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04 de outubro de 2015 - 14:08

Bancarios-recusam-proposta-e-greve-comeca-amanha-e-o-13-ano-seguido-televendas-cobranca

Os bancários recusaram a proposta de reajuste salarial apresentada pelos bancos e devem entrar em greve, por tempo indeterminado, a partir de terça-feira (6). Será o 13º ano seguido de paralisação da categoria.

A greve já tinha sido recomendada pelo Comando Nacional dos Bancários na sexta-feira passada (25) e foi confirmada nesta quinta-feira (1º), em assembleia dos sindicatos de vários Estados e regiões. Os trabalhadores farão novas assembleias na próxima segunda-feira (5) para organizar o movimento.

A paralisação foi confirmada pelos trabalhadores de ao menos 13 Estados e 8 capitais, entre elas São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba e Porto Alegre. Veja a lista das regiões que decidiram aderir à greve, até as 21h30 desta quinta-feira (1º), segundo a Contraf-CUT:

Estados:

Acre (AC)

Alagoas (AL)

Amapá (AP)

Bahia (BA)

Ceará (CE)

Maranhão (MA)

Mato Grosso (MT)

Pará (PA)

Pernambuco (PE)

Piauí (PI)

Rio Grande do Norte (RN)

Rondônia (RO)

Roraima (RR)

Cidades e regiões:

ABC (SP)

Alegrete (RS)

Angra dos Reis (RJ)

Apucarana (PR)

Araranguá (SC)

Barretos (SP)

Belo Horizonte (MG)

Blumenau (SC)

Brasília (DF)

Campina Grande (PB)

Campinas (SP)

Campo Grande (MS)

Campo Mourão (PR)

Campos de Goytacazes (RJ)

Carazinho (RS)

Caxias do Sul (RS)

Chapecó (SC)

Cornélio Procópio (PR)

Criciúma (SC)

Curitiba (PR)

Dourados (MS)

Extremo Sul da Bahia (BA)

Feira de Santana (BA)

Florianópolis (SC)

Guarapuava (PR)

Guarulhos (SP)

Ipatinga (MG)

Itabuna (BA)

Itaperuna (RJ)

Jundiaí (SP)

Limeira (SP)

Londrina (PR)

Macaé (RJ)

Mogi das Cruzes (SP)

Niterói (RJ)

Nova Friburgo (RJ)

Paranavaí (PR)

Passo Fundo (RS)

Petrópolis (RJ)

Piracicaba (SP)

Ponta Grossa (PR)

Porto Alegre (RS)

Rio de Janeiro (RJ)

Rondonópolis (MT)

Santa Cruz do Sul (RS)

Santa Maria (RS)

Santa Rosa (RS)

São Paulo (SP)

Taubaté (SP)

Teófilo Otoni (MG)

Teresópolis (RJ)

Toledo (PR)

Três Rios (RJ)

Vale do Paranhana (RS)

Vale do Ribeira (SP)

Videira (SC)

Vitória da Conquista (BA)

Zona da Mata e Sul de Minas (MG)

‘Não paga nem uma coxinha’

A Federação Nacional de Bancos (Fenaban) apresentou uma proposta de 5,5% de reajuste para salários e vales, além de abono de R$ 2.500.

O sindicato criticou a oferta, dizendo que não repõe a inflação e que representaria perdas de 4% para os trabalhadores do setor. Eles pedem reajuste salarial de 16%, incluindo reposição da inflação, mais 5,7% de aumento real.

“No vale-refeição, esses 5,5% não dariam nem para uma coxinha, representando apenas R$ 1,43 a mais no dia”, afirma nota publicada no site do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

A Fenaban disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que “tem com as lideranças sindicais uma prática de negociação pautada pelo diálogo. A entidade reitera que continua aberta a negociações”. (leia abaixo o posicionamento na íntegra)

Bancos cobram juros de 400%, diz sindicato

“Esse foi o pior índice oferecido pelos bancos desde 2004. Perda real não é condizente com os resultados dos bancos, que tiveram lucro líquido de R$ 36,3 bilhões nos últimos seis meses”, disse Juvandia Moreira, coordenadora do Comando Nacional dos Bancários.

“As instituições financeiras estão colocando a categoria em greve de forma irresponsável, ao mesmo tempo que cobram juros de mais de 400% no cartão de crédito, prejudicando toda a população.”

O que os bancários pedem?

As reivindicações gerais dos bancários são:

- Reajuste salarial de 16% (incluindo reposição da inflação, mais 5,7% de aumento real);

- PLR de três salários, mais R$ 7.246,82;

- Piso de R$ 3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último);

- Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 788 ao mês para cada (salário mínimo nacional);

- Melhores condições de trabalho;

- Fim das metas abusivas e do assédio moral;

- Fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações;

- Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários;

- Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

- Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.

- Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

Leia o posicionamento da Fenaban

“A Federação Nacional de Bancos – Fenaban, ligada à Febraban, tem, com os sindicatos do setor, uma prática de negociação pautada pelo diálogo. A proposta econômica já apresentada às lideranças sindicais prevê a participação nos lucros dos bancos, de acordo com uma fórmula que, aplicada, por exemplo, ao salário-piso de um caixa bancário, de R$ 2.560,00, pode garantir até o equivalente a quatro salários.

No que diz respeito ao lucro dos bancos, a proposta, nos termos da Convenção Coletiva do setor, prevê distribuição de 5% a 15% do lucro líquido aos bancários, como regra básica, além da parcela adicional que distribui mais 2,2% do lucro de cada instituição, respeitados os tetos estabelecidos na convenção coletiva de trabalho.

A fórmula de cálculo dessa distribuição é idêntica à adotada anteriormente com aprovação dos sindicatos e pode chegar a mais de R$ 24.000,00, dependendo da lucratividade do banco. A participação nos lucros paga pelos bancos aos bancários é, há vários anos, um destaque dentre todas as categorias, pela sua abrangência e pelos valores individuais e coletivos envolvidos.

Os bancos pagarão, pela proposta da Fenaban, um abono imediato de R$ 2.500,00 a todos os 500 mil bancários, além de reajustar em 5,5% os salários praticados em 31 de agosto de 2015. O reajuste de 5,5% está em linha com a expectativa de inflação média para os próximos 12 meses.

A entidade avalia que a negociação das cláusulas não econômicas, ainda em curso, vem se desenvolvendo de maneira positiva, e reitera que continua aberta a negociações e avaliará contrapropostas que venham a ser apresentadas pelas representações sindicais.”

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