Empresa firmou contrato, sem licitação, com operadora de telemarketing de São Paulo e demitirá 560 funcionários terceirizados em Goiânia
A Celg Distribuição firmou contrato com a empresa Tivit S/A, de São Paulo, para operar o serviço de teleatendimento (telemarketing) e os funcionários terceirizados que trabalham atualmente serão demitidos. São cerca de 560 trabalhadores que perderão seus postos em Goiás.
O motivo da demissão em massa é o contrato emergencial feito sem licitação com a empresa paulista após a licitação ter sido suspensa por decisão do Tribunal de Justiça. Os trabalhadores são contratados atualmente pela empresa Tellus S/A, e prestam serviço no call-center instalado no Setor Oeste, em Goiânia.
A disputa começou quando a atual diretoria da Celg D lançou um edital de licitação para contratação de empresa para operar o teleatendimento. Há seis anos a Tellus presta o serviço, após vencer a concorrência. Durante quase 20 anos a própria Celg operou o telemarketing com uma frequência de atendimentos médio de três mil ligações por mês. Durante esse perÃodo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) impôs pesadas multas à Celg por deficiência no atendimento. Após o inÃcio dos serviços da Tellus o teleatendimento da Celg D pulou para uma média de 15 mil atendimentos/mês e em relação à s multas o serviço deu um salto de qualidade a ponto de ser premiado pela Associação Brasileira de Telemarketing.
O edital de licitação da Celg trazia uma série de exigências que a empresa vencedora da licitação não preencheria, o que levou o desembargador Fausto Moreira Diniz a conceder uma antecipação de tutela suspendendo a licitação. A vencedora, Audac Serviços de Cobrança e Atendimento, não teria especialização no trabalho a ser desenvolvido.
Diante do impasse de assinar o contrato com a Audac e com a antecipação de tutela da Justiça a direção da Celg D optou por fazer uma contratação emergencial, o que liberaria a exigência de licitação. Foram feitas consultas a quatro empresas e a escolhida foi a Tivit, que apresentou um preço ligeiramente menor do que a Tellus, que já presta o serviço e contrata os 560 trabalhadores goianos. A Tivit está instalada em Santos e a partir de quinta-feira, 6, deveria assumir os serviços de teleatendimento em Goiânia.
Custo superior
Mesmo apresentando um preço inferior para o serviço de teleatendimento a Tivit irá provocar um gasto maior para a Celg D. Acontece que uma principal exigência do edital de licitação, de operação em um raio de no máximo 100 quilômetros, está sendo descumprido expressamente pela Celg D. Operando de Santos, em São Paulo, a Tivit obriga a Celg D a pagar preço de interurbano para que as ligações do 0800 sejam direcionadas para São Paulo, o que aumentará em quase quatro vezes o custo operacional do serviço.
Através de sua assessoria de imprensa o presidente da Celg D, Leonardo Lins de Albuquerque, informou que a Tivit irá instalar sua estrutura aqui nos arredores de Goiânia para facilitar a operação. Entretanto, especialistas afirmam ser impossÃvel implantar toda a estrutura de cabeamento lógico, equipamentos e assessórios para começar a operar em menos de uma semana e o contrato foi assinado há menos de 15 dias.
A assessoria da Celg D disse ainda que as demissões não foram provocadas pela empresa, mas sim em virtude do contrato com a Tellus ter expirado.
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