Por: Jonatan Fortes
Que a poesia está na propaganda, todos nós sabemos. O marketing e seus caminhos, o funil de vendas, a conquista de leads. Todos os processos parecem uma poesia (com cara de prosa) e tudo o mais que puder ser. As estratégias de fidelização, todas – todas! – As promessas que são feitas pelas marcas são a prova de que o relacionamento não pode ser diferente de um amor – verdadeiro – e fiel.
Aqui não há espaço para lealdade, mas sim, a fidelidade! E como explicar a fidelidade tão desejada pelas empresas – do ponto de vista das marcas? Aqui me atrevi a fazer uma explicação a partir de uma análise mercadológica do Soneto da Fidelidade, de Vinicius de Moraes. Acompanhe a seguir, linha por linha, de uma visão “chorosa” da fidelidade que as marcas tanto desejam:
“De tudo, ao meu amor serei atento antes”
Não há nada que aconteça que não seja – antes – avaliada a posição do cliente. Este amor não pode ser tão pequeno que outras coisas sejam observadas antes dele. Ao “amor” deves ser atento, e pronto! Como não prestar atenção no cliente? Ele que manda!
“E com tal zelo, e sempre, e tanto”
O cuidado permeia os processos. Cada detalhe a ser avaliado, desde o início do funil, passando pelas conexões, os leads, sempre é preciso prestar atenção, como satisfazer, como chegar ao ápice do desejo realizado. Atenção indispensável e irrevogável. “Tanto” é a palavra!
“Que mesmo em face do maior encanto”
Mesmo que aparentemente ele seja seu (cliente), que ele esteja afim, que o cliente possa estar com seus desejos atendidos e satisfeitos. Mesmo assim…
“Dele se encante mais meu pensamento”
O mais importante é prestar atenção nele; no que pensa; no que fala; no que sente. Não dá para ficar encantado com as palavras bonitas, com a regularidade de compra, com tudo o mais e esquecer-se dos detalhes. Preocupação diária, “pensar” nele é o que vale!
“Quero vivê-lo em cada vão momento”
Estar presente! Viver em cada “momento” do seu dia – sem ser chato! – Amores (clientes) querem liberdade, portanto invista em experiências e eles voltarão. (Saca aquele texto das borboletas e o jardim? Por aí!) Faça com que o cliente o perceba como parte da sua vida, uma necessidade e ao mesmo tempo uma companhia. O amor é assim!
“E em seu louvor hei de espalhar meu canto”
Enaltecer esse amor, dizer o quando ele é importante. Lembrar-se das datas. Os amores querem ser importantes, e mais do que isso, é dever das marcas mostrar o quanto o são. Homenagens, lembranças, carinho explícito. O “canto” aqui é uma espécie de encantamento.
“E rir meu riso e derramar meu pranto”
Experiências, de novo elas. Participar da vida do cliente, estar presente nos momentos bons e nos ruins, conseguir captar a importância desse relacionamento para ambos e se mostrar presente. Marcas atualmente são mais do que uma simples necessidade, elas fazem parte do dia-a-dia. Esteja lá, sempre!
“Ao seu pesar ou seu contentamento”
No amor e na dor. Na alegria e na doença; quase um casamento. O relacionamento deve ser indissolúvel. A conexão que pretende ser eterna precisa estar lá, pronta para qualquer batalha.
“E assim quando mais tarde me procure”
Se por ventura algo acontecer… Algo que não seja possível prever, nem antecipar, nem resolver…
“Quem sabe a morte, angústia de quem vive”
O fim. A troca por outra marca; o relacionamento terminar, por algum motivo…
“Quem sabe a solidão, fim de quem ama”
Não precisa mais. O motivo que for… Se não houver mais aquele amor, aquela conexão que durou (afinal) tanto tempo…
“Eu possa lhe dizer do amor (que tive):”
Seja possível dizer daquele cliente, daquele amor que houve, daquele relacionamento que foi tão bonito…
“Que não seja imortal, posto que é chama”
Que não terminará assim, como algo frágil. Todo esse processo, a preocupação, a presença, o cuidado e o zelo, foram capazes de transformar momentos (experiências) em raízes. E por fim…
“Mas que seja infinito enquanto dure”
Fazer com que nada possa sobrar de ruim deste relacionamento e que até o momento final, seja perfeito, repleto de momentos de alegria e contentamento. Cheio de flores e sorrisos pelo caminho, ”infinito”, mesmo que encerrando um ciclo de consumo.
E se for possível mudar o final do poema, que seja este fim o resultado de algo tão perfeito que possa transcender gerações e passar para um estágio além da fidelidade, e que termine com uma frase do tipo: “Mas que seja infinito, e só”.
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