Segundo fonte, Telecom Italia usaria sua subsidiária como um veículo para adicionar toda ou parte dos ativos da Oi em uma eventual compra
Por: Guillermo Parra-Bernal e Danilo Masoni
A operadora TIM Participações contratou o banco de investimento do Bradesco para analisar uma oferta para compra da rival Oi, disse à Reuters uma fonte com conhecimento do assunto.
A Telecom Italia, controladora da TIM, usaria sua subsidiária como um veículo para adicionar toda ou parte dos ativos da Oi em uma eventual compra, disse a fonte, que pediu para não ser identificada porque a questão é confidencial. TIM e Bradesco não comentaram.
O Bradesco foi um dos assessores da TIM em sua oferta rejeitada de compra da operadora de banda larga GVT, adquirida pela espanhola Telefónica recentemente. O mandato do Bradesco com a TIM foi primeiro informado pela Bloomberg.
Uma eventual compra da Oi permitirá que a Telecom Italia fortaleça sua posição no mercado altamente competitivo no país, que passa por consolidação e enfrenta desaceleração econômica e declínio de margens.
Uma segunda fonte próxima ao tema disse que o controle da Oi permitirá à TIM se tornar a maior operadora integrada de telecomunicações do Brasil. “É o ativo certo para se olhar, mas é mais fácil dizer do que fazer”, disse a fonte, que pediu para não ser identificada.
O analista da HSBC Securities Luigi Minerva disse que a TIM parece estrategicamente mais fraca do ponto de vista concorrencial na comparação com Oi, Telefónica e América Móvil, dona da Claro, já que não conta ofertas de TV e telefonia fixa amplas o suficiente para vender pacotes de serviços.
As ações da TIM fecharam em alta de 0,24 por cento, a 12,50 reais nesta sexta-feira. As ações preferenciais da Oi subiram 4,49 por cento, para 1,63 real.
Mas pode ser muito cedo para dizer se a Oi, que no mês passado contratou o grupo BTG Pactual para analisar uma possível oferta conjunta pela TIM com a América Móvil, poderia sair de compradora para comprada, disseram Minerva e outros analistas.
O BTG Pactual quer adicionar a Telefónica em uma oferta conjunta pela TIM, mas a última está focada na incorporação da GVT em sua plataforma, disse no mês passado à Reuters uma fonte com conhecimento direto do tema.
Um contratempo pode ser o peso da dívida da Oi, de 46 bilhões de reais. Atualmente, a dívida líquida da TIM é equivalente a cerca de 0,2 vez o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda).
“Está claro que a TIM precisa avaliar a situação financeira da Oi com cuidado. Mais uma vez, é uma questão de preço”, disse a segunda fonte.
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