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16 de novembro de 2014 - 14:07

Cadeia-de-pagamentos-como-uma-transacao-e-processada-televendas-cobranca

Por: Daniel Bento

Todo mundo conhece a mecânica de pagar com cartão. Você insere-o na maquininha, digita a sua senha e, em alguns segundos, tem uma resposta. O movimento é feito tantas vezes no dia que nem percebemos mais o que estamos fazendo.

Agora, você já parou para pensar o que acontece com os dados de seu cartão de crédito durante estes segundos, do momento que você colocou a sua senha até a máquina cuspir aquele papelzinho encaracolado?

A transação faz uma verdadeira volta ao mundo e passa por várias instituições que participam da cadeia de pagamentos eletrônicos, antes de voltar para o estabelecimento comercial. Veja abaixo por onde ela passa e quem faz o que.

A máquinha (POS) pertence a uma adquirente, uma empresa especializada em processar a “última milha” da transação que vem do estabelecimento comercial. Aqui no Brasil temos hoje a Cielo, a Rede, a GetNet/Santander, Elavon e 2 outros entrantes: Stone e a FirstData, isso só para falarmos das nacionais. A maquininha, equipada com um chip 3G ou ligada à linha telefônica, remete o pedido para um servidor central que iniciará o seu processamento. As vantagem de ter alguém fazendo essa “ultima milha” sao inúmeras, mas talvez a mais simples de todos entenderem seria a de que juntar todo mundo em um canal só evita termos uma máquina para processar um cartão Bradesco Visa e outro Bradesco Mastercard por exemplo, já imaginou quantas maquinetas uma padaria precisaria sem essa união no ponto de venda?

O adquirente recebe a informação e manda para a bandeira. Ela é a marca do seu cartão, que você reconhece sempre em qualquer lugar do mundo. As três mais conhecidas são Visa, Mastercard e American Express, todas internacionais, mas temos as nacionais também Hyper, Elo etc. O trabalho da bandeira é saber a qual banco seu cartão pertence, e encaminhar para ele a transação. Todo banco que emite cartões precisa se conectar com a bandeira, é justamente por isso que você pode usar seu cartão de crédito na loja da Apple em Nova Iorque, na padaria da esquina ou em um café em Tóquio.

Por fim, o último passo é do banco emissor. Ele é o dono do cartão, aquele que emite o plástico e mantém a relação com o consumidor. O banco recebe a transação da bandeira, verifica se aquele cartão é válido e se tem limite de crédito suficiente para aquela compra, sendo o responsável em grande parte pelas aprovações ou negativas de pagamento.

Eu disse no post sobre chargeback que o Banco é o responsável pelo cliente, enquanto o adquirente é o responsável pelo estabelecimento; a bandeira no entanto tem o papel de permitir que seu cartão seja aceito em milhões de empresas em todo mundo, ele regula o mercado e cria padrões de aceitação.

Depois de tudo isso a transação, já aprovada ou negada, faz o caminho de volta: banco, bandeira, adquirente, maquininha, informando à todos se a transação foi aprovada ou não.

Uma curiosidade sobre os POS’s, aquelas máquinas onde você digita sua senha na autorização de compra, você sabia que elas são quase como tanques blindados? Elas são produzidas com diversas tecnologias de segurança que tornam o sistema extremamente difícil de ser fraudado, se alguém tentar manipular essa blindagem, abrindo a máquina ou tentando ver o que tem tem debaixo dos números do teclado, a máquina simplesmente é destruída, existem circuitos de segurança que, quando manipulados de forma indevida simplesmente se quebram e a maquina para de funcionar.

Ninguém faz tudo isto de graça, claro. Cada ponto da cadeia fica um pedaço da taxa que é cobrada do estabelecimento comercial, que tem o nome técnico de MDR ou simplesmente taxa do cartão. O Brasil está processando algo como R$ 1 trilhão em transações por ano, sendo que 70% delas são do tipo crédito.

Quando você pensa que o número do seu cartão faz essa volta toda em poucos segundos, repetidamente por quase 10 bilhões de vezes ao ano somente no Brasil, pode ver que a cadeia de pagamentos é um sistema global e muito robusto. Da próxima vez que comprar com cartão, conte o tempo que a autorização leva. Se demorar muito, é provável que seja o 3G da maquinha, e não o sistema de processamento.

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