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Big Data permite captar tendências de consumo

por: Afonso Bazolli
fonte: Valor Econômico
06 de abril de 2015 - 18:05

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Por: Carmen Nery

Os projetos de Big Data – que visam a analisar grandes volumes de dados estruturados e não estruturados para a extração de informações relevantes – não estão se restringindo apenas às grandes corporações e vêm gerando resultados surpreendentes também para empresas de pequeno e médio portes.

O desafio é encontrar uma infraestrutura que suporte volumes massivos de dados. Esse é o caso da 5àsec, rede de lavanderias que faz uso do Big Data para rastrear, em tempo real, o que acontece em suas 400 lojas espalhadas por todos os Estados do país. Isso permitiu à empresa elevar em 15% o faturamento.

Para suportar o alto volume de processamento, a 5àsec conta com um conjunto de servidores alocados no data center da Locaweb que geram um tráfego mensal de 320,2 Gb. Dessa forma, o departamento de TI, em conjunto com o marketing, avalia os hábitos dos clientes loja a loja, além de realizar pesquisas que influenciem o negócio, como sazonalidade e tendências de clima e de moda, que determinam a entrada de tipos de peças de acordo com a estação, assim como a variação de preços.

Segundo Sérgio de Souza Carvalho Júnior, diretor de marketing, TI e CRM/SAC da 5àsec, a tecnologia está sendo exportada para a matriz na França e outras operações do grupo. O banco de dados estruturados conta com informações de consumo – quem compra quais serviços – curva ABC de peças, tíquete médio, tíquete por peça, sazonalidade de até cinco anos atrás, etc. A parte de dados não estruturados inclui dados econômicos, informações de blogs de moda e de redes sociais, além de revistas e de jornais.

“Isso nos permitiu fazer a divisão da rede em 18 clusters de lojas por localização geográfica ou tipos de consumidores. Com isso, podemos realizar até 19 campanhas simultaneamente”, diz Carvalho. Ele explica que um dos clusters não é regional e sim de clientes que têm o mesmo hábito de consumo, com poder aquisitivo diferenciado e que enviam peças mais complexas como vestidos de festa.

“Eles demandam serviços premium e são menos sensíveis a campanhas de preços. Outro dado curioso é que os consumidores do Nordeste são os que mais enviam edredons no verão. Fomos pesquisar e descobrimos que eles fazem uso intensivo de ar-condicionado, sentem frio à noite e precisam se agasalhar”, observa.

Os dados não estruturados permitem captar tendências de consumo e a demanda futura. No inverno de 2013, por exemplo, os blogs e revistas de moda apontavam que a tendência da estação seria de peças com cores vivas. “Fizemos uma campanha do serviço Appret, que aviva as cores, e tivemos um aumento de 8% no consumo”, exemplifica.

O Big Data também permite extrair informações que apontam os elementos que impactam negativamente o faturamento. A empresa descobriu porque, no verão, há uma redução na demanda justamente pelas peças principais que sustentam a operação, como camisas sociais, calças, blazers e vestidos. “Muitas empresas autorizam os funcionários a usar peças casuais. Isso gerou uma queda de 8% no faturamento das lojas dos Sudeste. Então, fizemos campanhas pontuais de itens do dia a dia e conseguimos recuperar 6% do faturamento perdido”, comemora.

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