É latente a necessidade de alinhar os interesses entre contratantes e contratadas, que empregam hoje cerca de 656 mil profissionais terceirizados no contact center
Por: Lucas Mancini
Nos últimos anos, é notória a evolução e dinamização das relações trabalhistas e das formas de contratação de mão de obra para atender o novo padrão competitivo das empresas em seus mercados de atuação, bem como para assegurar melhores condições laborais aos trabalhadores. Nesse cenário, a terceirização de atividades, por meio de prestadores de serviços, já é uma realidade mundial experimentada e positiva. Afinal, as companhias precisam se focar em seus negócios para potencializar sua produtividade e resultados, além de gerar mais empregos. A discussão sobre o ato de terceirizar no Brasil acena com uma definição necessária orientada pelo Projeto de Lei 4330/2004, de autoria do deputado federal Sandro Mabel (PMDB/GO).
Com isso, este aquecido debate sobre a regulamentação da terceirização de serviços públicos e privados avançará, no próximo dia 14 de agosto, quando o PL será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). A maturidade social e econômica brasileira precisa ser ampliada com este tipo de organização que beneficiará diversos setores produtivos, entre eles, o de contact center.
Relacionar-se com seu público de interesse é, e sempre será, fundamental para as duas pontas envolvidas – empresa/cliente. É uma tarefa complexa e sofisticada que exige constantes treinamentos, investimentos em tecnologia de infraestrutura e de hardware e, sobretudo, da presença de especialistas na área. Ou seja, é latente a necessidade de alinhar os interesses entre contratantes e contratadas, que empregam hoje cerca de 656 mil profissionais terceirizados no contact center, em um segmento que movimentará R$ 40 bilhões no Brasil em 2013, de acordo com a consultoria E-Consulting.
Ainda para esse ano, estima-se que o número de funcionários totais trabalhando nos contact centers aumente em 11,6%, o que corresponde a 1,84 milhão de pessoas empregadas, o que o configura como um dos maiores geradores de empregos no país.
E tem potencial para empregar ainda mais. Porém, em 2012 e 2013, identificou-se que empresas prestadoras de serviços de vários países desistiram de se instalar no Brasil por causa deste tipo de indefinição regulatória. Estas amarras impedem o crescimento da economia, a elevação da qualidade dos serviços prestados e a geração de novos postos de trabalho.
Está na hora de se discutir a especialização dessas empresas e mostrar que elas estão capacitadas para desenvolver tais atividades. O Projeto de Lei prevê a contratação apenas de companhias especializadas e isso significa que as organizações terão de seguir normas para poder se candidatar à prestação de serviços em contact center, o que é muito positivo.
Neste sentido, há a preocupação da responsabilidade solidária entre contratante e contratada no que diz respeito, principalmente, às obrigações trabalhistas. Para dirimir este aspecto, o Sintelmark (Sindicato Paulista das Empresas de Telemarketing, Marketing Direto e Conexos) já está em processo avançado de estruturação de indicadores que avaliarão a saúde financeira da empresa, fatores legais, entre outros, com o objetivo de adequá-las para assegurar uma relação saudável na prestação de serviços, minimizando impasses futuros e potencializando o cumprimentos da lei.
Somado a isso, a relação entre o sindicato laboral e patronal deve ser analisada individualmente, de acordo com cada setor. No caso do mercado de contact center, há 18 anos, ambos contam com um relacionamento transparente e preocupado em sempre aprimorar questões sócio-trabalhistas.
É importante destacar a evolução da terceirização no Brasil e como esse negócio impacta na economia e na vida do trabalhador. A regulamentação contribuirá para a geração de empregos para o contact center e outros setores.
Essa discussão deve ser levada adiante, chegando até a sociedade, que será a mais beneficiada com as mudanças. Dessa forma, o empresariado precisa se atentar aos desdobramentos deste importante assunto que, com certeza, influenciará na tomada de decisões e no crescimento das companhias em seus nichos de mercado.
Lucas Mancini é presidente do Sintelmark (Sindicato Paulista das Empresas de Telemarketing, Marketing Direto e Conexos).
CADASTRE-SE no Blog Televendas & Cobrança e receba semanalmente por e-mail nosso Newsletter com os principais artigos, vagas, notícias do mercado, além de concorrer a prêmios mensais.