oi, Embratel, Sercomtel e Algar), avaliam especialistas.

“O impacto da mudança sobre as concessionárias de telefonia fixa a curto prazo é a queda de uma fonte importante de receita para as operadoras que é a interconexão. Porém, isso se traduz numa queda de preço para o consumidor e o serviço fixo se torna mais atraente num contexto em que a tendência é a migração do tráfego de voz fixa para voz móvel”, argumenta Carina Gonçalves, analista de telecomunicações da Frost & Sullivan.

A cada ligação de fixo para móvel, o valor cobrado do cliente que faz a chamada é repartido entre a operadora de origem e a de destino. Como as tarifas de interconexão (VU-M) vão continuar a cair até 2019, o valor das ligações de fixo para móvel também é ajustado para baixo — a revisão tarifária deste ano é a segunda, depois de outra realizada em 2014.“Se as operadoras reduzirem o preço para o consumidor isso pode ajudar a reduzir o ritmo de perda de clientes do serviço fixo e fidelizá-los com benefícios além do combo de serviços, planos ilimitados e pré-pagos ou híbridos”, acrescenta Carina.

A analista estima que o impacto máximo para as concessionárias do serviço de telefonia fixa seria de R$ 1 bilhão no total em 2015, na comparação com o ano passado. Já o consumidor terá queda de tarifa para chamar celulares. “Com certeza o telefone fixo vai ficar mais competitivo. Não sei se é suficiente para salvar o telefone fixo, mas dá um fôlego para o serviço”, afirma o superintendente de Competição da Anatel, Carlos Manuel Baigorri . Os percentuais de redução nas tarifas de fixo para móvel variam entre 12% e 22%, em média, de acordo com os códigos de DDD dos telefones de origem e de destino.

Paralelamente, as tarifas de interconexão vêm encolhendo, abrindo espaço para novas quedas no valor cobrado pelas chamadas de fixo para móvel. Atualmente, o VU-M está em R$ 0,17, na média, mas vai cair para menos de R$ 0,02 em 2019. “Essa foi uma estratégia da Anatel não só para baratear o serviço mas também para permitir que as operadoras ajustem seus modelos de negócios a um novo perfil de consumo do usuário, tornando-se cada vez menos dependentes da receita de voz”, argumenta o superintendente da Anatel.

“As tarifas de interconexão foram instituídas como uma forma de viabilizar o negócio. Com o tempo, é natural que sejam reduzidas, como já acontece em outros países”, diz Huber Bernal Filho, sócio-diretor da consultoria Teleco. No balanço final, a receita das concessionárias vai cair, mas os custos, também, resume Bernal Filho. “Essa redução não aconteceu da noite para o dia, seguiu um cronograma que permite às companhias se adaptarem”, lembra o consultor.

Embora a tendência seja de equilíbrio, o impacto específico da redução sobre cada concessionária precisa ser analisado caso a caso. Procurada, a Oi optou por não comentar o assunto. Já a Telefônica Vivo informou que está em quiet period — período de silêncio que precede a divulgação dos resultados financeiros — e por isto não poderia fazer comentários sobre o tema.

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