Por: Carmen Nery
Intensivo em bens de capital, o setor de energia é um dos que mais avançaram na digitalização, não só com a automação desses ativos, mas na introdução de inovações para a melhoria do relacionamento com os consumidores. Charles Lenzi, presidente da AES Eletropaulo, informa que a digitalização da empresa começou há dez anos, com a automação da geração, via digitalização das subestações e de todos os sistemas-chave de subtransmissão da rede de média e alta tensão. Com isso, a empresa consegue ter operação remota de todas as chaves por meio de uma rede híbrida de rádio e PLC (Power Line Carrier).
Em 2013, foi iniciado um grande projeto para a rede de baixa tensão em Barueri (SP) com recursos de P&D. O projeto foi bem-sucedido e, como resultado, a AES implantou equipamentos que permitem operação remota em toda a área de concessão. Já foram instalados mais de 9 mil chaves e 3 mil detectores de faltas que chegarão a 7,2 mil até o final do ano.
“Em 2016 investimos R$ 791,5 milhões. De 2017 a 2021, vamos chegar a R$ 4 bilhões para a melhoria da qualidade, novas formas de atendimento, automação e modernização da rede”, diz Lenzi.
A Light já conta com 1 milhão de medidores inteligentes instalados no Rio de Janeiro, número que deverá chegar a 1,5 milhão até o final do ano, contemplando também a região metropolitana. Eles estão conectados, via rede Mesh, diretamente ao Centro de Controle e Medição da Light e já preparados para geração distribuída, podendo medir consumo e geração de consumidores que venham a instalar painéis fotovoltaicos.
“Já conseguimos saber o consumo diário e identificar perfis de demanda. A partir de setembro, vamos fazer um piloto para medição, emissão e entrega de fatura. Até o final de 2018, o projeto atingirá 90% dos clientes”, diz Dalmer Alves, diretor de engenharia.
A Enel programou, em nível global, investimentos de € 4,7 bilhões em digitalização, com projetos para atingir a manutenção preditiva, além de soluções que visam a melhoria da interface digital dos consumidores no relacionamento com a empresa por meio de aplicativos, site e redes sociais.
Para fomentar a inovação, a Enel criou o Inspire Empreendedores e a Energy Start, primeira aceleradora da América Latina dedicada a startups de energia e criada em parceria com a Ace. Em duas edições, do Inspire Empreendedores foram 122 ideias de 68 colaboradores com seis projetos selecionados para aceleração de 18 meses, com dez colaboradores. Já o foco da Energy Start são startups ligadas a digitalização (IoT), energias renováveis, sustentabilidade, eficiência energética, cidades inteligentes e E-Mobility.
Entre as aplicações, um dos destaques é a solução desenvolvida pela Tivit, a ferramenta GoTo para supervisão de 1419 equipes de campo nas duas áreas de concessão no Rio de Janeiro e no Ceará. Segundo Fabiano Droguetti, diretor de aplicações e operações digitais da Tivit, após três meses de implantação, houve uma otimização de mais de 25% do custo.
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