Por: Pedro Guasti
Um olhar atento ao seu redor permitirá a você, leitor, constatar facilmente como as redes se incorporaram ao dia a dia dos consumidores. No elevador, no transporte público, na sala de espera do consultório e no restaurante – antes, durante e depois da refeição – as pessoas estão com o smartphone nas mãos. Não tiram os olhos do Facebook, Instagram ou Twitter até mesmo enquanto andam na rua! O acesso a sites do gênero acontece também, claro, se a pessoa estiver diante de um computador no trabalho ou em casa. Conversar, buscar informação, se comunicar, se divertir, ver vídeos: as redes sociais servem para todas essas atividades – e também para comprar.
Conforme o digital se populariza e atrai um número cada vez maior de consumidores, mais as empresas estudam maneiras de interagir e gerar negócios com seus públicos nesses ambientes. Para ser mais exato, a sofisticação no uso dos canais digitais é tamanha, que a tendência daqui para frente será a utilização crescente do comércio por meio das redes sociais – ou social commerce, como se diz no jargão do mercado.
Antes de uma análise mais detalhada sobre esse fenômeno, vamos investigar o universo no qual essa nova modalidade de negócios se encontra. Segundo dados da E-bit, o varejo online convencional cresce entre 25% e 30% ao ano, apresentando índices cerca de dez vezes maiores que o varejo off-line. E as compras realizadas por smartphones também só aumentam, o que é motivado pelo fato de que 85% da população brasileira (ou 143 milhões de pessoas) já usa aparelho celular, segundo a pesquisa TIC Domicílios, do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade de Informação (Cetic.br). Desses, 20% têm acesso à internet. Outro dado importante é que no início de 2013 as vendas concluídas por meio de dispositivos móveis representavam 2,5% das vendas online no País, em dezembro do ano passado já alcançavam quase o dobro, com 4,8%.
Se observarmos os dados relacionados a redes sociais, veremos que 90,8% dos internautas do País acessam esses sites e 60% dos brasileiros acessaram alguma rede. As redes que mais conquistaram usuários foram o Facebook (27,5%), Google (27%), Twitter (11,8%) e YouTube (9,4%).
Diante desse cenário, as empresas devem estudar como se beneficiar da sociabilidade digital do consumidor. Uma das pioneiras nesse processo é a construtora Tecnisa, que já realizou venda de imóveis pelo Twitter e pelo Facebook. No lançamento do empreendimento Jardim das Perdizes, em São Paulo, por exemplo, pelo menos R$ 20 milhões foram gerados em vendas por meio do Facebook, segundo a empresa. No campo do varejo, o Magazine Luiza é outro exemplo de companhia que abraçou o social commerce. A rede varejista criou em 2011 um projeto chamado Magazine Você, que possibilita a venda direta pelo Facebook. Pela iniciativa, as pessoas podem fazer todo o processo de compra na própria rede social.
Só para citar outro caso – desta vez internacional -, no ano passado foi lançado o aplicativo Osom, uma espécie de Instagram que tem o botão de comprar. Desenvolvido por uma startup sueca, ele permite ao consumidor navegar em um ambiente no qual diversas pessoas estão vendendo produtos. Ao encontrar um item de seu interesse, a pessoa aperta o botão e, em seguida, faz contato com o respectivo vendedor. Como a venda é efetivada num ambiente externo, o aplicativo funciona como uma vitrine mais lúdica, o que só reforça a visão das redes sociais como instrumento de atração e geração de vendas, direta ou indiretamente.
Como se vê, o social commerce está entre nós e a tendência é que se fortaleça nos próximos anos. Assim, a questão que se coloca para as empresas é como se preparar para essa nova realidade comercial. E também pensar soluções criativas e eficazes para vencer na era do comércio social.
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