Por: Anderson Figo, Toni Sciarretta
Maior banco brasileiro e participante da política do governo de redução dos juros ao consumidor, o Banco do Brasil teve lucro líquido recorde de R$ 7,472 bilhões no segundo trimestre, mais que o dobro do registrado em igual período do ano passado e quase três vezes o valor obtido entre janeiro e março deste ano.
Excluindo efeitos não recorrentes, que incluíram a oferta de ações da BB Seguridade, o lucro líquido ajustado do Banco do Brasil foi de R$ 2,634 bilhões no segundo trimestre deste ano, 11,8% menor que o ganho do mesmo período de 2012.
No acumulado do primeiro semestre, o lucro líquido do BB também foi recorde, somando R$ 10 bilhões. O banco havia reportado ganho de R$ 5,5 bilhões na primeira metade do ano passado.
De acordo com a consultoria Economatica, o lucro do BB é o maior para um primeiro semestre da história dos bancos brasileiros, deixando para trás o ganho de R$ 7,2 bilhões registrado pelo Itaú entre janeiro e junho de 2013.
“A gente está vendo uma grande oportunidade de fazer uma expansão, enquanto o mercado recua para, ganhar market share. O recado para o acionista é: trabalhamos com prudência, temos crescido a carteira de forma sustentável e com níveis de inadimplência cada vez menores. Essa tem sido uma estratégia adotada desde 2009, de expansão contracíclica”, disse Aldemir Bendine, presidente do BB.
O forte crescimento do lucro do BB ficou em linha com a expansão anual de 25,7% nos financiamentos, totalizando R$ 638,7 bilhões ao final de junho deste ano –o correspondente a 20,8% do mercado de crédito nacional–, à frente de Bradesco (R$ 402,5 bilhões), Santander (R$ 218,1 bilhões) e Itaú (R$ 467,5 bilhões).
Descontados avais e fianças, a carteira do BB somou R$ 595,8 bilhões.
“Temos uma carteira de concentração de risco muito menor do que a do sistema financeiro”, disse Ivan Monteiro, vice-presidente financeiro do BB.
Segundo Bendine, o resultado do segundo trimestre demonstra os efeitos da estratégia feita há cinco anos de investir no ramo de seguridade. “Fizemos o maior IPO [abertura de capital] do mundo mesmo com um cenário adverso e com uma crise externa enorme”, afirmou.
Nesse cenário, a inadimplência acima de 90 dias do banco encerrou junho em 1,87% –menor patamar registrado nos últimos 11 anos.
Sem contar o Banco Votorantim, especializado no financiamento de carros usados, a inadimplência foi ainda menor, de 1,65%.
Apesar da baixa inadimplência, o BB aumentou as despesas com provisões para calote em 14,8% na comparação anual, para R$ 4,22 bilhões, mesmo tendo mantido a estratégia de elevar o crédito de menor risco, como consignado e financiamento imobiliário.
PROJEÇÕES
Ao contrário do Bradesco e do Itaú, que revisaram para baixo suas projeções de crescimento da carteira de crédito em 2013, o Banco do Brasil elevou sua expectativa para um aumento entre 17% e 21%. Antes, a faixa projetada era de 16% a 20%.
O maior otimismo do banco é com o crédito para as empresas, que deve ter crescimento entre 18% e 22% em 2013, segundo as novas projeções do BB –a estimativa anterior era entre 16% e 20%.
O BB também elevou a perspectiva de crescimento do crédito ao agronegócio, que passou de uma alta entre 13% e 17% para avanço entre 22% e 26% no ano.
Por outro lado, o banco diminuiu sua projeção para o crédito às pessoas físicas em 2013, passando de um crescimento entre 18% e 22% para faixa entre 16% e 20%.
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