Por: Fernando Paiva
O gerenciamento de dispositivos móveis no ambiente corporativo ainda é exceção no Brasil, mesmo no universo das grandes empresas. É o que revela uma pesquisa realizada pela Navita com 204 líderes de tecnologia da informação (TI) de companhias de grande porte em atividade no País, nacionais e multinacionais. Em 77% delas não há qualquer solução de gerenciamento de dispositivos móveis (MDM, na sigla em inglês). Apenas 23% adotaram algum sistema do gênero, fornecido por empresas como BlackBerry, AirWatch, Navita, Samsung e outras.
Entre as que possuem uma solução de MDM, 37% a utilizam há menos de seis meses; 13%, entre seis meses e um ano; 25%, entre um e dois anos; e 25% há mais de dois anos.
A pesquisa também apurou se há implementação de políticas de “bring your own device” (BYOD) nas empresas, o que geralmente inclui soluções de MDM, mas não apenas. Somente 9% das grandes companhias entrevistadas disseram ter um programa de BYOD implementado. 32% não têm planos de adotar tal programa. E 59% responderam que pretendem implementar. Dentre estas últimas, 77% planejam fazê-lo em até dois anos; 15%, ainda em 2013; e 8%, após dois anos.
Vale lembrar que BYOD não significa simplesmente deixar os funcionários usarem seus próprios telefones e acessarem o webmail através deles. É preciso oferecer algum suporte, criar políticas de segurança etc. Adotar um programa de BYOD significa uma série de ações que envolvem não apenas a área de TI, mas também outros departamentos, como o jurídico. Entre os 9% dos entrevistados que disseram ter um programa de BYOD instalado em suas empresas, 95% afirmaram ter adotado políticas de TI e segurança para dispositivos móveis; 89%, políticas e processos de suporte ao usuário; 84%, mapeamento e homologação de dispositivos; 79%, políticas jurídicas; 74%, políticas de elegibilidade; e 32%, separação de conteúdo pessoal e corporativo.
Segurança
Em um cenário em que a maioria das empresas não adota qualquer solução de gerenciamento de terminais, problemas de segurança são frequentes e eventuais perdas de aparelhos se tornam uma dor de cabeça, já que não é possível apagar ou recuperar os dados à distância. 71% dos entrevistados revelaram já ter tido alguma ocorrência de perda ou furto de um celular corporativo; 44% relataram problemas com dados não criptografados; 44%, problemas com senhas; 19%, com dados perdidos que não tinham backup; e 18%, com dados pessoais que se tornaram públicos. Apenas 5% disseram nunca ter tido problemas de segurança com dispositivos móveis, mas reconhecem que o tema merece atenção.
Suporte
Geralmente, é a área de TI quem cuida do suporte a terminais móveis de uma empresa. Não raro, o mesmo técnico responsável pelos emails gerencia os celulares da empresa. A Navita recomenda, contudo, que sejam contratados técnicos especializados em mobilidade, pois se trata de uma tecnologia em rápida transformação, que requer atualização constante diante da chegada de novos sistemas operacionais, aplicativos e aparelhos.
Sobre o suporte prestado em mobilidade, seja internamente ou por terceiros, 51% dos entrevistados reconheceram que ele precisa ser melhorado e que é necessário estabelecer contratos de nível de serviço (SLA, na sigla em inglês). 34% disseram ser razoável, mas julgam ser necessário conhecer melhor os contratos vigentes. 14% disseram que é bom e apenas 1%, que é ótimo.
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