Temos visto nas últimas semanas as massas caminhando, protestando em passeatas e em manifestações contra vários aspectos relativos à gestão pública. Quando se fala ou se debate a questão do atendimento em serviços públicos é de senso comum que é ruim, é uma porcaria ou não funciona.
Entre as distintas demandas, legítimas dos cidadãos, estão alguns serviços, como a saúde, a educação, o transporte que deveriam ser objetivo de preocupação primária do administrador público em relação à questão do atendimento ao usuário. Infelizmente isso não é algo que costume ocorrer em nosso país. Se para o gestor de uma organização privada, que normalmente tem concorrência, o fato ou a pouca preocupação com esse aspecto da gestão leva o cliente ou a ir buscar alternativas substitutas de fornecimento essa preocupação é ou deveria ser predominante no caso do gestor público. Nesses serviços mencionados há concorrentes ou alternativas de substituição (no caso da saúde médicos e planos privados; no caso do transporte táxi; e, ainda, no caso de educação escolas particulares).
Ainda, não podemos nos esquecer de que em caso de mau atendimento, o consumidor quer de forma isolada quer coletivamente pode além de desistir desse fornecedor propor um boicote a esse. Isso não é possível ou viável no caso desses serviços públicos. Problemas de recursos existem, de infraestrutura, de espaço físico de tecnologia também. Mas a primeira pergunta que devemos fazer é: Será que se houvesse uma preocupação com o bom atendimento tanto aos colaboradores, respectivamente médicos e profissionais da saúde, motoristas e cobradores, professores e auxiliares de ensino quanto para com os usuários desses serviços essas manifestações não teriam um mote ou motivo um pouco distinto.
Lembremos que tanto a premissa quanto a real necessidade de se prestar um bom atendimento ao cliente ou consumidor qualquer que seja esse, não representa uma possibilidade ou alternativa exclusiva a entidades privadas que entre outros almejam o lucro. O cidadão também tem o seu limite e a sua capacidade de aguentar ineficácia e ineficiência. Agora, quando essas além dessas questões, são permeadas pelo mau atendimento, só resta ao povo como arma protestar.
Afinal de contas, preços caros nós até aceitamos pagar (quando julgamos que vale a pena), mas pagar caro – no caso da população, os tributos – e além de tudo não ter atenção adequados, ninguém aguenta.
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