Segundo o Valor apurou, o Citi abriu um data room com algumas informações preliminares sobre o negócio, como número sobre o desempenho financeiro da empresa e quantidade de clientes. Essa ainda é uma etapa inicial do processo, na qual não foram iniciadas tratativas em torno do valor da Credicard. Procurada pela reportagem, o Citi Brasil afirmou que “não comenta rumores de mercado”.
Com cerca de sete milhões de clientes, a divisão Credicard tem potencial para despertar o interesse dos maiores bancos de varejo do país, como Bradesco, Santander ou Banco do Brasil. Um dos trunfos que o Citi tem nas mãos é a própria marca Credicard, bastante associada ao negócio de cartão de crédito no Brasil. Por isso também poderia se tornar um negócio atrativo para quem busca uma presença maior no varejo, como o PanAmericano.
O Citi passou a ter 100% da Credicard em 2006, quando pagou R$ 280 milhões para adquirir os 50% da marca que pertenciam ao Itaú. O acordo entre as instituições previa que o banco americano tinha direito de preferência na aquisição.
Em recente entrevista ao Valor, Hélio Magalhães, presidente do Citi Brasil, descartou a venda da Credicard quando questionado pela reportagem. “[Credicard] tem um papel importante dentro da nossa estratégia. Então, hoje não existe nenhuma decisão nessa direção”, disse o executivo.
Neste mês, o Citi anunciou Fabio Fontainha, executivo do banco há quase 20 anos, como novo responsável pela operação de varejo no país, o que inclui os negócios da administradora de cartões Credicard. Ele substituiu Leonel Andrade, que deixou o banco no fim do ano passado, e que ocupou o comando da área de financiamento ao consumo do banco por cerca de seis anos.
Pelo mundo, o Citi está envolto em um processo de reestruturação. Em dezembro, o Citigroup anunciou que demitirá 11 mil pessoas pelo mundo, sendo que mais da metade dos cortes virá das operações de varejo. O Brasil, porém, não foi citado entre os países cujos negócios seriam vendidos.
Apesar de a Credicard ser um dos principais negócios do banco no Brasil, o braço de financiamento ao consumo atua com um público de renda mais baixa do que aquele que o Citi tem como alvo mundialmente.
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