Por: Caio Zinet
As operações bancárias têm sido cada vez mais realizadas por meio de celular (mobile banking), com agências e o atendimento por telefone perdendo espaço. Estudo da Federação Nacional dos Bancos (Febraban) estima que o número de operações bancárias por meio de celulares saltou de 8 milhões em 2008 para 823 milhões em 2012. O número de contas com aplicativos para realizar tais operações passou de 200 mil para 6 milhões em igual período.
Ao mesmo tempo, o número de operações dentro das agências tem caído nos últimos anos. Dados da Febraban mostram que em 2008 o número médio de operações nas agências foi de 30,7 por conta. Em 2012, esse índice foi de 25,1. Os caixas eletrônicos, que oferecem cada vez mais serviços, absorveram parte dessas operações, mas tiveram um crescimento abaixo do mobile banking e que as transações feitas pelo internet banking. Em 2008 foram feitas 43,1 mil de operações, em 2012 esse número foi de 56 mil.
Para dar conta desse aumento de demanda, os bancos tiveram que aumentar os investimentos em tecnologia da informação (TI). Em 2008, as instituições bancárias gastaram R$12,1 bilhões para desenvolvimento de TI. Em 2012 essas gastos foram de R$20,1 bilhões, ainda de acordo com a pesquisa da Febraban.
O crescimento do investimento tem se revertido em menos custos de armazenagem de dados. Em 2008, os bancos tinham uma capacidade de armazenar 33,1 mil de TeraBytes a um custo de R$11,5mil por TeraByte. Em 2012, a capacidade saltou para 150,7 mil a um custo de R$3,6mil.
Para o diretor do departamento de canais digitais do Bradesco, Luca Cavalcanti, há inúmeras vantagens para os bancos no mobile e no internet banking. Uma dessas vantagens é que as contratações de crédito por via eletrônica apresentam um spread maior do que operações convencionais.
“Quando a pessoa pega um empréstimo pela internet ou pelo celular ela não barganha com o funcionário que está vendendo o serviço para ele e isso aumenta nossas margens de ganho”, afirmou o representante do Bradesco em evento realizado na última na manhã da terça-feira pela Serasa Experian em parceria com a Associação Nacional das Instituições de Crédito (Acrefi).
O diretor do segmento de cartões e varejo da Serasa Experian, Danilo Nascimento, acredita que o caminho dos bancos passa necessariamente pelo desenvolvimento de tecnologias. “O futuro das instituições financeiras depende muito da capacidade de desenvolver soluções para os múltiplos canais da nossa época, seja rede social, celular, operações no internet banking”.
Outra vantagem para as instituições financeiras desse tipo de operação é o custo de operação que é muito mais barato do que o dos canais tradicionais que demandam muitos funcionários.
“O custo dos canais digitais é muito menor do que o do especialista financeiro, que continua sendo vital para a operação financeira porque é ele quem oriente e encontra o produto para o cliente, mas a entrada da tecnologia ajuda no corte de gastos”, afirmou o Luca Cavalcanti.
Há, no entanto, algumas barreiras para o maior desenvolvimento desse mercado. Um deles é o desencontro de gerações no que se refere ao conhecimento das ferramentas de tecnologia. “54% dos clientes das empresas que possuem aplicativos ou não sabem que há um serviço disponível ou não sabem baixar e utilizar”, afirmou Luca.
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