Por: Leandro Souza
A GS1 Brasil divulgou uma pesquisa sobre o atual cenário do mercado de automação e o uso de código de barras nas cadeias de automação e varejo. Um dos apontamentos da pesquisa é o aumento do foco no consumidor e o crescimento da percepção dos clientes no uso destas tecnologias.
De acordo com a entidade, que difunde globalmente o uso de padrões de identificação para produtos, a pesquisa aponta que 89% dos consumidores entrevistados usam código de barra em suas compras.
Segundo Marina Pereira, gerente de inteligência de mercado da GS1 Brasil e uma das responsáveis pela pesquisa, o consumidor brasileiro está rapidamente evoluindo em maturidade no uso dos códigos como um instrumento de informação dos produtos e não apenas de consulta de preços.
“O consumidor já deu os primeiros passos no entendimento da tecnologia, mas agora quer ir além, e é dever dos fabricantes e varejistas investir nesta experiência”, afirmou a especialista.
De acordo com a pesquisa, 88% dos entrevistados desejam que os códigos contenham informações como validade do produto, e 86% tem interesse em consultar dados adicionais do produto usando aplicativos móveis.
“Estamos em uma era do marketing dos sentidos, em que a experiência de consumo será decisiva para ganhar o consumidor. O uso códigos de identificação terá que ir além do uso na cadeia de suprimentos e se aproximar do cliente”, destacou Pereira.
Para as empresas, a preocupação com os consumidores na adoção destas tecnologias não chega a ser uma unanimidade. 66% das companhias entrevistadas afirmaram que acompanham de perto o desenvolvimento tecnológico para estar em linha com o mercado e desejo dos clientes.
Entretanto, o que de fato é colocado em inovação parece pouco. De acordo com as empresas que declararam investir em novas tecnologias, 27,7% delas apontaram um repasse de 1% a 2% de seus faturamentos nesta direção.
Para reverter esse quadro, a entidade está trabalhando junto com o setor varejista, o mais representativo no uso de códigos. Segundo a pesquisa, cerca de R$ 189 bilhões são movimentados anualmente em vendas feitas via código de barra.
“Os consumidores estão pedindo inovações na experiência de compra, só que tem dificuldade em tangibilizar isso no presente. É papel nosso e dos varejistas em dar este passo, tanto para ganhos operacionais como também na conquista do cliente”, destacou Pereira.
Além disso, a empresa também mira o futuro, tentando levar seus padrões para tendências que farão parte da realidade do consumidor nos próximos anos, como é o caso da Internet das Coisas.
Conforme Pereira, o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer em relação a mercados mais maduros, como Estados Unidos e Ásia, que já estão à frente do uso automatizado de equipamentos para a venda e controle de produtos.
Exemplos são de marcas como Best Buy, que tem quiosques automatizados para a venda de produtos em aeroportos e outros ambientes de grande fluxo. No Brasil, não existem grandes iniciativas do tipo até o momento.
“O mercado local precisa amadurecer mais para poder trazer este tipo de inovação. Neste meio tempo estamos atuando como influenciadores nesta transição. Saímos de ser uma empresa apenas focada nos negócios entre empresas (B2B). Agora somos B2B2C”, finalizou Pereira.
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