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02 de junho de 2015 - 18:10 - atualizado às 22:24

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A compra do HSBC representaria uma última oportunidade para o Santander crescer no Brasil via aquisição; já no caso do Bradesco, além de ter uma oportunidade de se aproximar mais do Itaú, a compra teria especial importância em termos das sinergias

Na última semana, foram entregues algumas propostas de grandes bancos para adquirirem o HSBC Brasil. Segundo informações do jornal Valor Econômico, os bancos interessados em comprar o HSBC Brasil entregaram as suas propostas indicativas de preço apurando que pelo menos o Bradesco (BBDC4) e o Santander Brasil (SANB11) fizeram ofertas pela subsidiária.

Já o jornal americano Wall Street Journal destacou em matéria desta tarde que, além de Bradesco e Santander, o Itaú Unibanco (ITUB4) também entregou proposta, segundo quatro fontes próximas ao assunto ouvidas pelo jornal. O WSJ ressalta que o processo de venda está no estágio inicial e mais rodadas devem acontecer na próxima semana. O processo de venda é assessorado pelo Goldman Sachs, que convidou pelo menos cerca de dez interessados para analisar o banco. A expectativa é de que a venda seja finalizada até agosto.

Mas, de acordo com informações da Agência Broadcast, o Bradesco saiu na frente para comprar as operações brasileiras do banco brasileiras do HSBC.

Segundo fontes ouvidas pelo serviço em tempo real da Agência Estado, o banco está disposto a pagar até R$ 10 bilhões para adquirir o HSBC no Brasil. Já o Santander Brasil, que quer acelerar a sua expansão no Brasil para ter maior escala, ficou próximo do valor ofertado pelo Bradesco, entre R$ 9 bilhões e R$ 10 bilhões. O Itaú Unibanco, por sua vez, teria ofertado R$ 8 bilhões, no piso do mercado. Segundo as fontes, as ofertas foram enviadas ao banco a duas semanas atrás.

Na semana que vem, de acordo com informações do Broadcast citando um executivo do mercado, começam as apresentações com os três bancos que foram para a reta final da disputa. Apesar do grande interesse dos estrangeiros de entrarem no Brasil, principalmente, os chineses, nenhum passou para essa etapa. E quem vencê-la vai para a final para negociar o HSBC Brasil com exclusividade, quando ocorre o processo de due diligence (investigação e auditoria das informações).

A compra do HSBC representaria uma última oportunidade para o Santander crescer no Brasil via aquisição. Já no caso do Bradesco, além de ter uma oportunidade de se aproximar mais do Itaú Unibanco em termos de ativos, a compra teria especial importância em termos das sinergias que pode trazer ao banco.

O Santander Brasil (SANB11) falou em meados do mês que vai fazer uma oferta de compra da unidade do HSBC no país e teria condições de absorver uma operação desse porte, conforme destacado pelo presidente-executivo do banco espanhol no país, Jesus Zabalza. “Um banco com patrimônio de cerca de 4 bilhões de dólares para um nível de capital como o nosso é assumível”, disse Zabalza a jornalistas.

No final de maio, o diretor de relações com investidores do Itaú Marcelo Kopel, confirmou que a instituição também estava interessada em comprar o banco. “Estamos olhando não só essa operação, mas inúmeras no País e lá fora. Ao nosso ver, participamos do processo competitivo, mas pode acontecer que outros bancos sejam mais agressivos”, disse, durante uma reunião com analistas e investidores na Apimec-MG.

Conforme destacou o Deutsche Bank em relatório, enquanto a unidade do HSBC Brasil é relativamente pequena, com apenas 2% de participação no mercado de ativos, a avaliação é de que a aquisição poderia adicionar valor para outro banco que pretende aumentar a sua presença no Brasil, tais como Santander, BTG Pactual (BBTG11), Citibank e talvez Inbursa. Vale ressaltar que este último banco, do bilionário Carlos Slim, comprou em 2014 a subsidiária do sul-africano Standard Bank no Brasil.

O analista do Deutsche Tito Labarta destaca ainda que o HSBC é um dos dez maiores players no Brasil, sendo o sétimo maior banco em atuação no País com 2,2% de participação no mercado de ativos e 1,9% dos empréstimos e com 853 sucursais, correspondendo a 3,7% do sistema. O banco possui ainda R$ 57 bilhões em depósitos para uma cota de mercado de 2,9%. A carteira de crédito do banco é composta principalmente por empréstimos comerciais (70%), enquanto empréstimos a pessoas físicas correspondem a 22% e 8% são hipotecas. Labarta estima um valuation potencial dos ativos do banco de R$ 10 bilhões a 14 bilhões (US$ 3,5 bilhões a US$ 4,6 bilhões).

No programa de corte de custos, o HSBC pode anunciar ainda milhares de cortes de empregos em um evento na semana que vem, como parte da estratégia de retomada do maior banco da Europa pelo presidente-executivo Stuart Gulliver, disse a Sky News na segunda-feira.

O plano pode também levar Gulliver a vender as operações no Brasil e na Turquia e reduzir o banco de investimento do HSBC. De 10 mil a 20 mil empregos serão cortados, disse a Sky News, citando fontes não identificadas. O número ainda não tinha sido finalizado e Gulliver revelará o plano em uma apresentação a investidores em 9 de junho, disse a emissora.

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