Por Felipe Maia
O Brasil é campeão mundial no tempo gasto em redes sociais: cada internauta fica em média oito horas e cinco minutos por mês nesses sites, segundo o Ibope Nielsen On-line. A consequência é a crescente demanda por profissionais que transformem essa paixão do brasileiro em publicidade para as marcas.
Mas trabalhar com comunidades virtuais é mais do que fazer posts atraentes no Twitter ou no Facebook.
“Embora a gente fale de analistas de mídia social, existem especialidades diferentes nesse universo”, diz Ian Black, presidente-executivo da agência New Vegas.
Quando a profissão surgiu, há cerca de cinco anos, era comum que as empresas contratassem pessoas que ficavam muitas horas na internet para cuidar de tudo o que fosse relacionado à sua presença nas redes sociais, desde a estratégia até o relacionamento com os consumidores. Hoje, isso mudou.
SEGMENTAÇÃO
A agência de marketing digital Frog, do Rio, chegou a divulgar um manifesto em que anunciava a “morte” do analista de mídias sociais e afirmava que a função na empresa seria dividida entre pessoas de planejamento, conteúdo, análise e pesquisa.
“Os próprios candidatos às vagas ficam confusos por não saberem exatamente qual é o escopo da profissão”, diz Roberto Cassano, diretor de estratégia da empresa.
Essa vontade de se especializar parte dos próprios profissionais. Marina Bonafé, 26, era coordenadora de mídias sociais de um site de downloads, mas neste ano decidiu mudar de emprego para se dedicar somente a um dos nichos da profissão, o de monitoramento.
“Eu verifico o que as pessoas estão falando sobre a marca, faço análises e dou ideias de posts para a área de conteúdo”, conta.
Algumas vezes, o trabalho com mídias sociais tem pouca relação com comunicação. Uma tarefa importante é analisar números sobre o desempenho das empresas e fazer relatórios, algo mais próximo da matemática e da estatística.
“Esse profissional precisa ter bom raciocínio lógico, saber analisar tabelas e gráficos”, diz Roberta Paixão, sócia-diretora da agência Espalhe.
REMUNERAÇÃO
Apesar da importância das redes sociais para as marcas, os profissionais ainda recebem salários baixos, se comparados aos de outras carreiras de publicidade relacionadas a mídias digitais.
Uma pesquisa da Abradi (Associação Brasileira das Agências Digitais) em 112 empresas do setor indica que, no Sudeste, um analista de mídia social sênior ganha em média R$ 3.661, a segunda pior remuneração entre as funções analisadas.
Jonatas Abbott, presidente da associação, diz que a tendência é que esse quadro mude em um futuro próximo.
“A demanda por esses profissionais é surpreendente. O cargo vai ser valorizado naturalmente”, diz.
A consultoria de recrutamento Michael Page aponta cenário positivo para a remuneração. A empresa indica a profissão de gerente de comunidade, que tem a função de criar e implementar estratégias corporativas em redes sociais, como uma das sete novas profissões do futuro.
Segundo a consultoria, a remuneração média para essas vagas vai de R$ 7.000 a R$ 10 mil no Brasil.
Marcelo Cuellar, “headhunter” da empresa, diz que esses salários mais altos são de pessoas com funções de coordenação, e não as envolvidas no “trabalho braçal” da profissão.
O consultor da Michael Page afirma que, atualmente, cresce nas empresas a exigência de que altos executivos tenham vivência no trabalho com redes sociais.
“As companhias procuram pessoas que saibam lidar com várias áreas do marketing e também tenham experiência comprovada em mídias sociais”, diz.
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