Por: Fernando Paiva
91% dos internautas brasileiros já receberam em seus celulares mensagens de texto (SMS) não solicitadas com propaganda. A pesquisa on-line foi realizada pela Opinion Box, a pedido de MOBILE TIME, com 1.901 pessoas, respeitando a distribuição geográfica, etária, de gênero e de renda da população brasileira que acessa a Internet. É razoável inferir que a proporção de nove em cada dez valha também para a base total de usuários de telefonia móvel no País, não apenas para aqueles que acessam a Internet, já que os spammers não segmentam seus ataques somente para tal grupo.
Segundo a pesquisa, 19% disseram que recebem spams com propaganda diariamente; 34,6%, algumas vezes por semana; 30,7%, algumas vezes por mês; e 15,6%, raramente. Como era de se esperar, a maioria não gosta de receber mensagens não solicitadas: 42,2% detestam; 34,7% não gostam; 20% são indiferentes; 2,5% gostam; e 0,3% adoram – talvez estes últimos tenham sido irônicos ou sejam eles próprios spammers.
Questionados sobre para quem reclamariam contra o envio de spam por SMS, 44,1% disseram que procurariam sua operadora celular. Em segundo lugar ficou a Anatel, citada por 19,4%. 17,6% responderam que não sabem para quem reclamar sobre o problema. E apenas 12% entrariam em contato diretamente com a marca autora da mensagem. Por fim, 5,2% prefeririam procurar o Procon e 1,7%, o broker de SMS.
SMS pirata
O problema é que a origem da grande maioria dos spams de propaganda por mensagem de texto vem de provedores de SMS pirata. São empresas não homologadas pelas operadoras e que, portanto, não são fiscalizadas ou monitoradas e nem precisam seguir contratos com as teles – somente, e quando muito, com seus clientes.
Rafael Pellon, diretor geral do MEF-LatAm, entidade que vem combatendo a prática do SMS pirata, esclarece que a maioria dos spams por SMS no Brasil na verdade não são campanhas de marketing de verdade, mas tentativas de fraude que geralmente tem origem de dentro de presídios. No caso de spam de propaganda efetivamente, Pellon concorda que a maioria vem de provedores de SMS pirata e comenta que as campanhas costumam ser disparadas entre sexta-feira e domingo, gerando picos de reclamações de consumidores no começo da semana seguinte.
Brokers homologados de SMS, por sua vez, exigem dos clientes o respeito ao opt-in, ou seja, que o consumidor tenha autorizado o recebimento das mensagens. E incluem a opção de cancelamento em todas as mensagens.
Vale lembrar que qualquer pessoa, assinante de qualquer operadora, pode contribuir para o combate ao spam por SMS encaminhando as mensagens indesejadas que receber para o número 7726, conhecido como Serviço de Relatório de Spam (SRS) e cujo objetivo é construir um banco de dados para o combate a essa prática.
Em seminário na última quarta-feira, 4, em São Paulo, operadoras, brokers e fornecedores de plataformas discutiram os problemas de fraude e spam por SMS. Novos golpes, como “smishing” e app-spam foram debatidos, assim como formas de combate, tais como filtros anti-spam. Nos EUA, a adoção de uma solução desse tipo conseguiu reduzir em 80% a incidência de spam por SMS em apenas oito meses. A cobertura completa do seminário “Fraude e abuso de SMS” foi publicada por MOBILE TIME e as matérias estão relacionadas abaixo, junto com outros resultados da pesquisa com a Opinion Box, que também tratou de aplicativos de mensagens over the top (OTT).
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