Defeito logo após fim da garantia estimula a compra de produto novo, mas consumidor adiaria a compra se não tivesse custo para reparo.
Entre os eletrônicos e eletrodomésticos comprados no Brasil, 45% dão defeito antes de completarem dois anos de uso. Os campeões são as câmeras fotográficas, os computadores e os tablets. E quando quebram, 74% dos consumidores preferem substituí-los por um novo, sem recorrer às assistências técnicas, devido ao custo.
Estas são algumas das conclusões de pesquisa realizada pela PROTESTE Associação de Consumidores sobre a percepção dos consumidores quanto à durabilidade dos eletrodomésticos e eletrônicos.
Para a maioria dos 800 entrevistados (62%), o defeito se verificou pouco depois de a garantia terminar. A pesquisa apontou que mesmo quem procurou por uma assistência técnica antes de comprar outro produto, não optou pelo conserto (81%), pois o preço cobrado pelo serviço era elevado.
A pesquisa realizada entre 13 de junho a 18 de julho último, em todo o país, e envolveu domicílios em que pelo menos um produto eletrônico ou eletrodoméstico tivesse sido comprado nos últimos doze meses, dentre eles: ar-condicionado, câmera fotográfica, celular, computador, ferro de passar, fogão, microondas, geladeira, impressora, lavadora, liquidificador, secador de cabelo, tablet, televisão e ventilador.
Os respondentes pertencem às classes A, B e C, sendo que a maioria deles (80%) tem mais de 30 anos de idade. Grande parte dos entrevistados (70%) é do sexo feminino. Foram entrevistadas apenas as pessoas que afirmaram serem os tomadores de decisão de compra da casa.
Para 60% dos entrevistados que compraram outro produto e decidiram manter aquele que deu defeito em casa, a razão para tal é a esperança de um dia tê-lo consertado. Porém, mesmo com boa vontade, nem sempre isto é possível, pois eles não encontram peças de reposição no mercado. De acordo com a lei, os fabricantes deveriam oferecer peças durante toda a vida útil dos aparelhos. Aqueles menores, como secadores de cabelo e ventiladores, são os que mais ficam sem conserto nas casas dos consumidores após serem substituídos.
Tudo isso aumenta, e muito, a quantidade de lixo tecnológico acumulado nas casas e jogado no meio ambiente. Menos de 3% dos participantes afirmaram terem devolvido à loja os produtos substituídos por um novo. E outros 3% entregaram em um ponto de coleta indicado pelo fabricante.
Pressionados pelos novos lançamentos que a indústria faz num intervalo de tempo cada vez menor, a maioria dos entrevistados (89%), julga que no passado os produtos apresentavam vida útil maior. A pesquisa apontou que televisão e celular foram os produtos mais comprados no último ano.
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