A investigação sobre a origem dos boatos que levaram a corrida de beneficiários do Bolsa Família aos caixas eletrônicos da Caixa Econômica Federal (CEF) em 12 Estados, deve se concentrar esta semana em duas frentes: o envolvimento de uma empresa de telemarketing do Rio e a falha da CEF na alteração do cronograma de pagamentos do Bolsa Família sem aviso prévio.

Segundo O Globo, a Polícia Federal descobriu que uma central de telemarketing do Rio foi usada para difundir o boato de que o Bolsa Família, principal programa social do governo federal, iria acabar. O inquérito aberto na semana passada identificou uma mensagem de voz distribuída pela central. A polícia agora quer descobrir quem contratou os serviços da empresa.

O governador do Rio, Sérgio Cabral, determinou ao secretário de Segurança José Mariano Beltrame que auxilie nas investigações sobre o envolvimento da empresa de telemarketing sediada no Estado.

A descoberta reforça a hipótese levantada pelo ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardoso, de que a ação tenha sido orquestrada.

Identificou-se a ocorrência dos primeiros saques 30 minutos depois do registro de uma das ligações da central na manhã do sábado, 18 de maio. Na segunda feira seguinte haviam sido contabilizados 900 mil saques, totalizando R$ 152 milhões.

De Adis Abeba, capital da Etiópia, para onde viajou no fim de semana, a presidente Dilma Rousseff reconheceu falhas no pagamento do Bolsa Família pela CEF. O banco, conforme revelou o jornal Folha de S.Paulo, havia antecipado o pagamento do benefício para a sexta-feira, 17 de maio.

Os repasses do Bolsa Família são escalonados. Se o pagamento não tivesse sido antecipado, apenas beneficiários com número de cartão terminado em 1 poderiam ter feito saques.

“Nós somos humanos, pode ter tido falhas. O que estou dizendo é o seguinte: não é uma falha tópica que explica 12 Estados. Então a Polícia Federal e a segurança da Caixa vão procurar todos os motivos e vão elencá-los”, disse a presidente.

Representantes da oposição irão pedir hoje que o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, seja convocado para explicar no Senado a antecipação do pagamento do benefício.

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