Por: João José Oliveira

Se os planos do italiano Marco Tripi derem certo, a empresa de contact center e tecnologia de informação AlmavivA, com sede em Roma que fatura € 700 milhões por ano, vai seguir os passos da Contax e captar recursos na Bovespa. A busca de um sócio minoritário para a unidade brasileira é o primeiro passo para acelerar o crescimento no país e preparar a companhia para uma oferta pública de ações.

“A entrada de um novo sócio é apenas uma oportunidade para crescer ainda mais rápido. Dada a taxa de crescimento dos últimos anos e deste ano, já sustentado por um bom semestre, o IPO [oferta pública inicial de ações] é uma hipótese que estamos cada vez mais considerando”, disse ao Valor Tripi, que projeta para 2016 um faturamento de R$ 1,1 bilhão no país.

No último semestre fiscal, encerrado em março de 2014, a AlmavivA registrou no Brasil receita líquida de R$ 268 milhões ante R$ 177 milhões em relação a um ano antes, o que representa um avanço de 51%. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) foi de R$ 42 milhões, um aumento de quase 200%. A margem do Ebitda subiu para 15,7% (estava em 8%).

A AlmavivA contratou o BNP Paribas para conduzir a procura de um sócio minoritário. Sem abrir detalhes, o vice-presidente da companhia Giulio Salomone, afirma que já há contatos tanto com potenciais investidores financeiros, como fundos de private equity. Mas ele não descarta a possibilidade de a empresa receber aporte de uma companhia que atua no setor. “Mas a participação será minoritária”, disse Salomone.

Segundo ele, a sociedade será fechada ainda este ano. Com o sócio, o grupo quer acelerar o tamanho da operação brasileira no balanço consolidado global da holding. Em 2012, a receita da AlmavivA do Brasil representou 16,6% do faturamento mundial e em 2013 foi 23%. Para 2014, a expectativa é que esta participação cresça para 28%, disse Tripi.

Para Salomone, a AlmavivA está crescendo mais rapidamente que o mercado que, segundo ele, avança a uma taxa de 8% ao ano. O executivo aponta que o potencial desse mercado é movimentar até R$ 25 bilhões por ano em receitas de serviços.

A líder do setor é a Contax, que faturou R$ 3,6 bilhões em 2013, ano em que registrava 89 mil funcionários no Brasil.

“Nossos sistemas e processos permitem que a gente trabalhe com preços em linha com os praticados pelo mercado, mas com margens operacionais maiores”, afirmou Salomone, referindo-se aos softwares de propriedade da companhia, desenvolvido pelo fundador Tripi.

Nos últimos 12 meses, a companhia abriu cinco centrais de atendimento no Brasil – em Guarulhos (SP), Aracaju, Maceió, Teresina e Brasília. A empresa está investindo R$ 70 milhões no país neste exercício fiscal. Há mais duas bases da companhia, em Minas e duas em São Paulo.

Mas uma parte da receita extra planejada para os próximos anos vem de outros dois segmentos: tecnologia e venda direta. No segmento de vendas, a empresa começou as operações nas cidades de Belo Horizonte, Contagem (MG), Betim (MG), São Paulo e Guarulhos (SP), com 400 vendedores, que deve chegar a mil colaboradores até o fim deste ano. A previsão é de que até 2017 essa unidade chegue a 5 mil funcionários.

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