Por: Cibelle Bouças
Os brasileiros mudaram hábitos de consumo e começaram a explorar novas formas de acesso a produtos, em um cenário de recessão. Companhias como O Boticário, Red Bull, Mondelez e Unilever fazem adaptações para atender a essas novas demandas. As informações fazem parte de um estudo que a consultoria Mintel divulga hoje.
A equipe de analistas globais da Mintel identificou quatro tendências de consumidores brasileiros, que tendem a ganhar força no próximo ano: os “pechincheiros”, os consumidores engajados em grandes causas, os consumidores ecológicos e as famílias alternativas.
Graciana Méndez, analista de tendências da Mintel para a região América Latina, disse que em um ano de recessão econômica, a categoria de “pechincheiros” é a que ganhará mais espaço. Esse grupo inclui consumidores que substituíram a compra de produtos pelo aluguel ou troca. “Em um cenário complicado, o consumo compartilhado é uma forma de consumidores manterem o estilo de vida gastando menos”, afirmou Graciana.
A analista cita como exemplo de empresa que já se adaptou a essa tendência o site de comércio eletrônico Dress & Go, que aluga vestidos de estilistas badalados por cerca de 20% do valor de venda da peça. Ela também cita a expansão de estabelecimentos que operam no modelo “pague o quanto quiser”, como o Curto Café, no Rio de Janeiro, o Preto Café, em São Paulo, e o restaurante Ecozinha, de Curitiba, onde os clientes têm até a opção pagar a conta lavando a louça.
A Mintel também estima que o consumo de produtos recicláveis, biodegradáveis e energeticamente eficientes ganhará força no país em 2016. “As pessoas estão descobrindo que as práticas ecológicas vão ajuda-las a economizar dinheiro”, disse Graciana. Ela cita uma campanha do Omo, da Unilever, que estimula brasileiros a enxaguar roupas apenas uma vez, reduzindo o consumo de água.
A analista considera que empresas engajadas em ações sociais podem atrair mais consumidores. Ela cita a marca de sucos Tang, da Mondelez, que lançou uma campanha incentivando crianças a realizar trabalhos voluntários.
Outra tendência crescente é a mudança no perfil das famílias. “Animais de estimação são considerados família, por exemplo, e empresas que aceitam animais na loja têm um diferencial”, diz Graciana. Para ela, empresas que realizam campanhas publicitárias incluindo novos formatos de família podem ter melhores resultados. O Boticário, que apresentou meias-irmãs passando o primeiro Natal juntas, é um exemplo.
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