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Experian paga R$ 3,1 bi para tirar bancos da Serasa

por: Angelica Balthasar
em: Notícias
fonte: Valor Econômico
25 de outubro de 2012 - 0:09 - atualizado às 1:31

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Em época de resultados magros, corroídos pela inadimplência em alta e quedas nos juros, os quatro maiores bancos privados do Brasil vão embolsar R$ 3,1 bilhões (US$ 1,5 bilhão), mais ajustes até o dia da conclusão do negócio. Esse é o valor que a britânica Experian vai pagar pela participação de 29,6% que Itaú Unibanco, Bradesco, HSBC e Santander têm na Serasa, um dos mais conhecidos birôs de crédito brasileiros. Com a compra, a Experian passa a ter 99,6% da companhia, que vale então cerca de R$ 10 bilhões.

É o Itaú que vai embolsar a maior parte, de R$ 1,5 bilhão, seguido do Bradesco, que leva R$ 790 milhões. A compra deve ser concluída até o fim do ano e já estava prevista no acordo assinado com a Experian em 2007. A empresa britânica podia, desde junho de 2012, exercer opção que permitia a compra da fatia dos bancos na Serasa.

O que chama atenção na transação é que o valor supera o que a Experian pagou por 70% da Serasa em 2007. À época, o desembolso foi de US$ 1,3 bilhão (ou R$ 2,3 bilhões). “A valorização é o resultado da rentabilidade e do crescimento da Serasa nos últimos anos”, diz Peg Smith, vice-presidente executiva da Experian global.

Segundo Smith, desde 2007, o crescimento da Serasa em receita tem ficado próximo de 20% ao ano. Em termos de resultado, o avanço anual tem sido, em média, de 30%. “Isso significa que a receita dobrou e a lucratividade quase triplicou desde que chegamos na Serasa.”

Nos 12 meses encerrados em março de 2012, a receita da Serasa foi de R$ 1,5 bilhão, crescimento de 23,7% na comparação com igual período do ano anterior. O lucro nesse período foi de R$ 207,8 milhões, avanço de 39% na mesma comparação.

Ricardo Loureiro, presidente da Serasa Experian, estima que a receita da companhia cresça pelo menos na mesma velocidade que o estoque de crédito nos próximos anos, percentual que deve ficar próximo de 15%.

Mesmo fora do controle acionário da Serasa, os bancos devem continuar sendo clientes do birô, prevê o acordo costurado com a Experian. “Os bancos não terão mais assento no conselho da companhia, mas seus conselhos vão continuar a ser ouvidos, já que eles são nossos principais clientes”, afirma Smith.

A aquisição também não trará mudanças para a direção da Serasa e muito menos para a rotina da empresa, afirma Loureiro. “A compra mostra a confiança de um investidor estratégico internacional não só no mercado brasileiro mas no trabalho que temos feita na companhia”, diz.

Criada em 1968, por iniciativa dos grandes bancos brasileiros, a Serasa servia para dar maior agilidade às decisões bancárias, em uma época em que nem se imaginava que o crédito poderia ganhar a importância que hoje tem na economia. O negócio que tornou a Serasa popular, porém, o cadastro de devedores com “nome sujo”, ou seja, que não pagaram suas contas em dia. A empresa também faz parte do grupo que vai operar o cadastro positivo, que teve parte da regulamentação aprovada na semana passada pelo governo.

A disparidade no preço da Serasa em 2007 e agora retrata também o avanço no crédito no Brasil. Para fins de comparação, a relação entre o estoque total de crédito e o Produto Interno Bruto (PIB) saltou de 31,7%, quando a Experian fez a primeira aposta, para 51% em agosto de 2012.

Ao mesmo tempo, o avanço da inadimplência na pessoa física, hoje próxima de patamares históricos, sustentará a demanda pelos serviços de avaliação de perfil do tomador crédito que a Serasa oferece nos próximos anos, avalia Smith.

A fatia de 0,4% que ainda não está nas mãos da Experian pertence a investidores independentes que não quiseram vender sua participação em 2007, afirma a executiva da Experian.

“A saída da Serasa é um movimento natural”, afirmou Rogério Calderón, diretor de controladoria do Itaú Unibanco, em teleconferência com jornalistas. “Somos clientes da Serasa, não fazia sentido manter capital na empresa”.

O Bradesco fez questão de deixar claro que a venda da participação na Serasa não tem relação com cadastro positivo. “A Experian decidiu comprar tudo, mas vamos manter todos os serviços que temos com a Serasa”, disse Luiz Carlos Angelotti, diretor executivo do banco em conversa com analistas.

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