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Vivo adota práticas da GVT e reduz terceirização

por: Afonso Bazolli
em: Notícias
fonte: Valor Econômico
03 de agosto de 2015 - 18:30

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Por: Ivone Santana

O novo presidente da Telefônica Brasil, Amos Genish, já começou a levar um pouco do conhecimento da GVT, que presidia até recentemente, para a marca Vivo. Reduzir a terceirização de funcionários e contratá-los diretamente, e começar a testar em São Paulo a tecnologia híbrida da GVT, de fibra óptica com cobre, estão entre as iniciativas do grupo. No primeiro semestre, a companhia registrou receita líquida operacional de R$ 18,9 bilhões, 10% acima a de igual período de 2014. No valor está considerada a consolidação com a GVT, ocorrida em maio deste ano.

As equipes de campo da GVT são quase 100% próprias, enquanto na Vivo são quase todas terceirizadas. A Vivo começou a renegociar e reduzir os contratos com os terceiros e, em 12 meses, pretende contratar 2 mil funcionários, elevando para 40 mil seu quadro direto, disse Amos Genish, presidente da Telefônica Brasil, em entrevista exclusiva ao Valor. Até o ano passado, a Vivo tinha 18,4 mil funcionários diretos. Ao integrar a GVT, o total passou para 38 mil.

Os colaboradores diretos não vão chegar a 100% do quadro, disse Genish, mas ele vai misturar o modelo e adicionar pessoas. Com o tempo, o parceiro terceirizado deverá entender que a empresa mudou e está impondo outro nível de qualidade, afirmou.

O executivo descarta demissões nos próximos meses. No começo do ano, a Vivo demitiu cerca de mil funcionários. Genish disse que está havendo um redesenho da organização. A prioridade é posicionar mais pessoas para interagir com o cliente. Funcionários da área burocrática não fazem o perfil da nova empresa, o que pode ocasionar trocas.

A empresa vai iniciar em dois meses uma campanha de marketing para comunicar aos consumidores a integração da GVT. Os clientes com produtos e serviços da GVT e Vivo começarão a receber as duas contas em um só envelope. A partir de abril, será uma conta única em nome da Vivo.

A marca GVT será extinta em 1º de abril. A campanha será em fases e deve durar até ocorrer a troca, disse Genish. Desde 1º de junho, GVT e Vivo funcionam como uma só empresa. Haverá também um só portfólio de produtos em abril. Os novos clientes só poderão comprar sob esse portfólio, enquanto os atuais serão estimulados a mudar, por meio de promoções. Genish estima que essa migração completa deve durar três anos.

“O processo é demorado, é um passo enorme que estamos dando”, disse o executivo. A integração de infraestrutura, sistemas, cobrança e serviços é complexa e leva tempo. Além disso, milhões de assinantes de cada serviço (voz, banda larga e TV por assinatura) precisam ser transferidos.

A companhia vai economizar com investimento e despesa operacional com a fusão. O plano é cancelar o aluguel de 7 mil linhas contratadas de outras operadoras até 2019, à medida que os contratos vencerem. São trechos onde a Vivo não tinha rede, mas nos quais precisava chegar até a casa do cliente (a chamada última milha).

Até agora, foram cancelados aluguéis de 200 linhas. Genish não revelou a economia projetada com esse processo, mas o Valor apurou que o aluguel custa cerca de R$ 1 mil por mês por linha. Com a infraestrutura integrada, a Vivo terá acesso até a casa do cliente e não precisará mais pagar aluguel.

Em busca de sinergias pela fusão das empresas, a Telefônica renegociou 50 contratos com fornecedores para obter condições mais favoráveis. A economia anual esperada é de R$ 60 milhões. Além disso, a empresa vai abrir 40 licitações para recebimento de propostas, informou o diretor de finanças, Alberto Horcajo. Outros R$ 62 milhões serão obtidos com a renegociação de contratos corporativos com oito companhias.

Os ganhos de sinergia totais passaram de R$ 9,6 bilhões durante a fase de negociação da GVT para R$ 16,2 bilhões após o fechamento do negócio, no melhor cenário. Segundo Horcajo, no terceiro ano da integração a sinergia vai chegar perto de 70%.

A Telefônica vai submeter ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a troca de ações com a Vivendi, no contexto da aquisição da GVT. Horcajo espera que a autarquia tenha uma resolução até setembro.

Ontem, a Telefónica da Espanha assinou um acordo com a Vivendi, com a promessa de entregar 6 milhões de ações próprias, representativas de 0,95% de seu capital, em troca de 58,4 milhões de papéis preferenciais da Telefônica Brasil, correspondentes a aproximadamente 3,5% do capital.

O balanço pro forma do segundo trimestre considera os resultados da GVT a partir de janeiro de 2014. Por esse critério, houve queda de 56,4% no lucro, para R$ 932,9 milhões.

A queda ocorreu, principalmente, porque o desempenho do ano passado contou com um impacto positivo decorrente da revisão das bases fiscais de certos intangíveis, resultado da combinação das empresas. O efeito líquido positivo foi, então, de R$ 1,196 bilhão. Não fosse isso, a variação anual do lucro líquido recorrente seria de 1,4%.

A receita operacional líquida ficou em R$ 10,43 bilhões, com alta de 5,4% na comparação anual. Os custos operacionais subiram 6,5%, para R$ 7,3 bilhões. (Colaborou Daniela Meibak)

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