Por: Carolina Oms e Vinícius Pinheiro
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu aprofundar a análise dos impactos para a concorrência da compra do HSBC Brasil pelo Bradesco, o que pode atrasar a aprovação do negócio. A superintendência do órgão pediu a elaboração de estudo interno quantitativo a respeito de impactos concorrenciais decorrentes do negócio. A decisão foi publicada ontem no “Diário Oficial da União”.
O Bradesco anunciou a compra da unidade brasileira do HSBC em agosto do ano passado, por US$ 5,2 bilhões. O aval do Cade é a última etapa para a conclusão do negócio. O prazo é importante para o Bradesco porque, nesse período, os correntistas do HSBC ficam mais vulneráveis ao assédio da concorrência.
Na decisão, o Cade informa que resguarda a possibilidade de requerer a dilatação do prazo de análise da operação, “o que por ora não se faz necessário”. O órgão antitruste tem prazo legal de 240 dias para avaliar a transação, protocolada pelo Bradesco em 27 de outubro. Com isso, tem até 23 de junho para se manifestar sobre a operação, mas caso peça a extensão do período de análise, que pode chegar a 330 dias, o processo pode se arrastar até 21 de setembro.
Além da avaliação do departamento de estudos econômicos, a superintendência do Cade pediu a apresentação, a critério das partes, das eficiências econômicas geradas pela operação e permitiu que os bancos apresentassem estudos que possam “mitigar as eventuais preocupações concorrenciais identificadas pela superintendência-geral”. Procurado, o Bradesco informou que não comenta questões que estejam sob avaliação de órgãos administrativos ou judiciais. “O banco aguarda a integralidade das aprovações necessárias para dar curso ao negócio”, acrescentou, em nota.
Questionado sobre a operação durante a teleconferência de divulgação de resultados, na semana passada, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Tracuco Cappi, reafirmou a expectativa de aprovação nos próximos meses, sem, contudo, estimar uma data precisa. No ano passado, em um prognóstico “conservador”, o banco esperava que a operação fosse avaliada até o fim do primeiro trimestre de 2016, segundo uma fonte.
O Banco Central aprovou o negócio no início de janeiro. O aval veio acompanhado da assinatura de um acordo para manutenção de valor de tarifas e de agências e melhora no atendimento de clientes, para atenuar os impactos concorrenciais da compra.
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