Por: Vinicius Pinheiro
Atualizada às 2h02 – O HSBC confirmou na madrugada desta segunda-feira a venda da unidade brasileira para o Bradesco, por US$ 5,2 bilhões (R$ 17,8 bilhões, no câmbio de sexta-feira), conforme adiantou o Valor. A informação foi divulgada no relatório que acompanha o balanço da instituição. O preço ainda está sujeito a ajustes e o negócio está sujeito à aprovação regulatória, o que deve ocorrer até o segundo trimestre de 2016. O HSBC reiterou que pretende manter uma presença modesta para o atendimento a empresas no Brasil.
De acordo com o comunicado, HSBC e Bradesco chegaram a um acordo na na última sexta-feira. O fim de semana serviu para o acerto dos detalhes. O valor do negócio ficou acima do esperado pelo mercado, que projetava uma proposta de até US$ 4 bilhões.
O Bradesco publicou fato relevante em que informa que a aquisição do HSBC no Brasil “possibilitará ganho de escala e otimização de plataformas, com aumento da cobertura nacional, consolidando a liderança em número de agências em vários estados, além de reforçar sua presença no segmento de alta renda”, entre outras sinergias.
Perto do Itaú
A aquisição do sétimo maior banco em atividade no país aproxima o Bradesco do Itaú, primeiro colocado no ranking por ativos entre os bancos privados. O Bradesco perdeu esse posto para o Itaú em 2009, quando este adquiriu o Unibanco.
Em dezembro passado, o HSBC possuía R$ 168 bilhões em ativos, o equivalente a 2,2% do total do sistema financeiro brasileiro. Com 853 agências, o banco está presente no Brasil desde o fim dos anos 1990, com a compra do Bamerindus. A falta de escala do negócio e o baixo grau de abertura da economia levaram a instituição a deixar o país.
O processo de venda do HSBC Brasil foi coordenado pelo Goldman Sachs. Desde o início, o Bradesco era apontado como o favorito para levar o banco e desde o mês passado negociava o ativo com exclusividade. A concorrência, porém, foi maior que o esperado.
O Santander, reforçado por um lucro de R$ 3,8 bilhões no segundo trimestre após ganhar uma causa tributária na Justiça, também fez uma proposta agressiva pelo HSBC. Para o banco espanhol, que está a uma distância considerável dos quatro maiores bancos do país — Banco do Brasil, Itaú, Caixa Econômica Federal e Bradesco — a compra representaria a última oportunidade de dar um salto via uma aquisição.
A intenção original do HSBC era se desfazer apenas do negócio de varejo, mas o Bradesco foi contra e insistiu em ficar com toda a unidade. “Foi um negócio de pessoas, e não só de ativos”, disse uma fonte que acompanhou o processo. O HSBC já repatriou os funcionários brasileiros que estavam no exterior e agora terá de criar uma nova estrutura no país. O banco pretende manter o atendimento a grandes empresas nacionais.
Balanço
Junto com o anúncio da venda para o Bradesco, o banco HSBC divulgou seu balanço global, em que apresentou lucro líquido em queda de 3,96% no segundo trimestre, para US$ 4,36 bilhões, ante US$ 4,54 bilhões no mesmo período do ano passado. O lucro é atribuído à queda nos empréstimos ruins e a entrada de US$ 1 bilhão no segundo trimestre com a venda de parte de sua participação no China’s Industrial Bank.
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