Por: Sheila D’Amorim
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, anunciou nesta segunda-feira a criação do Sistema de Pagamento Móvel, que permitirá fazer transferências e pagamentos pelo celular.
Ao lado dos ministros Paulo Bernardo (Comunicações) e Tereza Campello (Desenvolvimento Social), ele defendeu a adoção de medidas para facilitar o acesso de pessoas que hoje estão fora do sistema financeiro como importante para a atuação do BC e o controle da inflação.
“Em uma sociedade plenamente incluída financeiramente, oscilações nas taxas de juros tendem a ter implicações mais fortes na expansão ou retração da demanda agregada facilitando e reduzindo o custo do controle da inflação”, enfatizou Tombini.
Ele acrescentou que a “eficiência do sistema financeiro e a estabilidade do poder de compra da moeda são objetivos que caminham juntos”.
O novo sistema de pagamentos ainda precisa de legislação específica, como antecipou a Folha.
De acordo com Bernardo, o texto está em discussão na Casa Civil e faz parte da estratégia da gestão Dilma Rousseff, de diminuir os custos das transações financeiras. A ideia, segundo ele, é que o texto seja encaminhado ao Congresso nos próximos dias.
“É uma necessidade. Precisamos reduzir os custos [das operações bancárias]“, afirmou. Segundo o ministro, “as operadoras vão ganhar, os bancos vão ganhar, mas acho que o grande benefício será a redução do custo para o consumidor”, defendeu.
EM DINHEIRO
O ministro destacou que a quantidade de pessoas que recebem salários e outros pagamentos em espécie no Brasil ainda é muito grande e não é exclusividade da classe de menor renda. “Nas classes A e B, 38% recebem seus pagamentos em dinheiro”, disse.
A ideia é que as pessoas possam usar o celular para fazer transferências e pagamento. Haverá um limite que será regulamentado pelo Banco Central.
Bernardo defendeu como ponto importante para o avanço da ideia do Sistema de Pagamento Móvel uma total comunicação com os sistemas atuais, evitando que possa haver um modelo fechado, desenvolvido por determinados bancos ou operadores e que não se comunica com os outros existentes.
Beneficiários do Bolsa Família e aposentados do INSS serão um dos alvos do novo sistema.
A ministra Tereza Campello destacou que metade das famílias inscritas no Bolsa Família nunca tomou crédito junto a bancos. No entanto, elas já pediram dinheiro emprestado com amigos, família ou organizações religiosas.
O dado, segundo a ministra, faz parte de uma pesquisa feita pelo governo e mostra que o espaço criação de produtos e serviços voltados para essa população é vasto. No entanto, ela ressalta que é preciso “desenhar produtos para essa população” e, não, adaptar o que já existe no mercado.
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