Por: Ivone Santana e Tatiane Bortolozi
O presidente da GVT, Amos Genish, disse que a integração da GVT com a Telefônica poderá equilibrar os mercados de banda larga e TV por assinatura no país, atualmente dominados por duas empresas, Net e Sky. O executivo já pensa nas ofertas “quadriplay” (voz fixa e móvel, banda larga e TV paga) em nível nacional que serão possíveis com a combinação dos negócios. A diferença do modelo de “triple play” atual é que será adicionado o serviço móvel.
“Em cinco anos será difícil separar o mundo móvel do fixo”, afirmou, referindo-se à convergência de serviços. “Foi importante para nós entrarmos nesse jogo depois de avaliarmos todas as alternativas de união da Vivo com a GVT.”
O plano do executivo, que participou ontem do Futurecom, maior congresso de telecomunicações da América Latina, é entrar no mundo móvel em 2015, ao lançar mensagens de texto e depois vídeo. Embora a tecnologia já exista, ainda requer evoluções.
A GVT é focada no segmento premium, de alto valor, enquanto a Telefônica atende a todas as camadas sociais, com menos vendas para produtos e serviços mais caros. Mas Genish disse que isso não será um problema na integração das empresas, já que ambas são bem segmentadas. Ele disse acreditar que será mantida a estratégia de produtos premium na GVT mesmo após a incorporação, pois os planos estão alinhados com as diretrizes da Telefônica.
Sobre a aprovação da operação de venda da empresa para a Telefônica, o executivo não quis entrar em detalhes, nem sobre seu futuro profissional.
Genish disse que as vendas de banda larga estão caindo rapidamente, de 2,8 milhões novos clientes em 2012 para 1,8 milhão em 2014. O total da base atinge 3,1 milhões de usuários no fim deste ano. Para o executivo, isso é reflexo da competição, que gera a desconexão de assinantes que mudam de operadora.
Também presente ao congresso, Antonio Carlos Valente, presidente da Telefônica/Vivo, disse que a fusão com a GVT proporcionará à Vivo uma estrutura valiosa para a conectividade fora de São Paulo, com complementaridade de redes, mercados e também de clientes. “A GVT está focada em clientes premium. Nossos usuários estão em outras camadas.”
A Telefônica anunciou a aquisição da GVT em setembro, por R$ 22 bilhões, da francesa Vivendi. A operação ainda depende da aprovação das autoridades reguladoras e deve ser concluída no fim do primeiro semestre do ano que vem.
A GVT conta com uma rede de nova geração com mais de 10,4 milhões de lares em 21 Estados brasileiros e mais de 2,5 milhões de clientes de banda larga. Com a fusão, a Telefônica vai consolidar a liderança como operador integrado de comunicações do país, líder no segmento móvel e de banda larga, com cobertura nacional. A integração deverá gerar sinergias de pelo menos € 4,7 bilhões.
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