Por: Renata Strapazzon

Depois de 15 anos de atividades a empresa de call center Atendebem anunciou na sexta-feira (4) o encerramento de suas funções. O anúncio, no entanto, veio de forma inesperada pelos colaboradores e foi dado por meio de um comunicado fixado na portaria da empresa, localizada na Avenida Theodomiro Porto da Fonseca. Segundo os próprios funcionários cerca de 600 pessoas trabalhavam no local.

No texto, assinado apenas por ” Grupo Atende Bem/South” os motivos alegados para a falência e consequente demissão em massa dos colaboradores são, entre outros a “conjuntura econômica, o aperto no crédito que impede que a empresa possa rolar suas dívidas e, sobretudo a postura aviltante dos clientes”. “Há outros motivos que vamos, judicialmente, discutir e que não cabe citar aqui, mas grande parte deles envolvem nossos clientes, também a forma de remuneração que não cobre os custos crescentes”, segue o texto.

Conforme o comunicado, a empresa, que não possui mais fluxo de caixa conta com mais de R$7 milhões para receber dos clientes em pagamentos que deverão ser efetuados entre dezembro e janeiro próximo. Segundo o comunicado, no entanto, todos os direitos trabalhistas como salários, premiações, férias e aviso prévio serão pagos aos colaboradores.

Desesperados com a notícia, funcionários questionam a forma como o assunto foi tratado e mobilizam uma manifestação para a próxima segunda-feira, a partir das 8 horas, em frente a empresa. “Ontem o turno da manhã trabalhou normalmente e à tarde o pessoal foi liberado mais cedo. Somente no final do dia começamos a receber mensagens no celular informando do fechamento da empresa. Estamos desesperados, com contas para pagar e sem saber o que vamos fazer daqui para a frente”, desabafa a monitora de qualidade, Jenifer Rhoden, 25, há seis anos na empresa.

Funcionários não puderam entrar na empresa

Na manhã de sábado (5), dezenas de funcionários foram até a sede da empresa tentar buscar novos esclarecimentos sobre a situação. Para a surpresa deles, os portões estavam fechados e a segurança reforçada no local.  “Não pudemos entrar nem para pegar nossas coisas. É um absurdo. Estamos com salários e outros benefícios como o 13º e o fundo atrasados. Voltei de férias há pouco e não sei o que fazer sem dinheiro”, comenta Eva Adriana da Silva, 45, que trabalhava no setor de treinamento de Recursos Humanos e estava há 10 anos na empresa.

A direção da empresa foi contatada pela reportagem do Jornal VS mas até o momento não se manifestou sobre o caso.

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