Por: Elisa Soares
A seguradora espanhola Mapfre está expandindo sua atuação no Brasil. Além da parceria com o Banco do Brasil no país, ela começou a atuar, em novembro, na área de planos de saúde. A operação exigiu investimento de R$ 15 milhões e está em fase piloto.
O presidente-executivo global da companhia, Antonio Huertas, disse ao Valor que a atuação da Mapfre em previdência e saúde é estratégica e deve ser intensificada nos países onde a companhia atua. Em visita ao Rio, o executivo acaba de voltar da Turquia, onde participou de encontro com os presidentes da companhia de diversos países, onde a estratégia foi definida.
“Estamos tentando melhorar a atuação nessas áreas. Gostaríamos de, em um horizonte de três anos, ter maior presença nesses segmentos nos países onde atuamos”, disse. Huertas sabe que o mercado de saúde é bastante competitivo no Brasil e, por isso, por enquanto não tem meta de perseguir a liderança no segmento.
A Mapfre Saúde deu entrada no cadastro da operadora de planos de saúde, junto à Agência Nacional de Saúde (ANS) em 2012 e obteve, em outubro de 2014, a aprovação do registro de três novos produtos: Personal, Pleno e Exclusivo. A operação atua em nível nacional e a distribuição é feita de forma direta ou por meio de corretores.
A operação de saúde está fora da parceria que a Mapfre tem com o Banco do Brasil no país, assim como as operações da gestora de recursos, previdência aberta, consórcios e títulos de capitalização. A associação com o BB, que deu origem ao grupo BB Mapfre, é restrito às áreas de seguros patrimoniais e de vida, que está sob o guarda-chuva da BB Seguridade.
O Brasil é o segundo maior mercado da seguradora espanhola no mundo e responde por 20% do faturamento global. Até setembro, a receita do grupo no Brasil ficou em R$ 16 bilhões e o retorno do investimento (ROE), em 18%. Para o ano que vem, a Mapfre espera manter a velocidade de crescimento, que neste ano está em torno de 15% – acima da média esperada para o mercado de seguros, que deve ter expansão de 9% em 2014, segundo estimativas próprias.
“Apesar do menor crescimento da economia, o mercado de seguros ainda tem grande espaço para se desenvolver no país”, afirmou o presidente da Mapfre Brasil, Wilson Toneto. Questionado se a companhia revisou a expectativa de desempenho em função do menor crescimento econômico, Toneto disse que não.
“A nova classe média está segura e deve se manter crescendo mesmo que o Brasil não cresça como previsto. Com o produto adequado, a demanda por seguros é alta. E a situação do Brasil não é de retração, é de crescimento menor”, completou Huertas. “Não vejo problemas para o Brasil. Se [o governo] manda mensagem de confiança e age com transparência sobre o que vai fazer na área econômica pelos próximos três a cinco anos [não há problema]. Os investidores precisam de horizonte claro para tomar decisões”, afirmou.
Huertas destacou a importância da mobilidade, interatividade e simplificação da oferta de seguros. Em sua avaliação é mais importante para o mercado brasileiro investir em novas formas de se conectar com o cliente do que em novos produtos. Para ele, o ideal é ter duas plataformas: uma digital para produtos mais simples e para os viciados em tecnologia, e outra para o cliente mais tradicional.
Outra questão muito importante para a indústria de seguros, segundo ele, é ser mais eficiente. “A indústria tem gastado muito dinheiro para administrar. É preciso simplificar a relação com o cliente para gastar menos administrando as apólices, e oferecer novas formas de se conectar com a companhia e resolver problemas”, disse Huertas.
CADASTRE-SE no Blog Televendas & Cobrança e receba semanalmente por e-mail nosso Newsletter com os principais artigos, vagas, notícias do mercado, além de concorrer a prêmios mensais.