Por João Moretti*
Com que frequência você usa o SMS para se comunicar? Acompanhei a repercussão gerada pelo WhatsApp ter passado algumas horas fora do ar. O desespero dos usuários diz muito sobre o sucesso do app. Poucos dias depois de ser vendido por US$ 16 bilhões a Mark Zuckerberg, esse aplicativo de mensagens se tornou o maior exemplo que a forma de interação das pessoas através do celular está mudando.
Segundo a Flurry, empresa que analisa o uso de softwares em dispositivos móveis ao redor do mundo, em 2013 o uso de apps aumentou 115% em comparação ao resultado de 2012. Dentre as categorias de aplicativos que mais cresceram, a que mais se destaca é a de mensagens: 203% em um ano. Sendo assim, num mundo onde as pessoas migram cada vez mais para o WhatsApp e similares, ainda há espaço para o bom e velho SMS?
Acredito que antes de chegarmos a uma conclusão, é preciso analisar o contexto. O SMS ainda é muito utilizado como ferramenta de mobile marketing pelas organizações. Quem nunca recebeu no celular algum anúncio de promoção? Entretanto, esse tipo de ação parece estar com os dias contados. Há pouco a Anatel publicou novas normas que visam proteger o consumidor nos serviços de telecomunicações. Dentre elas, há uma que proíbe o envio de mensagens publicitárias pelas operadoras de telefonia móvel sem o consentimento do cliente. Não significa que não receberemos mais anúncios no celular, mas isso pode ser a primeira amostra do que vem por aí.
E não é só as empresas que tendem a enviar menos SMS, os consumidores também. Prova disso é que a Strategy Analytics divulgou há algumas semanas uma pesquisa que mostra pela primeira vez uma queda na receita dessas mensagens das operadoras globais, que em 2013 atingiu 104 bilhões de dólares. Isso significa uma queda de 4% quando comparado a 2012.
Sem contar que hoje no Brasil a cobertura de internet é precária em vários locais, mas quando for realmente boa no país todo, o SMS dificilmente vai conseguir concorrer de igual para igual com as mensagens instantâneas que trafegam na rede de dados.
Então, tudo aponta para um declínio do SMS. Em contrapartida, aplicativos como WhatsApp estão crescendo cada vez mais. Tanto que algumas empresas já estão criando um canal de comunicação por esse app. Um exemplo é o Jornal Extra, que no último ano colocou uma equipe para cuidar de sua conta no WhatsApp 24 horas por dia. O objetivo é receber por lá notícias, imagens e furos de reportagem.
*João Moretti é diretor geral da MobilePeople – empresa especializada em soluções móveis corporativas.
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