Por: Reginaldo Siaca
O Banco Pan vai receber mais R$ 1,5 bilhão para se tornar uma instituição rentável. Atualmente, o banco só dá prejuÃzo. A maior parte sairá da Caixa Econômica Federal e do BTG Pactual, atual controlador do Pan.
Essa é a segunda injeção de recursos no banco que pertencia ao apresentador Silvio Santos e foi vendido após a descoberta de um rombo contábil de R$ 4,3 bilhões, no fim de 2010.
A Folha apurou que a nova injeção financeira no Pan ocorrerá por uma emissão primária de ações prevista para maio. A operação deveria ocorrer até o fim deste mês, mas houve atrasos.
O BTG e a Caixa, que detêm 34% e 37% de participação no capital total da instituição, respectivamente, terão preferência. A compra será feita respeitando a proporção de cada um. Ou seja, a Caixa deverá desembolsar cerca de R$ 555 milhões, e o BTG, cerca de R$ 510 milhões.
Os papéis que sobrarem poderão ser adquiridos por três ou quatro minoritários que, ainda segundo apurou a reportagem, têm interesse em ampliar sua participação.
Com o investimento, a Caixa e o BTG acreditam que será possÃvel deixar o Pan rentável. Os prejuÃzos nos últimos dois anos foram de R$ 603,9 milhões, em 2012, e R$ 229 milhões, em 2013.
Hoje, o Pan turbina sua receita gerada pela oferta de crédito com a venda da carteira de empréstimos para outras instituições. Esse negócio, segundo fontes próximas à instituição, fez aumentar os custos e reduzir as margens de lucro, mesmo com o crescimento da carteira de R$ 400 milhões para R$ 1,2 bilhão.
ANTECEDENTES
Com a nova injeção de recursos, os sócios terão investido cerca de R$ 4,5 bilhões no Pan, praticamente o mesmo valor do rombo contábil descoberto pelo Banco Central na instituição, em 2010.
Quando o escândalo veio a público, a Caixa já era acionista. O banco estatal comprou 36% do capital por R$ 739 milhões, em 2009.
Em outubro de 2010, uma apuração do Banco Central apontou que o rombo era de R$ 2,5 bilhões. O FGC (Fundo Garantidor de Créditos) fechou um socorro nesse valor, mas uma auditoria verificou, no fim de 2010, que o rombo era maior.
Foi naquele momento que o apresentador Silvio Santos decidiu vender o controle para o BTG Pactual. O banco de André Esteves assumiu as dÃvidas e desembolsou R$ 450 milhões, em janeiro de 2011.
No final de 2011, a operação ganhou seu primeiro fôlego com uma injeção de cerca de R$ 1,8 bilhão no banco. Deste total, R$ 940 milhões foram para a compra da Brazilian Finance & Real Estate, maior financeira independente do crédito imobiliário.
Em março de 2013, o banco passou a se chamar Pan, uma forma de marcar a nova fase do banco, que, agora com a emissão de papéis, ganhará um segundo fôlego.
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